terça-feira, 10 de dezembro de 2013

"A vida é uma roda gigante, cada supressa é um frio na barriga."

A vida não é roda gigante.
É xícara maluca, porque enquanto a roda gigante gira, a gente gira em círculos menores em ciclos de todos os tamanhos.
Acelera a rodada e logo depois deixa lenta.
E de novo e de novo.
Depois ama tanto aquele ciclo que quer que ele dure mais até que ele te faça vomitar o prazer do momento anterior.
Não menos importante é a tontura que, a quebra ou briga e até decepção, causa.
E chora de tanto rir. E sorri enquanto chora.
Nem sempre acompanha o ritmo, mas sente a mudança, mesmo querendo mudar.
Mais ainda quando não quer.
Grita alto porque causa tanta euforia que não cabe aqui dentro.
E quando está quase parando, resolve girar na direção contrária.
Na revolta procura o caos dando voltas.
Roda muito rápido e só percebe quando diminui.
Enxerga as coisas a sua volta.
Sente saudades da rodada anterior e de todas as outras.
Aprende a controlar quase todos os ciclos.
Até que um dia se prepara e para.


Se levanta e deixa as pessoas continuarem.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

aquele meio segundo

em que a gente percebe que vai ser beijado e fecha os olhos.
ou aquele meio segundo
em que a gente vai beijar alguém e consegue ver os olhos se fechando, como uma entrega.

e é a última vez que a gente raciocina até o fim.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Eles passarão, eu passarinho...

Quer saber? Eu te amo. Pra caralho. Mesmo.
Só que eu não desejo sua felicidade com outra pessoa que não seja essa trouxa que está te escrevendo. Tomara que você se foda, que procure em todos esses corpos o meu corpo, o meu sorriso, meu nome e tente todos os dias esquecer da minha voz te dizendo o quanto eu te amo. E que todo esse vazio nunca se preencha. Até porque você nunca me deu valor. Eu te amo de qualquer jeito e todos os dias com a mesma intensidade. Não desejo bem, pra quem me faz mal. Me faz triste e se faz triste. É egoísmo do mais nojento, mas é sentimento.
E sobre isso você deve entender, todas as vezes que eu choro te pedindo de volta. Aquela felicidade que você sente lá no fundo (ou até no raso) em me ver sofrer.
E se tem uma coisa que eu aprendi com isso tudo, é não trocar minha felicidade pela sua.


domingo, 24 de novembro de 2013

Mergulho 2. Nada de orgulho.

A gravidade me puxou para a mesma água de novo. Nos meus ouvidos, as palavras me empurraram e não deu pé pra mim. Cai nas armadilhas da correnteza. As coisas vão acontecer ou não vão acontecer porque é assim. Nada em vão. Minha experiência com o fim parece nunca ter fim. Essa água se mistura com as minhas lágrimas que, junto com o mergulho, voltaram a aparecer. Encontro rochas no caminho e vou de encontro de um lado para o outro. 
Novamente busco o chão quero impulso, dessa vez sabendo que ele está ai. A vida está ai.
Já enxerguei outras águas que são mais calmas, mas ainda não entrei com tanta profundidade a ponto de tirar os pés do chão. 
Mergulho. Me orgulho. (parte 1)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Eu me lembro de coisas que a maioria das pessoas esquecem.

Tem sempre uma lembrança no meu caminho quando eu quero seguir em frente.
As lembranças tem sido meus obstáculos. E o novo é minha superação.
O tempo se encarrega de misturar o novo com o velho e me fazer melhor.
Talvez não só o meu estado, mas como pessoa mesmo.
E que delícia viver tudo isso de novo.
Outras pessoas, outros lugares, outros sorrisos, brincadeiras, dores, saudades, músicas, outros meses, anos e outra vida.
Sim, outra vida. Se aquela morreu com o fim, outra vem com o tempo.
A minha diferença é que mesmo assim eu vou me lembrar pra sempre de cada detalhe, mesmo que já não me doa. Porque as almas são assim, mudam de vida, mas carregam as essências.
E, se me permite, vou te contar um segredo. Eu já não acordo e durmo pensando em você. As vezes vem de repente, mas eu me encarrego de te repelir, porque a sua lembrança já não me faz bem.

É preciso aprender a controlar a lembrança, sem deixar ela te invadir e levar sua felicidade.
Mas se por acaso lembrar de algo engraçado dentro do ônibus, deixe que o ataque de riso venha. Deixe que as pessoas te achem louca, porque você é.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Não existe ninguém mais sozinho do que o Rei do Camarote.

Ainda que as pessoas sintam prazer quando outras sentem inveja delas, isso não é legal. Mas eu não sinto inveja, sinto dó. Assim como sinto dó de mim e de todas pessoas que, em algum momento da vida, se preocupou mais em mostrar o que tem do que viver aquilo.
Cada foto, cada video, cada ego.
Todo rei é sozinho.
A linha tênue entre as pessoas se aproximarem por interesse ou porque gostam da sua companhia.
E talvez essa garrafa seja mais importante que cinco minutos de conversa com o Rei.
O seu sorriso não faz bem a ninguém, mas o seu dinheiro faz. Ninguém realmente te enxerga e é isso mesmo que você quer.
Prefere que as pessoas enxerguem o que você pode comprar, porque o que você é pode não agradar.
Dinheiro sempre agrada.
Não há nada mais triste que ser sozinho em meio a multidão.
E eu sei lá se o sangue da sua Ferrari é o que me aperta no Metrô.
Eu só sei que no final de semana, eu não tenho carro, nem roupa de grife, muito menos mais de cem reais para gastar, mas eu me divirto com os meus amigos e família do mesmo jeito. E se eu precisar chorar eles vão me abraçar.

