sábado, 30 de junho de 2018

Duas Anas

Você comentou das minhas sardas dos ombros e me perguntou como eu seria ruiva, eu beijei sua barriga onde eu descansava meu gozo e a gente riu desses encontros doidos da vida.
Que coisa bonita a ANAtomia né?

domingo, 24 de junho de 2018

onde eu moro?

Apesar do passado de encontros, de rodoviárias que as namoradas me esperaram, eu ainda tenho um futuro irrestrito, um caminho longo na rua de trás ou em outra galáxia, tipo aqueles exercícios de completar linhas pontilhadas.
Tem sempre aquela hora que eu penso se vou me jogar no guichê da rodoviária ou fechar a janela de conversa. O Renan comentou que eu nunca falo dos barcos quando falo do mar, mas é que eu não tenho casa, eu tenho movimento, vou onde as meninas levam minha maré, até elas me arrebentarem.
É no peito que o mar arrebenta em mim (tipo a tatuagem da Bianca).
E nesse caminho pontilhado, reticente, eu sei que posso me ouvir e não quero esquecer isso. Que eu posso dividir meu rebento com as pessoas que também se arrebentaram.
E fica todo mundo fazendo carinho no meu machucado enquanto eu falo de um remédio que também pode ajudar o outro.
Dividir amor e todas as suas dores, dividir água, café e travesseiro. Melhor, sorrir em meio a tempestade, dividir sorriso em dias nublados.
Ouvir e comentar ou só ouvir. Ouvir de dentro pra fora.
Porque abandono dói, mas é bonito em sua totalidade, só não se deixa abandonar,  quando todo mundo se despede quem fica sou eu, meu nome sem apelido.
E se eu me esqueço de mim, esqueço do amor pra completar meu mapa pontilhado.
Meu mapa astrológico onde eu justifico com a vênus em touro o porquê de demorar tanto pra parar de doer.

as minhas lágrimas chegaram depois do telefonema, e eu adoro telefonemas, vieram depois da minha voz trêmula e a sua de doentinha, lembra que ano passado você também adoeceu nessa época?
promete que se protege do frio?
(do clima e da vida)
é que a gente é muito mais quente do que nossa imunidade.

se foi mentira, eu gostei de ser engaNADA

Bruna

Eu nem sei se você ainda vem aqui, e em 10 anos desse blog acho que os melhores e maior quantidade de textos que eu fiz foi pensando em você, talvez não os melhores pra mim mas para quem comenta sobre, todo o processo que eu vivi com você e até o processo que eu vivi para te superar me fez crescer muito e que bom que eu pude viver tudo isso, sentir tudo isso e passar por tudo isso da forma mais sincera possível, foram anos juntos e anos aqui mesmo sem estar junto.
Hoje não sinto o que eu sentia, nada em mim é visceral quando penso em você, mas quando te contatei não consegui dizer o que eu queria, por isso escrevo esse texto falado.
Você foi meu primeiro amor,  e amor não é só coisa boa, acho que você deve saber que estou passando pela mesma coisa, mas que dessa vez já tenho você na bagagem, como batalha vencida pra viver isso de forma mais clara.
Engraçado como você não machuca mais, como eu mal me lembro das coisas. Só que uma coisa permanece, a certeza de que eu te amei muito e foi bonito amar. Com você eu aprendi o que eu não queria pra mim, aprendi tão bem que não deixei acontecer de novo.
Foi com você que eu aprendi a falar dos meus sentimentos, a expor o que eu sinto, a dizer "te amo" em um dia quente de Santos (quase redundante) no seu quarto enquanto a gente exalava amor. Com você eu aprendi contar para as pessoas quando alguma coisa doía, aprendi a confortar alguém, a dar colo, carinho, a gostar muito de cachorro e a amar o outro como algo precioso que passa pela nossa vida.
Aprendi que as coisas acontecem para que a gente possa viver coisas melhores depois e isso me faz continuar nesse momento, porque se você não tivesse terminado, eu nunca teria vivido o que eu vivi depois e que eu tenho certeza que foi melhor para nós duas.
Aprendi sobre a minha fidelidade, sobre ser sincera com alguém mesmo que nos faça mal, e o melhor e mais precioso da nossa história: eu aprendi a deixar ir até parar de doer e só assim se doar de novo.
O que eu só percebi agora que passo por isso de novo é que eu aprendi a te perdoar por ter ido, que eu te agradeço de todo coração por isso, que me fez um bem danado como pessoa, como ser que quer evoluir nesse mundo.
E agora pra ser fofo como muita coisa que tem aqui nesse blog pra você, eu ainda me lembro da sua voz,  do seu jeito de falar o "r" e da sua boca bonita que eu não lembro mais do beijo.
Mas eu não sinto mais nada e isso me dá tanta esperança no mundo.

