sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Pra tu, mulher. Bloco de notas quase último dia do ano.

Pra tu, mulher. 

Começamos o ano juntas, quando foi dada a largada a gente tava no encaixe dos nossos beijos e terminamos o ano assim na distância dos fins. Aliás isso aqui é sobre términos, não sobre rompimento. 
Acontece que tudo isso me fez aprender muito mais sobre mim do que sobre a gente. E isso é incrível. 
Aprendi sobre meu amor que é bonito demais, mas apodrece quando entra algum tipo de possessão. Aprendi que meu amor é muito mais sobre mim do que sobre o outro. 
Eu entendi exatamente onde está minha dor que era além da saudade. Eu sinto saudades, mas o contato não é saudável e isso também é uma frustração. 
Descobri que não sou madura o suficiente para te ver viver sem doer. Isso eu tento melhorar na minha cabeça e coração a cada dia. Porque, pqp, eu quero muito nossa felicidade por aí no mundão. 
Eu aprendi a delícia solitária que é se preocupar apenas comigo em cada pedaço do meu dia. 
Com o tempo você não fez mais falta na rotina. Mas não teve um dia desse ano que eu não lembrei de algo que me lembrava você. Às vezes com sorriso no rosto, às vezes com lágrimas tímidas. 
É ridículo, mas pelas compatibilidades do ser e estar eu achei que ficaríamos mais tempo “juntas, juntinhas” e eu acho que esse foi o apego mais difícil de perder. 
Só fui aprender isso há poucos meses. 
Que puta processo você está sendo na minha vida. Do começo ao fim. Tipo viagem longa de cometa. 
E é por isso e por cada “microlembrança”, que eu te agradeço por esse ano, por todas as canções e pela vida que a busca da cura trouxe para o meu coração solar. 
A coisa mais bonita que eu aprendi é que o processo não tem nada a ver com você, mas comigo, em tudo que eu depositei e o motivo disso, só enxergando isso, que eu cresço enquanto passa. 

Tenho amor por mim e por isso tenho amor pelo o outro, logo, tenho amor por você. Amor pelo leite derramado e pelo deleite que foi o nosso amor. 


O mundo é bão, 2019. 

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

2018 é o pior ano da minha vida,
mas o ano que eu mais to crescendo
e entendendo coisas sobre mim.

Existe muita coisa que eu não queria ter feito.
Mas chega de querer, Ana.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

2018/outubro/eleição

Hoje talvez seja a última sexta-feira democrática aqui no Brasil. 
E eu quero escrever esse texto pra caso eu suma ou coisa parecida. 
Sei lá vai saber. 
Se o bostanaro ganhar eu vou lutar, então talvez isso aqui vire uma memória póstuma. E o que eu quero fazer é só agradecer. 
Agradecer tudo que eu vivi, os grandes amores, a vida, o bem, obrigada. 
Cada sentimento, cada gozo, cada olhar de amor que eu já dei para as coisas e as pessoas que eu amei. 
Vocês são parte do meu todo.

E o mundo é onde eu atravesso meu olhar de carinho e amadureço enquanto me apaixono. 

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Eu vou passar
Cê vai passar também
Vamo passar porque passando
Vai passar, meu bem

sábado, 6 de outubro de 2018

espuma do mar
no lugar do peito: horizontei

estou, sofro porque ainda te amo.

passo, o tempo passado do quadrado do quarto.

Você dói demais aqui dentro.

escrevo, no lugar do horizonte: te peitei.

e você dizia : você precisa se peitar mais, Pacheco.

a gente se verticalizou e as vezes é escuro aqui na parte de baixo.

Mas você não sabe, porque o bairro São Pedro é alto

e eu moro e morro no pé da Serra da Cantareira.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Valter Hugo mãe

Ser o que se pode é a felicidade. 
Não adianta sonhar com o que é feito apenas de fantasia e querer aspirar o impossível.

 A felicidade é a aceitação do que se pode ser. 

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Oi, tá feliz?
O que tem feito por aí?
Quem tem te feito sorrir?
Tem visto o sol?
Já sonhou ontem?
lembra do que é meu?
Fica comigo hoje?

A gente nem deu chance pra tudo
isso sair do chão,
sair do papel,
sair da gente
deixar de ser uma
canção

domingo, 16 de setembro de 2018

10 anos desse blog e o que eu quero creditar.