"Trajava sunga e nunca usara um terno. Pensava ser um eremita moderno. Dizia "ao reino da alegria me entrego, porque aqui jaz o cadáver do meu ego". Desencontros e encontros no teatro do acaso. Há superfície no profundo, e um fundo no que é raso. A sincronicidade unifica o que é distante. Nascimentos e partidas num mesmo instante. Novos Baianos, Funk Melody, Eletroprog, Blocos de rua, folclore e rodas de hardcore, Biologia, História Antiga, Mecânica Quântica, Cerveja de boteco e a flora da Mata Atlântica. Somos um pouco de tudo, e muito de cada pouco. O espaço vazio de um polígono oco. Somos os pingos da chuva e a água dentro do coco"

domingo, 27 de outubro de 2013

despertador.

Clube da luta emocional.
A vida essa eterna dor no esôfago.
Essa girafa que vai da mente ao pé.
Coração, cérebro. Dores e mais dores.
Dias inteiros me carregando vazia.
Desculpe, meus amigos, mas não consigo oferecer nada de bom.
Esse talvez não seja mais o meu mundo. Dormir sempre foi o jeito perfeito para se esquecer/esconder das dores, culpas, medos, traumas e esôfago.
Imaginem dormir para sempre?

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

"Há quem diga que todas as noites são de sonhos."

Há quem diga que a gente morre e nasce sozinho, eu discordo.

A gente morre em um acordo
depois de um acorde,
não acorda.

Morrer é sonhar para sempre, é dormir pelo mundo.

Mas quem morre, deixa alma, deixa lembranças, deixa manchas em outras vidas.
E quando a gente morre leva toda a influência que teve no mundo com a gente.

Até nascer de novo.

Por isso não nasce nem morre sozinho.

Mesmo assim, concordo que é difícil viver sozinho.
O meio é sempre mais difícil que o começo e o fim, mas o meio do fim é mais difícil do que viver qualquer coisa.

O meio do fim é quando já se sabe que está no fim, mas ainda o vive porque está preso as lembranças, porque está preso pela alma.
Comparado a uma narrativa, o meio do fim é o clímax.
Comparado a um gráfico, o meio do fim é o maior ponto, em que o gráfico para de subir e começa a descer.
O meio do fim é aquela parte das músicas que vem depois das estrofes e antes do refrão final.
O último beijo, a última noite, mas não o último dia.
Não é "oi" nem "tchau" é o "por que?".
O meio do fim é o motivo do fim.
Já não chora, mas também não sorri.

"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te."



terça-feira, 15 de outubro de 2013

Mergulho. Me orgulho.

Sofrer de amor é como pular em uma piscina, lago, rio ou mar com profundidade grande.
Você deixa a gravidade levar seu corpo (porque não tem controle) até o fundo, onde seus pés encostam no chão.
Nesses segundos você pode escolher se, com o toque, quer pegar impulso e subir ou afundar de vez.
Se sobe, consegue chegar até a superfície onde volta a respirar e pode continuar a nadar.
Se afunda, uma hora seu corpo acaba subindo sozinho, mas você pode já estar morto.

Eu escolhi, por impulso, pegar impulso.

domingo, 13 de outubro de 2013

Eu quero um amor desses de cinema...


Eu quis.
Mas só tinha pipoca.

eu escolhia de um jeito doce, pipoca doce.
Ela salgada, sem sal.

E no fim ela sempre saía satisfeita.

e eu toda suja, lambuzada, com pipoca na camiseta.
e com sede.

sede de um pouco mais daquela nossa rede.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Daqui pra frente.


Nós não vamos mais nos beijar. Eu não vou mais tirar fotos suas e nem te irritar olhando fixamente para você enquanto estiver concentrada em outra coisa. Eu também não vou mais sair do banho dançando enquanto você me observa rindo até você ficar brava e me mandar fechar a janela.
Você não vai mais me deixar deitar no seu colo pelo interesse de tirar os meus cravos enquanto eu reclamo daquela dorzinha que é tão pequena perto da que eu tenho hoje.
Nós não vamos mais passar tardes assistindo séries, filmes ou jogo do Palmeiras e você não vai mais reclamar porque as vezes eu durmo no meio da exibição.  Eu não vou mais acordar sem querer de madrugada e te dar um selo antes de dormir de novo. E nem você me dar um antes de trabalhar enquanto eu estou mole de sono.
Você nem vai mais precisar pedir para eu colocar o chinelo.
Não vamos mais trocar mensagens de "bom dia"e nem "boa noite"seguidos por adjetivos cheios de amor.
Não vamos mais discutir para ver quem vai apagar a luz e eu não vou mais te pedir para pegar água.
Não vamos mais engordar juntas e nem fazer planos para emagrecer.
Até porque nossos planos não vão se concretizar.
Tudo isso poderia acontecer de novo, mas não vai, porque acabou.
Acabou, o verbo da dor que não cabe "re"como prefixo.
Dói proporcionalmente ao bem que fez.

***

E, fatalmente,  depois de um tempo vamos nos encontrar em um fim de tarde no metrô lotado. E eu vou perguntar dos seus cachorros, você vai falar da minha maturidade. Vamos comentar sobre trabalho, mas eu vou precisar descer no Tucuruvi  e você no Jabaquara. E a gente vai perceber (de novo) que a nossa distância não está só em lados opostos do metrô.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Não ultrapasse a linha amarela.

