quinta-feira, 30 de junho de 2016

Junho

Eu quero viver o suficiente para querer morrer.
Que apesar desses desencontros que eu guardo no bolso do coração, eu tenho também um futuro escuro. Ligue os pontos, mas não em ordem numérica. Tem incontáveis possibilidades no universo, nas estrelas já vividas e no espaço que a gente não ocupa.
Derrotas, putz! Profundas, mergulhos doloridos em pessoas rasas.
Que apesar desse presente de raros encontros, tem aquele livro saindo de mim todo inspirado no que a gente viveu.
Ah como você doeu, mas trouxe tanta coisa aproveitável no seu caminho sem volta.
Não se esquece que eu ainda te ouço pelo meu caminho sem rota.
E eu conto nossa história, como quem fala sobre perfeição.
Nesse mês, que é tão seu, não poderia te deixar pelo caminho.
Tem seu cantinho aqui.
É tão estranho não precisar me chamar nunca mais, né?
Eu também não olharia pra trás se você me chamasse.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Marley e eu

Sábado você acredita que eu chorei com uma comédia?
É que o final é tão triste, todo final tem lá seu apelo né.
Todo final arrepia o pelo.
Que rima horrível, um horror terror de querer abraçar quem se encosta.
Às vezes a gente abraça quem está mais perto, mas a cabeça, ah a cabeça tá lá longe naquele abraço que a gente encaixa até o fim do braço.
Tem muito drama que me faz rir, de nervoso, do mocinho ansioso ou da grande identificação com quem sofre.
E o cinema se faz grande quando mostra as dores, todo mundo chorando e tentando esconder o choro.
Gênero é mentira, se a arte imita a vida, meu filme é drama-aterrorizante-de-comédia-quase-romântica.
E a mocinha, que não é mocinha, ainda nem sabe o que tá acontecendo.
Faz um tempo eu não acredito mais em gêneros.
Agora nem mais os dos filmes.


PS: não matem os cachorros.

terça-feira, 14 de junho de 2016

sobre nossos dias contados

já dizia Los Hermanos (minha banda favorita)
todo carnaval
tem seu (nosso)
fim

terça-feira, 7 de junho de 2016

8 anos de blog
mais velha mas não mais esperta

domingo, 5 de junho de 2016

"Desculpa meu jeito, meu mal jeito, falta de jeito"

Eu te falei tantas vezes mas acho que você deixou passar.
Eu te falei que você, desde o carnaval, se faz presente na minha hora de dormir, nos dias de folia eu sentia falta do seu corpo ao deitar, nos dias que você não falou comigo eu acordava com o seu nome martelando na minha cabeça. Parece que todas as vezes que eu te via eu me apaixonava, mas paixão não fica e a gente não deixou virar amor.
Eu poderia te endereçar todas as frases que eu amo do Caio Fernando Abreu, uma dessas pessoas que eu estudo quando quero aprender sobre a dor de ver as pessoas se esvaziando da gente. Escorreu toda Ana que tinha em você naquele dia de chuva que a gente não pegou.
Tivemos nosso tempo, mas eu chorei por tudo que passou pela gente por tudo que a gente subiu e depois desceu. Por tudo que não conseguimos subir nem se ver.  Pelos seus olhos pequenos que eu vou perder de vista. Por aquele dia no metrô que eu te olhei e percebi o quanto eu já te queria para mim. Por todo charme na sua voz e o jeito que você passava a palma da mão nos meus ombros.
E também aquele dia no bar que eu deitei no seu ombro e te ouvi falar lindamente sobre política.
Que grande dificuldade essa minha de deixar pessoas que eu admiro.
Eu te falei tantas vezes que não dava mas esqueci de falar para mim.
Como nos nossos dias eu sigo para o lado oposto do metrô, já que você não vai mais deixar os trens passarem para ficar mais tempo comigo na plataforma sem saber para onde ir como-eu-sou.