Créditos dos 10 anos de blog.

Fernanda Young: eu gostava tanto de você, mas por que você anda falando tanta merda? Minha inspiração para o começo disso tudo.
Bruna Guenaga: meu primeiro amor e tudo que vem junto com esse giro de terra pessoal que é amar, namorar, viver, terminar, sofrer, reerguer e guardar com carinho. Ou não tanto assim.
Toda menina que beijou meu sentimento: queria citar seus nomes, mas não sei se vocês me permitiriam, foi esse meio termo enquanto eu aprendia quem eu era e me doava não inteira, porque eu não estava inteira.
Jana Condé: a cor nova que meu coração enxergou no céu, a delícia e a dor da reciprocidade que parou de existir, deixando meu peito mais cheio ainda de vida. Porque seja-lá-o-que-a-gente-sente é vida.
Os meses do ano: todos os textos com nome de mês onde eu meu coração falava mais alto que minha voz.
Sol: onde eu encontro todos os dias paz, o que eu sei que vai nascer mesmo nas noites que eu não durmo.
Mikas: Outra inspiração, de texto, de bio, de ser e falar o que sente. De analisar cada centímetro do nosso caminho.
Domingos: é nesses dias que parece que meu corpo vomita palavras e eu as eternizo nesses espaço, nesse canto externo de mim.
Música: é com elas no ouvido que eu me ouço melhor.
Dor: essa incrível necessidade de te espremer feito espinhas de dentro do meu corpo.
Amor: a parte mais bonita de mim.
Amigos: o respiro que eu preciso, o "tomar fôlego" antes de subir e descer ladeiras.
Mar: sua cadência no enter do meu teclado de ondas.
( ): o espaço em branco, os dias que eu não escrevi, o que eu não disse, o que eu ainda não consegui dizer porque não entendi.

*apego: será que é por isso que eu escrevo tanto?




é dentro do peito que se esconde alguém.

é dentro do peito que se esconde alguém.
é dentro do peito que se esconde alguém.
é dentro do peito que se esconde alguém.
é dentro do peito que se esconde alguém.
é dentro do peito que se esconde alguém.

aprendi a conviver com os meus sentimentos.

domingo, 9 de setembro de 2018

Menina, eu vi sua foto da ponte e era uma narrativa inteira.

Eu amo de porta aberta

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

é como o vento, não dá pra enxergar, mas é óbvio que está aqui.

domingo, 2 de setembro de 2018

Setembro

O mês chegou bonito, queria registrar nesse canto que meu corpo saiu em uma exposição em pinheiros na cidade de São Paulo. Meu corpo nu com todos os problemas de autoestima. E eu tô tão linda naquela arte que nem me reconheci.
Mas mesmo com tudo isso, eu agradeço a todas as meninas que dividiram intimidade comigo, a todo mundo que me falou do corpo como forma.
Agradecer por quem me deixou tão à vontade a ponto de eu ficar pelada, a me amar sendo eu. Inteira e sem pano nenhum.
Porque foi ali naquele estúdio que, conforme os minutos foram passando, eu fui me sentindo a vontade.
E me fiz nu por dentro Também e tão  bem.

Obrigada, Felipe Bataglia pelo registro que nem eu conhecia de mim.

domingo, 26 de agosto de 2018

Pra quem vê, pra quem não vé, não dá pé.

Olha, há uns meses eu uso a frase 
“Pra quem vê, pra quem não vê, não dá pé.”
Aí a Anavitoria lançou uma música chamada Cecília de um relacionamento que acabou e um dos trechos é “será que nesse tempo todo a gente nem percebeu que aqui não dava pé, não?” 
E eu chorei. Foi um puta gatilho, mas sabe quando a gente chora com o coração calmo? 
Eu tenho saudades do encaixe que era nosso sol e sombra. 
Mas ao mesmo tempo eu lembro do desencaixe que você me tratou nos últimos tempos e eu sei que eu tava um nível mais fundo que você. Uma camada a mais. Outro tempo. 

E acho que você nem vê, porque não dá pé. 

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Falso Feliz

Somos falso-feliz Ao perguntarem se está bem Dizer que tá e nem parar pra ouvir Nem parar pra se escutar Ou se permitir sentir Seja sincera com você O mundo cobra e "cê" nem vê Não é fraqueza demostrar Tudo bem sentir raiva Tudo bem não sorrir Tudo bem estar bem e não chorar de rir Ou rir pra não chorar Chorar de raiva


https://www.youtube.com/watch?v=H807NIuqnXE

domingo, 12 de agosto de 2018

smartphone

de esperto não tem nada, é na tela que começa e na tela que termina.