A superioridade com que ela sempre me conduziu. Aquelas bolas pretas, como jabuticabas, que são os olhos dela. Uma das coisas que sempre me enfeitiçou.
Lembro até que ela me ensinou a comer Jabuticaba na nossa última tarde junto.
Lembro como quase todo argumento meu era quebrado pela autoridade da voz dela. Como aquele video que ela diz "Luisa". Meu nome, mas que poucas vezes a gente se chamava pelo nome. De repente nossos nomes se tornaram apelidos, se tornaram como o amor. Que se constrói quando se convive, quando se vive.
E então ou talvez por tudo isso quando ela me mandava não ultrapassar a linha amarela, eu não ultrapassava. Até um dia que eu ultrapassei em um surto de desobediência, tentando uma brincadeira sem graça e que acabou para sempre com a nossa graça. E todo o nosso legado nunca foi o mesmo. E nunca mais será.
E todas essas lembranças que você me deu, até o simples ato de olhar na janela me maltrata, porque eu lembro quando você vinha e eu te via descer as escadas, arrumando os cabelos e linda. E de como você beijava minha nuca antes da gente dormir e me fazia cócegas. E a gente ria dos dogs e da vida.
Lembro do cheiro da sua roupa e de como eu gostava do cheiro de quando a gente acordava. O cheiro do nosso suor de sono que se misturavam. Lembro de acordar com dores no pescoço porque a gente preferia dormir entrelaçadas do que dormir bem.
Eu gostaria que a gente pudesse ter feito alguma coisa, que a gente tivesse provado nosso heroísmo contra o fim do amor. Queria que a gente percebesse que não importa o que seja não seria o fim.
Apesar de que no final alguma coisa acabe matando, que a gente poderia sobreviver a tudo exceto a última coisa que nos mata.
Mata a alma sem arma.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O teorema de katherine - John Green.

"Conseguiram não fazer barulho, em parte porque parecia que todo o ar havia sido tirado dele. Paradoxalmente, Colin sentia como se o término do namoro fosse a única coisa acontecendo em todo o planeta escuro e silencioso, e, ao mesmo tempo, parecia que aquilo não estava acontecendo de fato. Ele sentiu sua atenção desviar da conversa unilateral e sussurrada e começou a se perguntar se talvez todas as coisas grandes, dolorosas e incompreensíveis seriam paradoxais.
E parecia que pedras e paus estavam atingindo de dentro para fora, era uma dor palpitante e depois aguda logo abaixo da caixa torácica, e foi aí que ele sentiu, pela primeira vez, que partes das suas vísceras lhe havia sido arrancada.
Katherine tentou ir embora da forma mais rápida e indolor possível, mas assim que declarou que precisava sair de qualquer jeito, pois tinha hora para chegar em casa, Colin começou a chorar. Ela segurou a cabeça dele encostada nela. E mesmo se sentindo patético e ridículo, Colin não queria que aquilo acabasse, porque sabia que a ausência dela doeria mais do que qualquer outro fim.
Mas Katherine foi embora mesmo assim e ele ficou sozinho no quarto, tentando encontrar um anagramas para mepedaçoperdido na vã tentativa de pegar no sono."

terça-feira, 10 de setembro de 2013

500 dias com ela, no meu caso já foram quase 1000 dias. E tem mais.

Odeio estar loucamente apaixonado por ela, odeio quando ela dá aquele sorriso maravilhoso e acaba comigo ou quando ela dá aquela jogada de cabelo provocante e me deixa doido. Odeio como os joelhos dela são perfeitos, odeio como ela lambe os lábios antes de falar, odeio o som da risada dela, odeio a aparência dela enquanto ela dorme e odeio ouvir essa musica, porque toda vez me faz lembrar do pouco tempo que estive ao seu lado. Odeio como ela me faz sentir agora: como se ainda existisse ”nós”, como se meu mundo estivesse preso ao dela e de alguma forma qualquer coisa que ela faça não me faz deixar de gostar dela. Odeio quando ela cochicha em meus ouvidos e me faz arrepiar, odeio o jeito dela, odeio quando ela pisca pra mim como se estivesse me chamando quando na verdade não está. Odeio sonhar com ela e toda vez que acordar desejar do fundo do coração que ela esteja comigo todos os dias; odeio quando ela me abraça e meu coração começa a bater cada vez mais rápido e mais forte; odeio quando ela me beija e faz meu corpo todo estremecer; odeio a forma que a boca dela fica depois de uma risada. Odeio olhar nos olhos dela e não saber o que eles querem me dizer e odeio ver todos os filmes simplesmente por saber que sempre, todo sempre irei lembrar dela. Dizem que para esquecer alguém que você goste muito, você precisa transformá-lo em literatura. Sendo assim, escreverei livros a minha vida toda e mesmo assim não conseguirei me livrar de você.

domingo, 8 de setembro de 2013

"Mas se nada do amor restou,não se culpe pelo bem que fez. Apenas não finja mais. Fim jamais. Bem que eu te avisei sobre voltar eu sabia não seria simples. A distancia não importa, o mal entendido nem sempre ganhará do amor. Eu aprendi assim e se for melhor tudo ficará bem.

Tire os olhos tristes
Lá o sol pode castigar
Mas daí gotas serão bem-vindas "

domingo, 18 de agosto de 2013

Carta ao Dinamite.

