domingo, 24 de novembro de 2013

Mergulho 2. Nada de orgulho.

A gravidade me puxou para a mesma água de novo. Nos meus ouvidos, as palavras me empurraram e não deu pé pra mim. Cai nas armadilhas da correnteza. As coisas vão acontecer ou não vão acontecer porque é assim. Nada em vão. Minha experiência com o fim parece nunca ter fim. Essa água se mistura com as minhas lágrimas que, junto com o mergulho, voltaram a aparecer. Encontro rochas no caminho e vou de encontro de um lado para o outro. 
Novamente busco o chão quero impulso, dessa vez sabendo que ele está ai. A vida está ai.
Já enxerguei outras águas que são mais calmas, mas ainda não entrei com tanta profundidade a ponto de tirar os pés do chão. 
Mergulho. Me orgulho. (parte 1)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Eu me lembro de coisas que a maioria das pessoas esquecem.

Tem sempre uma lembrança no meu caminho quando eu quero seguir em frente.
As lembranças tem sido meus obstáculos. E o novo é minha superação.
O tempo se encarrega de misturar o novo com o velho e me fazer melhor.
Talvez não só o meu estado, mas como pessoa mesmo.
E que delícia viver tudo isso de novo.
Outras pessoas, outros lugares, outros sorrisos, brincadeiras, dores, saudades, músicas, outros meses, anos e outra vida.
Sim, outra vida. Se aquela morreu com o fim, outra vem com o tempo.
A minha diferença é que mesmo assim eu vou me lembrar pra sempre de cada detalhe, mesmo que já não me doa. Porque as almas são assim, mudam de vida, mas carregam as essências.
E, se me permite, vou te contar um segredo. Eu já não acordo e durmo pensando em você. As vezes vem de repente, mas eu me encarrego de te repelir, porque a sua lembrança já não me faz bem.

É preciso aprender a controlar a lembrança, sem deixar ela te invadir e levar sua felicidade.
Mas se por acaso lembrar de algo engraçado dentro do ônibus, deixe que o ataque de riso venha. Deixe que as pessoas te achem louca, porque você é.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Não existe ninguém mais sozinho do que o Rei do Camarote.

Ainda que as pessoas sintam prazer quando outras sentem inveja delas, isso não é legal. Mas eu não sinto inveja, sinto dó. Assim como sinto dó de mim e de todas pessoas que, em algum momento da vida, se preocupou mais em mostrar o que tem do que viver aquilo.
Cada foto, cada video, cada ego.
Todo rei é sozinho.
A linha tênue entre as pessoas se aproximarem por interesse ou porque gostam da sua companhia.
E talvez essa garrafa seja mais importante que cinco minutos de conversa com o Rei.
O seu sorriso não faz bem a ninguém, mas o seu dinheiro faz. Ninguém realmente te enxerga e é isso mesmo que você quer.
Prefere que as pessoas enxerguem o que você pode comprar, porque o que você é pode não agradar.
Dinheiro sempre agrada.
Não há nada mais triste que ser sozinho em meio a multidão.
E eu sei lá se o sangue da sua Ferrari é o que me aperta no Metrô.
Eu só sei que no final de semana, eu não tenho carro, nem roupa de grife, muito menos mais de cem reais para gastar, mas eu me divirto com os meus amigos e família do mesmo jeito. E se eu precisar chorar eles vão me abraçar.

"Trajava sunga e nunca usara um terno. Pensava ser um eremita moderno. Dizia "ao reino da alegria me entrego, porque aqui jaz o cadáver do meu ego". Desencontros e encontros no teatro do acaso. Há superfície no profundo, e um fundo no que é raso. A sincronicidade unifica o que é distante. Nascimentos e partidas num mesmo instante. Novos Baianos, Funk Melody, Eletroprog, Blocos de rua, folclore e rodas de hardcore, Biologia, História Antiga, Mecânica Quântica, Cerveja de boteco e a flora da Mata Atlântica. Somos um pouco de tudo, e muito de cada pouco. O espaço vazio de um polígono oco. Somos os pingos da chuva e a água dentro do coco"