Melancia

seu corpo e uns pedaços de melancia, muita conversa entre nossos pedaços de carne com pele, vergonha não existia porque a gente transformou intimidade em amor, eu lembro do movimento das suas costas e da sua xota cor de rosa melancia. fizemos umas fotos que estão na sessão proibida do meu celular, no mesmo lugar onde eu guardo as memórias boas, quanta coisa bonita nosso corpo viveu observado, né, meu bem?
das ruins eu quase não lembro principalmente no nosso nu (de corpo e alma)


triangulei pedaços de melancia nos pedaços do seu corpo, beijei sua boca e aproveitei o suco doce.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

A maçã do rosto. 
O gosto. 
Até vermelhar as bochechas 
E descansar 

O gozo 

terça-feira, 24 de julho de 2018

Evaporar

Tempo a gente tem
Quanto a gente dá
Corre o que correr
Custa o que custar
Tempo a gente dá
Quanto a gente tem
Custa o que correr
Corre o que custar
O tempo que eu perdi
Só agora eu sei
Aprender a dar
Foi o que ganhei
E ando ainda atrás
Desse tempo ter
Pude não correr
Dele me encontrar
Ahh não se mexeu
Beija-flor no ar
O rio fica lá
A água é que correu
Chega na maré
Ele vira mar
Como se morrer
Fosse desaguar
Derramar no céu
Se purificar
Ahh, deixa pra trás
Sais e minerais, evaporar

Eu ainda vou fazer um clipe dessa música. 

terça-feira, 17 de julho de 2018

precisa chover em são paulo

precisa porque onde não molha resseca, machuca, fica difícil respirar.
e de difícil já tem tanta coisa aqui dentro.
e aí me disseram para respirar que tá tudo bem, mas eu respiro esse ar e ele não vem.

Na cadência das ondas

Na queda a gente sempre tenta cair melhor, arrumar algum jeito de cair sem machucar, mas tem coisa que não se arruma.
as cadências pausadas das ondas, que depois de quase nulas dão um jeito de se reerguer, é isso que eu tento todos os dias.
Um processo infinito de construção da gente.
e tem tanta gente que dividi o mesmo mar.
tem esse sol batendo nas minhas mãos enquanto digito minha dor.
tem esse nariz pingando, porque hoje eu chorei de novo e o tempo tá seco.
aprendo e reaprendo com o mar.

sábado, 7 de julho de 2018

Olha só, olha só, é melhor me abraçar do que dar tiros.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

o caminho de volta pra si é mais dolorido que o ir.

sábado, 30 de junho de 2018

Duas Anas

Você comentou das minhas sardas dos ombros e me perguntou como eu seria ruiva, eu beijei sua barriga onde eu descansava meu gozo e a gente riu desses encontros doidos da vida.
Que coisa bonita a ANAtomia né?

domingo, 24 de junho de 2018

onde eu moro?

Apesar do passado de encontros, de rodoviárias que as namoradas me esperaram, eu ainda tenho um futuro irrestrito, um caminho longo na rua de trás ou em outra galáxia, tipo aqueles exercícios de completar linhas pontilhadas.
Tem sempre aquela hora que eu penso se vou me jogar no guichê da rodoviária ou fechar a janela de conversa. O Renan comentou que eu nunca falo dos barcos quando falo do mar, mas é que eu não tenho casa, eu tenho movimento, vou onde as meninas levam minha maré, até elas me arrebentarem.
É no peito que o mar arrebenta em mim (tipo a tatuagem da Bianca).
E nesse caminho pontilhado, reticente, eu sei que posso me ouvir e não quero esquecer isso. Que eu posso dividir meu rebento com as pessoas que também se arrebentaram.
E fica todo mundo fazendo carinho no meu machucado enquanto eu falo de um remédio que também pode ajudar o outro.
Dividir amor e todas as suas dores, dividir água, café e travesseiro. Melhor, sorrir em meio a tempestade, dividir sorriso em dias nublados.
Ouvir e comentar ou só ouvir. Ouvir de dentro pra fora.
Porque abandono dói, mas é bonito em sua totalidade, só não se deixa abandonar,  quando todo mundo se despede quem fica sou eu, meu nome sem apelido.
E se eu me esqueço de mim, esqueço do amor pra completar meu mapa pontilhado.
Meu mapa astrológico onde eu justifico com a vênus em touro o porquê de demorar tanto pra parar de doer.