Meu amigo, sinto sua falta, mas a minha vida está muito mudada, as coisas se bagunçaram e se arrumaram, mas não há certezas.
A única certeza é que agora você sorrirá no canto da boca pensando que "isso não é desculpa". E você está certo, eu odeio admitir, mas está.
Não há desculpa pelo meu sumiço. Me falta inspiração, eu sempre te falei da minha falta de inspiração no meio da confusão. Só consigo me dedicar quando curto a marola da onda que já passou e se prepara para devastar outros pontos em tempos nada distantes.
Talvez seja por isso minha deficiência em terminar coisas que começo.
Está tudo bem, mas tudo apreensivo, ela voltou, mas não por inteiro. Tenho um emprego, mas é temporário. Tenho ideias, mas raramente consigo escrevê-las. As vezes nem consigo vê-las.
Estabilidade é questão de tempo e talvez não seja isso que me aflige.
Ando na fase em que o amor dela é quase tudo que me move, um medo de perder que me faz perder.
Estou rindo porque consigo te ver rindo de tudo isso, tentando me mostrar (e sabendo que só eu vou perceber) que isso é falta de amor próprio.
Falta de felicidade é depositar a felicidade no outro. Tristeza, né?

  "O problema com os mortos é que você acaba sendo considerado um crápula se não romantizá-los, mas a verdade é...complicada, acho(...) Gostava de achar que a Caroline tinha me escolhido como uma única pessoa no mundo que não ia odiar, e assim nós passávamos o tempo todo tirando sarro com cara dos outros, sabe? (...) Então lá estava aquela menina sem um quinto do cérebro e que acabara de ter uma recorrência do Tumor dos Imbecis, e ela era o protótipo do heroísmo estoico de criança com câncer. Ela era... quer dizer, para dizer a verdade, ela era uma megera. Mas não dá pra dizer isso, porque ela carregava aquele tumor e também porque ela está morta. Ela tinha motivos para ser desagradável, sabe?" ( A Culpa é das Estrelas, Página 159)

Nada faz sentido, então tudo é sentido.
Sinto tanto por tudo, sinto por não conseguir escrever regularmente e por depositar toda a minha calma em algo que não se acalma.
Por vezes, amigo, penso na morte como um caminho para acalmar, mas não tenho coragem, então penso em doenças, em "meios caminhos andados" os quais posso me isentar de qualquer culpa.
Não gosto de escrever cartas tristes, mas as cartas são feitas para grandes acontecimentos.
E o que acontece é confusão pesando para tristeza, então te deixo com a minha falta de felicidade. Sou ingrata, eu sei.

Abraço para quem sempre me abraça.

Me responda, Dinamite! Mal posso esperar por sua longa carta me dando broncas.

Dinamite, você é meu dinamito.







quarta-feira, 10 de julho de 2013

A alma do gigante.

Não sei se o gigante acordou, não sei se ele adormeceu, só sei que aqueles dias vão ser memoráveis.

(Nunca fui ativista, nem entendo sobre política. E sim acho horrível dizer isso, porque eu dizer "não entendo de política" é dizer "estou bem sendo cego". Mas, como boa ariana,  sempre tive uma certa tendência para ir contra as coisas. Pessoas, opiniões e senso comum. Uma certa consciência social que existe pra ir contra os padrões. Também tenho tendência a ir para o lado esquerdo da estrada, só que isso é criação, é como a minha família me mostrou o mundo).

E foi lindo. Mesmo que tenha sido uma mentira, as melhores coisas do mundo podem ser mentira contanto que sejam verdade na alma.
Uma alma não pode ser escondida, um gigante sem alma não muda, sabe.
Alma gigante que se manifesta através de gritos ensurdecedores e músicas que viram mantras. No centro, nas ruas, nas janelas, nas bandeiras. Alto, uniforme vivo e sem disciplina.
Grita lá de dentro com a essência da essência.
E o que fica transforma. Transformou. Naquele momento.
Hoje a alma do gigante dispersou, nunca teve foco. Só sentimento.
Racionalidade é luxo na multidão.
A alma precisa viajar, conhecer outros corações, precisa de excesso.
Caso contrário, vira prisão e pressão. Vira plenário. E lá, credo, é o conto do vigário.

terça-feira, 11 de junho de 2013

A Culpa é das Estrelas.

Há muito tempo não lia um livro que virasse um pedaço de mim.
No mundo da literatura os leitores é que se tornam pedaços do livro e compartilham pensamentos dos autores. Mas eu juro que nesse livro ele também se tornou um pedaço de mim. Uma parte triste e também bonita que me colocou em um gráfico perfeito de emoções.
Não me sinto amiga dos personagens, nem sinto que os conheço, eu apenas sinto que vivi junto com o narrador a história, me coloquei como uma criança ouvindo a mãe ler o conto de fadas para adormecer. Eu adormeci acordada em uma história linda. E não é preciso escrever "estória"ao invés de "história" porque no meu mundo ela aconteceu e me transformou. E que pedaço lindo que eu tenho dentro de mim.
 "Não se imortaliza a perda escrevendo sobre eles. A escrita enterra, mas não ressuscita" Pág 106.
Puta que pariu.
Mas cada vez que eu ler esse livro ele vai ressuscitar para mim, mesmo eu achando que ele não morre mais aqui dentro. Não entra no meu esquecimento, algo como a fé.
Talvez agora eu entenda como as pessoas depositam vidas inteiras em bíblias. Por favor, não estou dizendo que esse livro se torna uma bíblia para mim, mas me torna melhor. Só estou dizendo que finalmente consegui entender para onde os fiéis vão quando colocam a bíblia de baixo do braço. Não concordo, mas entendo.
Ontem, quando eu acabei de ler e adormeci chorando (não me sentia realmente triste com um livro desde a morte de Dumbledore haha)  por tudo que eu tinha vivido dentro dele eu entendi que a escrita constrói esse mundo. Muito mais que qualquer documento com números e nomes que identificam coisas e pessoas. A escrita é o senso comum, é a viagem que a gente faz sem sair do lugar. Que delícia poder ler, entender e viver. Hoje eu tenho certeza que quero viver da escrita, viver de algo que faça as pessoas virarem um pedaço das minhas palavras. E que eu vire elas, em um paradoxo perfeito entre ler e ser lido.

Muito obrigada ao autor John Green. Meu agradecimento mais sincero. Lágrimas e sorrisos.

"Alguns infinitos são maiores que outros"
- Eu tenho certeza disso.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

eu te amo. muito. e sei que o amor é apenas um grito no vácuo, e que o esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim,e que haverá um dia em que tudo o que fizemos voltará ao pó, e sei que o Sol vai engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu amo você.

                                                                                                                — A culpa é das estrelas 

sábado, 1 de junho de 2013

Não sou assim, amor. Foi só uma maré ruim. Perdoa o drama, e não desiste de mim.

Ainda não acabou para mim. Eu vou viver com você para sempre porque muito de mim tem você. Eu vou viver nesse mar do talvez. E quem sabe a gente se encontra por aí em um dia nublado e tudo volta. Quem sabe um dia você volta?
Eu mereço, eu sei. Mas eu te quero, e meu mundo quase acaba quando penso que não sentirei mais o seu cheiro, o encaixe perfeito que a gente é. Ou foi. Me desculpe, mas ainda é difícil se referir a nós no passado. Ainda é difícil acreditar que as únicas coisas que vão me alimentar são lembranças.
Tudo bem se eu te causo nojo e se não há nada de bom em mim, eu posso ser qualquer coisa sem significado, mas para mim ainda não é o fim. Tudo bem também se para você todo esses meses, dias e anos não valeram de nada e que nem tenha tirado coisas boas. Eu tirei, eu tiro, só não consigo te tirar de mim. As vezes penso até em tiros.
Se não conseguir tirar nada de bom mesmo, você pode pensar que fez o bem para uma pessoa. Um bem danado.
A culpa é toda minha, eu sei. Algo como auto sabotagem por ter sido feliz demais.
Talvez nosso final feliz seja deixar você seguir em frente. Quem sabe seja a única coisa que eu faça de bom para você?
Me desculpa pela falha, eu estraguei a gente.
E se um dia você quiser recomeçar, eu te prometo que tento ser perfeita para você e te fazer a pessoa mais feliz do mundo, sendo por um segundo ou longos instantes.
No mais, eu só quero te agradecer por tudo. Tudo mesmo, até sofrer.
Hoje eu estava tomando banho, e desejei bem forte que as águas levassem também essa dor que não passa, essa dor na garganta, esôfago, coração e na alma. Se eu pudesse lavar a minha alma. Depois pensei que eu preciso disso, eu mereço isso. Sofrer por amor é quase tão necessário como sentir.
O que eu queria mesmo e desejo bem forte é que você seja minha algum dia. Porque assim eu consigo limpar o rosto e continuar.


segunda-feira, 27 de maio de 2013

Movimento do amor

Mais essa que você me fez enxergar, mais esse momento que a gente passou junto.  Mais uma vez você perdoa, você se doa.
A gente passou de novo por essa lama que nos atola de tempos em tempos. Aquilo que as pessoas chamam de crise. E que eu até chamaria, mas prefiro chamar de crescimento.
Esse movimento que somos obrigadas a passar, para ficarmos juntas, e todos esses meses e anos, e todas mudanças, idades e nós duas.  Sempre nós duas, todo resto passa e fica, mas a gente continua, muda desnuda no agora e talvez até o fim. Desnuda na alma que por pouco não muda, transforma.
E é por isso que eu sei que as coisas são fases, eles passarão, você passarinha. Minha.
Meu lar, quase tão físico como psicológico, do pra sempre a gente já passou.
Somos eternidade morando em qualquer cidade.

terça-feira, 14 de maio de 2013

O que não me mata, desfavorece.

Não me venham com essa de que o amor mata. Se matasse você não estaria vivo para contar, se lamentar reclamar e quase (eu disse quase) morrer. O amor não mata, ela deixa vivo para sentir mais ainda. O amor não mata ele é ainda mais difícil que isso.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Nada deu certo então tudo deu certo.

Se não fosse o meu signo ariano ou aquela história que faz mais de 2 anos.
E todas as memórias de 22 anos não seria eu.
Se não fossem todas as dores e o medo do medo que eu guardo em segredo não seria eu.
Se não fosse o amor de mãe que ela soube traduzir e amor de pai que insisto em resistir não seria eu. Se não fosse o amor do meu irmão que não sabe me dizer não e o amor das minhas tias intenso como o de amigas não seria eu. Se não fosse o colégio de freiras e o certo descaso que me fez passar direto na faculdade e encontrar meu espaço de um só jeito não seria eu.
Se não fossem todas os porres e se eu parasse no primeiro gole não seria eu.
Se não fosse o Dinamite. E essa mania de ler Nietzsche não seria eu.
Se não fosse a Fernanda Young, as chiquitas, a Carol e Malu, os amigos do prédio e também do colégio não seria eu. Se não fosse o Harry Potter e a televisão. E essa mania de querer fazer os outros rirem. Se não fosse Santos, todos os dogs e a mania dela de não desistir de mim não seria eu. Se não fosse Bia e até a Mariana. Se não fossem minha avó que já foi embora e o jeito dela de cuidar de mim não seria eu. E se tudo isso desse certo não seria eu.
Se não fossem as sardas, os piercings, a tatuagem e as minhas roupas não seria eu. Se eu não tivesse me assumido gay e insistisse em não acreditar em Deus não seria eu.
Se não fossem todas as meninas e todos os meninos, o Cazuza e o mês de Abril não seria eu.
Se não fossem as brincadeiras do meu pai e os livros da minha mãe e se eles continuassem juntos também não seria eu.
Se o Yan não fosse para a Bahia no auge da nossa infância não seria eu. E todos os choros, o medo de escuro e de achar que o mundo é um pesadelo não seria eu.
E essa melancolia que atua na ironia, o medo de barata e o olho esquerdo que é meio vesgo, não seria eu.
Se não fosse o Tarzan e o 101 Dálmatas não seria eu.
E se não fossem essas lágrimas na hora de escrever isso, definitivamente, não seria eu.