as minhas lágrimas chegaram depois do telefonema, e eu adoro telefonemas, vieram depois da minha voz trêmula e a sua de doentinha, lembra que ano passado você também adoeceu nessa época?
promete que se protege do frio?
(do clima e da vida)
é que a gente é muito mais quente do que nossa imunidade.

se foi mentira, eu gostei de ser engaNADA

Bruna

Eu nem sei se você ainda vem aqui, e em 10 anos desse blog acho que os melhores e maior quantidade de textos que eu fiz foi pensando em você, talvez não os melhores pra mim mas para quem comenta sobre, todo o processo que eu vivi com você e até o processo que eu vivi para te superar me fez crescer muito e que bom que eu pude viver tudo isso, sentir tudo isso e passar por tudo isso da forma mais sincera possível, foram anos juntos e anos aqui mesmo sem estar junto.
Hoje não sinto o que eu sentia, nada em mim é visceral quando penso em você, mas quando te contatei não consegui dizer o que eu queria, por isso escrevo esse texto falado.
Você foi meu primeiro amor,  e amor não é só coisa boa, acho que você deve saber que estou passando pela mesma coisa, mas que dessa vez já tenho você na bagagem, como batalha vencida pra viver isso de forma mais clara.
Engraçado como você não machuca mais, como eu mal me lembro das coisas. Só que uma coisa permanece, a certeza de que eu te amei muito e foi bonito amar. Com você eu aprendi o que eu não queria pra mim, aprendi tão bem que não deixei acontecer de novo.
Foi com você que eu aprendi a falar dos meus sentimentos, a expor o que eu sinto, a dizer "te amo" em um dia quente de Santos (quase redundante) no seu quarto enquanto a gente exalava amor. Com você eu aprendi contar para as pessoas quando alguma coisa doía, aprendi a confortar alguém, a dar colo, carinho, a gostar muito de cachorro e a amar o outro como algo precioso que passa pela nossa vida.
Aprendi que as coisas acontecem para que a gente possa viver coisas melhores depois e isso me faz continuar nesse momento, porque se você não tivesse terminado, eu nunca teria vivido o que eu vivi depois e que eu tenho certeza que foi melhor para nós duas.
Aprendi sobre a minha fidelidade, sobre ser sincera com alguém mesmo que nos faça mal, e o melhor e mais precioso da nossa história: eu aprendi a deixar ir até parar de doer e só assim se doar de novo.
O que eu só percebi agora que passo por isso de novo é que eu aprendi a te perdoar por ter ido, que eu te agradeço de todo coração por isso, que me fez um bem danado como pessoa, como ser que quer evoluir nesse mundo.
E agora pra ser fofo como muita coisa que tem aqui nesse blog pra você, eu ainda me lembro da sua voz,  do seu jeito de falar o "r" e da sua boca bonita que eu não lembro mais do beijo.
Mas eu não sinto mais nada e isso me dá tanta esperança no mundo.

Em tempo, eu acho brega texto com nome direto no título, mas estou inspirada no livro da Maria Ribeiro.

Vic

Ó se você estiver lendo isso, eu só queria dizer que aprendi duas coisas com você. 
Uma é sobre o limite que é maior que o amor e isso tem muito a ver com amor próprio, a outra é nunca machucar nem ferir ninguém por estar ferida.
Por isso dessa vez eu tô comigo primeiro antes de querer que alguém se apaixone por ego.
Eu queria te escrever isso em um email, mas você não merece nada que venha de mim por tudo que eu te fiz.
Na verdade, eu espero que você não esteja lendo isso, mas eu precisava dizer isso para o mundo.

Uma vez eu escrevi aqui que eu escrevo pra mim, escrevo porque sangra e não é porque as pessoas me contam que leram que eu escrevo pra elas.
Uma das únicas barreiras que eu não deixo ninguém atravessar é isso aqui, esse site que esse ano faz 10 anos e eu comecei crua, limpa, ovo, com 17 anos.
Aqui eu escrevo o que sangra de mim.
E tem jorrado sangue.

sábado, 23 de junho de 2018

vocês sabem que o mar tem o poder até de mexer com a gravidade?
com o peso né?
Olha que coisa doida que eu acabei de pensar!
que cada mergulho meu, me tira um peso de algo grave, quanto mais imersa no meu mar, menos as coisas pesam.
não é gostoso descobrir nosso propósito?

reverso, otimista.