Ps: Esse texto é inspirado na música Capitão Gancho - Clarice Falcão Vale a pena ouvir.




quinta-feira, 2 de maio de 2013

Sabia que tinha alguma coisa fora do lugar em mim. Eu era uma soma de todos os erros: bebia, era preguiçoso, não tinha um Deus, ideias, ideais, nem me preocupava com política. Eu estava ancorado no nada, uma espécie de não-ser. E aceitava isso.

Eu sou umas quinhentas pessoas ou até mais. Na verdade, muito mais. Na minha cama junto com a minha alma deitam-se muitas outras almas despedaçadas, dias inteiros, estações e erros. E eu sou tudo isso.  Sou velha, criança, inteligente e anta. Você nunca vai saber com quem está conversando ou com qual se deita. Mas eu te prometo que, se deitarmos na cama eu vou te entregar pelo menos uma de mim e correr todos os riscos que a gente está correndo. Nesse pra sempre que já não é tão sempre. Desde agora ou só agora, peço que a gente esqueça de se iludir, vivamos um dia de cada vez com todos os pés no chão. Eu também tenho um lado ruim, mau, que tento ao máximo esconder do mundo e principalmente e até somente de você. As vezes eu não consigo segurar, não sou santa, nem sirvo de exemplo, infelizmente sou humana. Sou Ana. Várias Anas e Luisas e até coisas sem nome. Entre tudo isso, um dia me descubro e por isso não me cubro. E como eu sempre penso, mas nunca te disse te conquista que assim você me conquista.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Abril de 2013

Você só se torna de verdade quando está velho. Então não somos, porque a cada ano a gente pode ser mais velho que o anterior.
A cada ano a gente descobre mais a verdade.
E temos a opção de se aceitá-la ou se afundar mais um pouco na mentira.
Mês de abril é meu aniversário e eu só cresço nos dias que são meus desaniversário, nos dias que são meus adversários.
Um ano de cada vez, um dia por vez, de um em um e cada vez mais singular.
Não faz sentido, mas sentido se sente.

"o tempo é piada, enquanto eu sou quase nada"

escrevo meu nome nesses papéis e faço de mim uma assinatura que não sou.
um ano que não passa
um aniversário que não sou
um dia a mais que vira
uma data que nunca existiu
dia disso, dia daquilo
e todos os dias
dinheiro
e nenhum dia
direito

odeio quando me expresso de forma revolucionária, mas as vezes minha rimas seguem caminhos que eu não quero. Me condiciono a coisas que não gosto e chego em lugares que nunca quis ir.

22 anos, algumas conquistas, amigos, amor, família, música, tudo e ainda nada.

Obrigada mais uma vez ao mês de Abril.


domingo, 7 de abril de 2013

Não existe final.

Por que eles nunca me mostraram mais que o final dos filmes?
Todo fim tem recomeço. E eles não mostram. Eu passo a acreditar no "felizes para a sempre" e a vida me mostra que isso não existe, é filme. Mas os filmes, que tentam ser realistas, sempre me enganam.
Minha a vida é tão parecida, mas o desfecho é diferente. Nem sempre diferente ruim, mas diferente. E diferença assusta.
Não existe final do filme.

Por que eles não me deixam ler mais do que está escrito? Meia hora de papo com o autor e eu saberia mais das estórias.

Vai me dizer que você nunca quis saber se Capitu traiu mesmo Bentinho?
A propósito, não. Machado me disse. Sonhei com ele faz um tempo. Não pude ver sua face nem tocá-lo, mas perguntei sobre isso e ele disse que  Bentinho era louco e isso não importava, mas eu queria mesmo saber e perguntei de novo, não pude ver se ele me olhou nos olhos, mas disse muito sério e sem paciência que não, mas que era melhor eu ler o livro de novo porque a essência não está nessa dúvida, mas sim em todas as certezas do narrador.

Eles nos privaram da parte chata para nos tornar encantados.

Hoje de manhã li um livro inteiro e passei o dia inteiro pensando nele. Eu queria continuar escrevendo a estória que li.

Interferir
no futuro que não é meu
mas isso iria só (inter)ferir.
e me fazer (interfe)rir.

quarta-feira, 20 de março de 2013

cada um

cada traço
um pedaço

cada retrato
um contrato

cada abrigo
mais que só
um sorriso

cada abraço
mais um passo

cada orgamo
uns amassos

cada cigarro
um trago

cada medo
um peso

cada coletivo
um alguém

cada saudade
uma verdade

segunda-feira, 18 de março de 2013

2 anos e muito amor. Tudo que eu escrevo aqui tem um pouco dela. O maior amor da minha vida. Minha vida. E ainda que eu não saiba nosso futuro eu ainda posso ser feliz quando lembro do nosso passado. E o presente? É sempre ela.

O tempo não foi uma questão de tempo até passar, ele só passou, quase sem importância.

Que dia é hoje?
Quantas vezes?
Quantos meses?
As verdades se desfizeram em desejos, a vida se desmanchou em partes, partes de um mosaico feito por nós.
A gente nem notou o tamanho.
Quanto crescia, quanto mais poderia?
Ninguém sabe. Nem precisa.
Essa sorte é pra poucos. Aliás poucos mesmo, duas.

http://ananogerundio.blogspot.com.br/2012/06/todo-o-resto-dos-dias.html

quinta-feira, 14 de março de 2013

Abraços partidos - Tchau, Nova Zelândia.

É sempre muito difícil dizer adeus, mas mais difícil ainda é dizer adeus para as pessoas que provavelmente você nunca mais vai ver na sua vida. Ainda que eu tivesse esquecido de me despedir, como acontece na morte. Pesado, mas verdade.
Ver os olhos todos molhados pela dor da despedida. Se despedir é uma maratona, primeiro a gente despede fisicamente e só com o tempo a nossa cabeça conta que na verdade você nunca mais vai ver a pessoa. E mesmo que veja, vai ser difícil retomar o que a gente era. Milhares de pensamentos e lembranças que são guardadas. Algumas pessoas que eu nunca vou me esquecer. Misto de sensações entre a saudade de casa e a saudade do que foi enquanto esteve naquele espaço. O mundo é grande demais. As pessoas são grandes. E a vida é moinho.
Eu estou voltando para casa, mas carregando muita gente, muito lugar e muita vida. E aqui eu deixo um pedaço de mim. É muito bom se sentir querida como a maioria das pessoas demonstraram para mim. Ganhei presentes, olhos molhados e abraços longos. Mais do que isso, eu ganhei amigos.

quarta-feira, 13 de março de 2013

dor do amor romântico e intenso.

O amor me matando de novo.
Dessa vez me deixando na sala de espera.
Aquela angústia de não saber o nosso destino e temer sempre o pior.
E de pra sempre a gente entende.
Quero Brasil, quero ela.
Que doido o quanto uma pessoa pode afetar a minha vida.
Minha felicidade depende dela.
Hoje entendo Camões e todos os outros poetas que falam sobre a dor do amor. Já tentei Dorflex, mas não há remédio maior que o tempo. Sinto a dor e aguardo.
Eu te carrego comigo todos os dias e, especificamente hoje, você está muito pesada.
E eu não te largo, prefiro me largar.

terça-feira, 5 de março de 2013

vou resumir em uma linha:
eu não quero voltar para casa.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Lavando os pés antes de dormir.

Apareceu na minha vida como qualquer outra pessoa, depois de algum tempo encontrou seu espaço e tirou tudo do lugar, todas as minhas certezas e incertezas. Mudou meus hábitos, minha opiniões, minha cor preferida, meu jeito de escrever, minhas preferências, minha sexta, meu domingo, minha semana toda, meus meses, meu ano, tudo. Mudou o último pensamento antes de dormir e o primeiro ao acordar. Até meus sonhos. Me fez superar muita coisa e aprender o que é amar e toda a delícia e a dor do verdadeiro amor. Mudou até meu medo de escuro para o medo de te ver partir. Virou minha razão de estar aqui, me fez querer que o mundo todo soubesse que essa pessoa maravilhosa é minha. Floresceu o melhor de mim e coisas que eu jamais havia sentido. Virou meu mundo do avesso e bagunçou o que não estava arrumado. E eu não ligo, acho tudo lindo. Ela é linda. Me fez assistir Discovery com frequência no sábado a noite e até os filmes de terror dos quais eu sempre tive medo. Mas me fez sentir protegida, me acolhendo nas camas que a gente transforma em nossa. Construiu um porto seguro para mim, que não tem espaço físico, mas uma segurança que transcende qualquer coisa. E hoje, do outro lado do mundo, eu sei que ela é o amor da minha vida.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Life is not a waiting room.

Cabelos bagunçados.
bagunçar cabelos
que belo trabalho tem o vento.

abrigo

abrigar corpos, lembranças, sonhos e segredos
que árduo trabalho tem a cama.
E quando o vento bate na cama só o cobertor pode te proteger.

 É isso, descobri minha cobertura, calejei. E agora me sinto feliz. Perdi aquela tristeza e a dor no esôfago. Meu sorriso se abriu, ou melhor, ele quase não se fecha mais.
 Meu amor sempre me pediu para ser mais otimista e viver e eu estou vivendo, porque antes eu estava esperando e existe uma diferença enorme entre os dois. O vento abrigou meus cabelos e forçou meu sorriso até que ele se tornasse real. Eu estou vivendo a realidade. Chega de suposição.
Sem comparação
acalmo o coração.

Mãe, pode acalmar seu coração que eu estou bem agora. A ventania passou e sou eu quem sopra o vento agora.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

covarde.

Eu nunca fui corajosa, nunca mesmo. Teimosa sim, bastante. Corajosa não, tenho medo. Não durmo em casa sozinha, não mato barata, cago de medo de andar no centro de São Paulo e pouco me arrisco diante do perigo. Além disso não vou em montanha-russa e não gosto de parque de diversão.
Hoje me vejo corajosa, nadando contra corrente não só para exercitar todos os músculos que sinto, mas porque é preciso. Alguma hora da vida a gente precisa arrancar o medo da gente, não todos, porque faz parte da sobrevivência, mas renovar os medos. Durmo sozinha, ando sozinha, chuto a barata e estou pensando em pular de bungee-jumping aqui em Auckland (mentira, não pulo nada).
Eu sinto como se a terra estivesse girando contra o lado que eu estou seguindo. Obstáculos que dificultam mais a minha travessia contra a covardia. E isso é bom.
Vivo o futuro de uma terra que não girou.
Vivo o futuro para sobreviver no presente.
Mas vivo, e viver é tomar iniciativas antes que o tempo passe.
Passou
passado é.
Mas será que "é" não pode ser passado?
Será.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Primeiro relato da bagunça interna.