Hoje acordei 2 meses no seu passado, e mesmo dolorido, mesmo cada hora levando mais que as 8 horas que eu demorava pra chegar até você, o mundo continua girando.
disseram que to melhor, e tem dias que estou mesmo, escuto calada e penso comigo que ninguém sente a minha dor, que me obriga a escrever. (né Lucas?)
Não nos conhecemos mais, divido só o passado com alguém que eu amei tanto (eu ia dizer que se amaram, mas juro que não tenho certeza se foi mútuo ou só mais uma das suas aventuras e eu tento me exercitar pensando que o importante é o que eu senti, é até onde eu vou, não o outro)
E, na real, eu nem sei onde começa o passado.
Você é presente, Jana, mas não é igual.
Eu acho que ainda te amo, não é fácil sentir. É diferente, como se eu te amasse no pedaço que você se encaixou entre meu coração e meu sistema respiratório.
E se eu dissesse isso de boca fechada

Ai ai, eu dizia que a gente era comédia romântica indie, acho que só pelo estilo (as roupas, o casal lésbico descolado que se parecia), mas só que com final não feliz, o que categoriza como filme cult que no final a gente não entende nada.
Ou você pode ser aquela mina do 500 dias com ela, mas eu prefiro acreditar que não, que você não me levou na sua casa por engano, nem me apresentou na sua cidade, nem pegou na minha mão e desfilou pela UF mesmo depois que a gente tinha terminado, por engano. E teve as cenas em que me senti amada por mim e por você (e olha que forte isso).
Nesse filme eu nunca te coloquei como vilã, porque é tão cult que o conflito tá dentro do personagem principal que sou eu mesmo. Sabe ser vilã da própria vida? ou só tá descobrindo como amadurecer.
No meio dessa trama toda, que não é drama, meu único medo é não conseguir me entregar de novo, da forma como me entreguei.
Mas olha como a vida de quem escreve-falado é doido, só de escrever isso eu já sei que não tenho mais esse medo.
Porque, cara, minha parte "mocinha" tem como característica principal ser fiel ao que sente.

terça-feira, 19 de junho de 2018

Nem chinelo eu uso pra ter pé no chão.

Vivem os que pulam a onda do amor e tremem na base.
Aqui tudo deu uma acalmada, meu corpo já se encontrou nas camas.
Meu sono já tem rotina, mas eu ainda ando em corda bamba.
Ainda penso antes de tomar um gole.
Mas tem gente que eu quero beber no gargalo.
Meter a boca.
Que gosto tem?
Fico feliz em não ter perdido minha sede mesmo provando aquela
cachaça mineira que me deixou de ressaca.
Eu quero atravessar outros mares, outros lares
Formar outros pares
Mas pra isso tenho que firmar meus pés nas areias quentes.
Eu não gosto de usar chinelos, mas não tenho os pés no chão.

domingo, 17 de junho de 2018

O texto de hoje é sobre mim, sobre como eu aprendo a me encontrar, criei um pacto de segurança e pavor de ver qualquer coisa relacionada a você, assim vivo muito bem, já consigo enxergar falhas no que eu achava perfeito. Na nossa última conversa você disse que “atitude é sexy, Pacheco” e cara minha maior atitude tem sido ser eu e ser eu é também assumir não estar bem, estar passando por processo que me faz ver como sou um ser falho. 
Você na minha vida foi como enxergar uma cor nova, conhecer um artista novo ou se apaixonar por um quadro numa galeria. 
Você foi aquele sorriso que marcou meu corpo todo e é, mais que normal (humano), que eu tenha dificuldade em deixar ir. 
Mas eu estou conseguindo. Pra mim é difícil assumir que eu estou. 
Acho que pela primeira vez entendo completamente a frase do Amarante, saudade-eu-te-matei-de-fome, porque eu não procuro uma vírgula se quer sobre você, deixo as memórias virem no mesmo fluxo que deixo ir. 
E lembro sempre do que a Bea me disse “o caminho é só pra frente” 
E eu só vejo meus próprios pés e minhas mãos vazias, mas meu coração cheio. 