O mundo me preparou uma loucura de sentimentos, esse blog se tornou pouco para que minhas ideias fossem organizadas. E ainda assim não consigo organizar nada, porque está tudo uma bagunça. Uma puta bagunça. E ai eu não consigo escrever. Todo aquele lance de zona de confronto, é muito legal e bonito na teoria, mas na prática só praticando. Redundante, eu sei.
Hoje me deu vontade de escrever, eu descobri um ponto de ônibus novo e mais outros ônibus que dá pra eu vir para casa, mas eu tenho que andar 30 minutos o que não é problema. Aqui eu ando muito. Muito mesmo. O sedentarismo já não é mais uma opção, já que eu quero conhecer as ruas, observar as pessoas e decorar o lugares. Quero deixar a cidade na minha memória, me acostumar com o cheiro das ruas e em como o vento faz meus cabelos dançar.  As vezes sento no canto e observo, o jeito como as pessoas fingem e consigo enxergar o que elas são sem esse fingimento, essa armadura de felicidade sem fraquezas que eu esqueci de colocar.
Demonstro tudo, todos os monstros desse meu conto de fadas. E acho que esse está sendo meu maior aprendizado dessa viagem; saber o quanto eu posso contar com as pessoas, o quanto algumas pessoas querem o meu bem e, principalmente, o quanto eu posso cuidar de mim sem ninguém.
Vivo a vida de escola, só estudo e fico de tarde fazendo nada com os amigos. Descobri que não quero mais isso. Então vou parar de dizer "nossa, que saudade da escola, fazia porra nenhuma". Eu quero fazer porra alguma. Mas só aprendi isso agora que vivo de novo os tempos de colegial.
A saudade é minha fiel companheira, ela está sempre comigo e eu levo todo mundo no coração, cabe muitos outros corações dentro do meu. Só que eu tenho que engolir a saudade e viver, porque senão ela vive por mim. E isso não é saudável. Saudade não é saudável.

"O jeito é enfiar as mágoas embaixo do braço e seguir a vida."


move on

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

um dia após o outro, minuto a minuto. Vinte e poucos anos, mudança.

Muda, inunda.

só mais algumas segundas.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Deve ser coisa de ariana.

Primeiro post do outro lado do mundo.
Eu estava tentando organizar minhas ideias. Não consegui, haha.
Hoje faz uma semana que eu estou aqui.

Diálogo com a minha Mãe um dia desses pela internet.

Mãe: Lembra de vc não querendo entrar no baile da escola. Depois que fiquei horas fazendo tua fantasia?
Eu: Não. Eu sempre fui assim, então, fico super na vontade e quando chega a hora eu não quero mais.
Mãe: Duas vezes: uma de halloween, fiz um gato preto e vc curtiu muito a fantasia com orelhas de feltro e rabo, mas quando chegou lá tinha bruxas, fantasmas. Você não gostou das fantasias das outras crianças achou estranho e não quis ficar
Eu: O mesmo que tá acontecendo aqui.
Mãe: Depois foi no Raio de sol, no carnaval com fantasia de coelha. Você gostava da "preparação", mas não curtia a hora da matine.
Eu: Ainda sou assim.
Mãe: Engraçado vc falar isso, lembrei do filme do Cazuza, o pai dele falando isso dele que queria e logo depois não queria mais as coisas, depois queria de novo. Deve ser coisa de ariano.

DEVE SER COISA DE ARIANA

"A vida muda muito. Se quisermos, claro. Outras vezes não muda porque não somos compatíveis com a mudança. Mudança implica em sofrimento"

domingo, 20 de janeiro de 2013

Abismo que cavastes com os seus pés.

Quando nós ficamos na beira do mar com os pés na areia e com o vai-e-vem das pequenas ondas as areias desenham  nossos pés nela mesmo, e cravam nossa marca sem que a gente perceba.
Depois a gente tira os pés de lá com pressão e dificuldade, quanto mais tempo, mais difícil.
Isso é o amor.
E, parafraseando um mestre, aquilo é "abismo que cavastes com os seus pés".
A gente repete isso toda vez que vai a praia. Deixa o amor nos envolver como ondas sem perceber.
Para alguns o choque é tão grande que é preferível ser levado pela correnteza, cravando aquele mar para sempre, mesmo que ele não queira.
O mar e o amor são lindos e sedutores, assim como todas as "lendas" do mar, sem perceber que quem leva os pescadores é o mar, não as sereias.
E se o mundo é moinho, o amor é mar

O amor é mar
O amor é marca
O amor é mais
O mar é lar
e o amor marca
as águas são lágrimas
salgadas e de lua.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Sobre segundos.

A vida é feita de segundos. Aqueles que você decide se vai responder. Sim ou não.
Nós levamos segundos para decidir o que realmente queremos, o resto do tempo é pensar se isso agrada.
Aquele segundo de felicidade, em que você repara que está feliz e a felicidade vai embora no mesmo segundo.

Os segundos: o segundo lugar mais real das nossas vidas. O primeiro lugar é sonho.

Escrevo em minutos o que você demora segundos para ler.
Fecha os olhos e pensa em algo bom. Imagem perfeita, imaginada em quadros por segundo.
Segundos presos em nossa mente.

Sorriso, lágrima, tapa, chocolate, toque, mãos, dentes, palavras, ouvidos, sons, cheiros, orgasmo, unhas, pés, travesseiro, abraço, notícias, desenho, fotografia,...

O segundo perfeito é aquele que a fotografia registra.

.o resto é segundo tempo.