quarta-feira, 13 de junho de 2018

Auê, fusca azul, meu ovo

Hoje senti falta das nossas brincadeiras, eram tantas né?

terça-feira, 12 de junho de 2018

Sabe, meu bem (se é que ainda posso te chamar assim) eu queria saber como c tá, mas me machuca saber porque aí você conta como tem sido bom viver sem mim, que eu te prendia a sete chaves (pelo menos era o que tava na sua cabeça) e você não podia ser você, aí dói, mas queria saber como anda sua menstruação, o que você tem comido no café da manhã e como vai a comida do RU. 
Queria saber se você foi bem naquela prova e como andam os desenhos de arquitetura, saber se você tem dormido cedo ou se isso era só cena, saber da sua motoca e se algum usuário te deu algo hoje. 
Mas aí quando eu te procuro você vem com o seu jeito passivo agressivo dizer que foi bom só pra você amadurecer mas que já zerou o que tinha que zerar. 
Queria saber se você ainda usa o arsenal de meias que a gente construiu junto e se seu cabelo já tá com um comprimento bom na parte que a gente raspava. 
Queria saber se você lembrou de mim hoje ou se tá tão bem que me esquece o tempo todo. 


Eu? Eu já consigo me esquecer de lembrar e isso é bom mas nem tanto. 
Mas 

Bloco de notas 12 de junho de 2018 

terça-feira, 5 de junho de 2018

Uma das coisas mais gostosas da vida é falar “vem cá” e a pessoa ir, se aninhar. 
Dá tesão sabe? 

domingo, 27 de maio de 2018

não quero te julgar por falta de amor ao nosso par,
me afastei porque agora seu amor é sobre si
e o meu ainda sobre nós. 

Saudade, eu te matei de fome.

toda vez eu penso como outra pessoa pode fazer tanto a nossa cabeça? pode morar na gente de aluguel com contrato longo? mesmo depois que se muda, deixa o cheiro, as marcas dos pés, as roupas usadas e as cores das paredes.
como alguém pode nos pertencer fazendo falta?

calma, Ana.

Hoje é mais um dia que eu tentei, mais um dia que esmaguei meu coração com a minha mente, tentando pensar "tá tudo bem, você vai ficar bem, já passou por isso".
Tentei retirar minha culpa de ter perdido mais alguém que eu amava.
Percebi, em uma das falhas que você já superou, já nem lembra das nossas manhãs de domingo e depois de chorar entre uma sombra de árvore e outra conclui, como muitas vezes, que a vida é muito mais sobre os que se entregam dos que os que saem ilesos.
A vida e a arte é muito mais sobre as cicatrizes.
E se você me diz pra cicatrizar, como quem olha um machucado de outro corpo, eu respondo pra mim mesmo que eu tô viva, entregue, sentindo o que vier.
Escolho apreciar a vida, mesmo na dor, porque meu coração merece.

Me coloco inteira em tudo que vivo.

Uma hora o amor vai bater, e eu vou arrebentar meu mar de novo, espirrar água para tudo quanto é lado.
Arrebento.
Molhar outras pessoas e pedir pra que elas fiquem por perto com um pedaço de mim.
E eu vou pensar que o amor voltou, mas ele nunca foi embora, tava escondido.
O amor por mim mesmo.
Vai vir de dentro pra fora, e transpirar na minha pele com a luz do sol.
Porque meu amor é minha capacidade de resistir, de reviver, de sair lá do mergulho sem pé até a cabeça pra fora d'água.
Respiro.
existem os dias de pé sem chão, ruins, doloridos, agarrados,
mas tem também os dias de boiar no mar, na marola, marota e soltar o corpo, sentir a luz.
Evaporo.
acho que eu tenho feito o que posso com tudo isso,
acho que tenho vivido a vida da melhor forma.

eu sei que tem muito de você no que eu amo,
mas também tem muito de você na sua partida.

capítulo 27 (anos)

precisava desse desamor
pra aprender sobre me amar

Saudades da Morena

se a gente parar de se falar, se nos cortamos pelas raízes, pelo fio que passava coisas do meu coração ao seu,
se tudo isso acontecer,
me manda uma música,
me escreve nos muros da sua cidade
ou me lembre nos seus passeios onde passeamos.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Bordado e os pontos que a gente aprende...

Observei os bordados que você me deu, fiquei pensando na agulha que você usou para embaraçar
cada pedaço daquilo, pensando no que você sentia enquanto me fazia um presente tão bonito.
As linhas que a gente usou pra chegar nos nós, entre nós agora mais nada, nem nós, nem linhas, nem presentes e presença.
Lembro de olhar para eles há tempos atrás e pensar que a vida era boa sim.
A vida é boa, 2016. Nosso 2017. E vai ser boa 2018, vai sim.
Sei que vou me sentir assim daqui uns anos quando reencontrar seus bordados e seus pontos reticentes no fundo do guarda-roupa.
Sabe, eu reparei, que eu não queria firmar meus pés não, mas eu já quis voar junto, voar sobre os oceanos e o mar de morros, me firmar só no seu peito.
alguns pontos que ficaram sem nó:
Idade só virou problema depois que você não queria. nunca foi tema de nada pra gente, fazia parte do nosso inteiro.
seus olhos e seu cabelo ficam dourados no sol, nunca te disse isso, o resto dos elogios acho que fiz todos. eles vieram de dentro onde eu amadureço cada dia. Tipo aquela cena de Juno que ela fala pra ele "você é de ouro, cara" eu sempre pensei nisso, mas achava brega e é.
escrevo para chegar até meu coração, mas quanto mais me aproximo dele, mais difícil é te deixar.
eu queria meu lápis colorido  só para colorir o cinza que eu insisto em enxergar, verdade ele era uma lembrança boa. 
seu strogonoff é muito bom, mas você não sabe fazer miojo.
eu acho que vi você indo embora, não exatamente, mas eu vi que tava estranho.
eu tentei tudo que podia - e continuo tentando - pra ficar bem e te fazer bem.

eu fui muito feliz com você.
Não existiu fim para as coisas que a gente viveu na alma.


Um mês depois

Porque às vezes eu me achava linda,
linda e enxergava você ali me olhando.
Ou beijando o corpo,
os peitos  (escrevi seios e apaguei, prefiro Peitos)
e a nuca.
Às vezes eu me achava feia mas te achava linda.
Às vezes você acordava com a cara muito inchada,
os olhos pequenos e um puta dengo.
E eu sabia que era exatamente ali que eu queria estar,
seja qual cama fosse, qual cidade fosse, o espaço era blur.
Porque às vezes eu era segura
e no mesmo dia muito insegura.
Não adiantou de nada porque hoje eu perdi.
Nem valeu ficar aflita por insegurança
se era uma coisa inevitável e aconteceu.
Porque você disse, da última vez,
“será que zerei a Pacheco?”
- não, meu amor, porque nem eu me zerei, eu sou mar,
eu sou S sem fim, variação de humor, gentileza
e praticidade.
Eu mudo o tempo todo, mudo de lado, de caminho,
de sentido e de eixo.
E com isso eu aprendi que a segurança tá aqui
com ou sem tu. Dentro de mim, onde eu cresço a
cada choro e a cada sorriso.
Tem uma coisa que sempre fica,
mesmo aos pedaços, meu coração, florescendo.
Porque eu cheguei naquela rodoviária
me achando linda, triste e perdida.
Não me achei ainda, mas cada dia me procuro de um jeito
diferente.
De um jeito eu me seguro.

(texto tirado do bloco de notas e escrito no metrô entre
 as estações fradique coutinho e luz da linha amarela
do metrô paulistano no dia
17 de maio de 2018)

Caixa Bela Artes e nosso eixo quebrado.

Você devia ter abandonado nosso filme na metade,
quando a gente foi no Caixa Belas Artes
assistir Como Nossos Pais,
depois da vez que você escreveu pra mim na lista
e a gente viu Eu, Daniel Blake.
(estávamos lindas esse dia e nunca mais te vi
com aquela camisa branca e
flores em tons vermelhos)
Assim não teria sido tão triste
e não nos machucaríamos,
mas você ficou e talvez
porque eu te convenci varias vezes a ficar.
Ou você me convenceu a ir embora na segunda-feira.
Mas eu já entrei topando a parte triste, né?
Já entrei correndo os riscos que eu disse que queria,
eram esses:
me entregar de corpo
alma e
eixo.
Depois te assistir sair de cena.
Aos poucos e de uma vez.
Assistir os créditos na estrada das nossas viagens de
Cometa.
Nosso filme triste estilo
Coppola e Spike ou a música Janta. San Junipero.
Mas o amor, meu bem, ensina a gente a deixar doer.
A deixar ir, como as salas de cinema.

(texto tirado do bloco de notas e escrito no metrô 18 de maio de 2018)

sexta-feira, 11 de maio de 2018

MAIO 2018

Voltei umas 10 casas do nosso amor pra entender o que aconteceu e a única resposta que encontrei foi o tempo. O desgaste da tigela do shrek, lembra? 
Esse mesmo tempo que me agarro agora pra deixar que as coisas se ajeitem. 
Tem gente que me diz que se for pra ser, será. Só que nessa hora a gente tem que pensar que não foi pra ser, não mais. 
Ouço aquela música Sufoco - do mesmo Silva que já embalou tanto nossos dias contados - e agora me dá força pra conseguir passar mais essas horas aceitando. 
Lembro das suas mãos em concha no meu rosto levando meus olhos aos seus, como se ali já não fosse o lugar preferido do meu olhar. 
Te reparar sempre foi minha atividade favorita enquanto habitávamos o mesmo espaço. 
Seu jeito de andar, eu sei que não me esqueço, as cores da frequência que você vibra. 
“Eu preferi o amor, isso é como sou”
As mãos dadas na cama mesmo sem ir a lugar nenhum, uma doação de alma, de energia, de troca. 
E o teto projetor de momentos. 
Tem dias que meu coração se acalma e pensar não dói, nesses dias eu gosto de te escrever no meu bloco de notas. Reunir meus momentos preferidos e sorrir sozinha no metrô. 
Concluo voltando ou avançando casas que você é linda/lida em mim.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Pra mim montanha.

A janela que você (me) abriu.
O mar de morros e todo o horizonte das milhares de coisas que eu aprendi com você,
desde saber que eu poderia amar de novo até a dor que a gente lida no final.
Antes de você chegar, eu abria uma fresta da janela e deixava o sol entrar.
Meu banho de sol matinal era tão eu.
Você me veio, feito sol, entre as persianas algum tempo depois que eu acordava.
Depois, antes de abrir os olhos, eu já abria a janela e o sol me invadia de um jeito bom e quente.
Um pouco depois eu já dormia com a janela aberta e ele me acordava como ou com um beijo. Iluminava meus peitos e eu me sentia bonita. Perfeição dos pés ao coração.
No meio, eu dormia com mormaço quente mas sem luz.
Procurava meu canto no meio do que já não me esquentava.
Até que hoje eu acordo no escuro vazio e solitário das noites, meu peito dói e eu tenho medo que não passe.
A única janela que abre é a do celular.
Mas isso é tão eu também.






terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Quando Você Olha Pra Ela - Jana Condé (Cover)

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Mar.

eis que nos colocaram na beira-mar
eu amo isso de beira-mar, eu amo isso de beira, de beirar alguém,
como eu te beiro, como "eu te chego pelas beiradas" ou só fico por lá.
nos colocaram ali com os pés nas ondas curtas, baixas, pequenas e extensas
feito nós

molha os pés mas preenche o corpo todo
dá pra sentir dentro, o calor e até o pouco calor das águas que nos invade

de repente

como uma batida que muda a música
a onda sobe pelas nossas pernas
invade nosso corpo pelo meio das pernas
tem gente que foge, corre, volta para a areia
seca

- Não, aqui não!
Aqui a gente vai até a água chegar no peito
até dar medo de voltar
até a marola tirar nosso pé do chão

e repete

como as ondas
e é tanto "de frente para trás" e "de trás para frente"
que a gente não entende mais onde começa e termina
nossa onda



engolir sapo

eu tenho mania de olhar as pessoas nos olhos,
mania de passar verdade em quase tudo que sai da minha boca
e em tudo que já está dentro dela.

tenho mania de engolir gente e encher meu coração.
tenho mania de engolir gente igual engulo saliva, assim sem perceber.
engolir gestos e cheiros, memórias e derrotas.
engulo a seco
e só quando percebo
bebo água.

não tenho saco para engolir sapo
mas sou adulta
e isso é o que a gente faz de melhor
engole sapo, perereca, qualquer anfíbio
só para permanecer.
não é o meu ser.


2018

tem ano que vem de uma vez, bum!
tem vez que vem de um ano.
tem que ano que vem de
eu te amo.