Em tempo, eu acho brega texto com nome direto no título, mas estou inspirada no livro da Maria Ribeiro.

Vic

Ó se você estiver lendo isso, eu só queria dizer que aprendi duas coisas com você. 
Uma é sobre o limite que é maior que o amor e isso tem muito a ver com amor próprio, a outra é nunca machucar nem ferir ninguém por estar ferida.
Por isso dessa vez eu tô comigo primeiro antes de querer que alguém se apaixone por ego.
Eu queria te escrever isso em um email, mas você não merece nada que venha de mim por tudo que eu te fiz.
Na verdade, eu espero que você não esteja lendo isso, mas eu precisava dizer isso para o mundo.

Uma vez eu escrevi aqui que eu escrevo pra mim, escrevo porque sangra e não é porque as pessoas me contam que leram que eu escrevo pra elas.
Uma das únicas barreiras que eu não deixo ninguém atravessar é isso aqui, esse site que esse ano faz 10 anos e eu comecei crua, limpa, ovo, com 17 anos.
Aqui eu escrevo o que sangra de mim.
E tem jorrado sangue.

sábado, 23 de junho de 2018

vocês sabem que o mar tem o poder até de mexer com a gravidade?
com o peso né?
Olha que coisa doida que eu acabei de pensar!
que cada mergulho meu, me tira um peso de algo grave, quanto mais imersa no meu mar, menos as coisas pesam.
não é gostoso descobrir nosso propósito?

reverso, otimista.

Hoje acordei 2 meses no seu passado, e mesmo dolorido, mesmo cada hora levando mais que as 8 horas que eu demorava pra chegar até você, o mundo continua girando.
disseram que to melhor, e tem dias que estou mesmo, escuto calada e penso comigo que ninguém sente a minha dor, que me obriga a escrever. (né Lucas?)
Não nos conhecemos mais, divido só o passado com alguém que eu amei tanto (eu ia dizer que se amaram, mas juro que não tenho certeza se foi mútuo ou só mais uma das suas aventuras e eu tento me exercitar pensando que o importante é o que eu senti, é até onde eu vou, não o outro)
E, na real, eu nem sei onde começa o passado.
Você é presente, Jana, mas não é igual.
Eu acho que ainda te amo, não é fácil sentir. É diferente, como se eu te amasse no pedaço que você se encaixou entre meu coração e meu sistema respiratório.
E se eu dissesse isso de boca fechada

Ai ai, eu dizia que a gente era comédia romântica indie, acho que só pelo estilo (as roupas, o casal lésbico descolado que se parecia), mas só que com final não feliz, o que categoriza como filme cult que no final a gente não entende nada.
Ou você pode ser aquela mina do 500 dias com ela, mas eu prefiro acreditar que não, que você não me levou na sua casa por engano, nem me apresentou na sua cidade, nem pegou na minha mão e desfilou pela UF mesmo depois que a gente tinha terminado, por engano. E teve as cenas em que me senti amada por mim e por você (e olha que forte isso).
Nesse filme eu nunca te coloquei como vilã, porque é tão cult que o conflito tá dentro do personagem principal que sou eu mesmo. Sabe ser vilã da própria vida? ou só tá descobrindo como amadurecer.
No meio dessa trama toda, que não é drama, meu único medo é não conseguir me entregar de novo, da forma como me entreguei.
Mas olha como a vida de quem escreve-falado é doido, só de escrever isso eu já sei que não tenho mais esse medo.
Porque, cara, minha parte "mocinha" tem como característica principal ser fiel ao que sente.

terça-feira, 19 de junho de 2018

Nem chinelo eu uso pra ter pé no chão.

Vivem os que pulam a onda do amor e tremem na base.
Aqui tudo deu uma acalmada, meu corpo já se encontrou nas camas.
Meu sono já tem rotina, mas eu ainda ando em corda bamba.
Ainda penso antes de tomar um gole.
Mas tem gente que eu quero beber no gargalo.
Meter a boca.
Que gosto tem?
Fico feliz em não ter perdido minha sede mesmo provando aquela
cachaça mineira que me deixou de ressaca.
Eu quero atravessar outros mares, outros lares
Formar outros pares
Mas pra isso tenho que firmar meus pés nas areias quentes.
Eu não gosto de usar chinelos, mas não tenho os pés no chão.

domingo, 17 de junho de 2018

O texto de hoje é sobre mim, sobre como eu aprendo a me encontrar, criei um pacto de segurança e pavor de ver qualquer coisa relacionada a você, assim vivo muito bem, já consigo enxergar falhas no que eu achava perfeito. Na nossa última conversa você disse que “atitude é sexy, Pacheco” e cara minha maior atitude tem sido ser eu e ser eu é também assumir não estar bem, estar passando por processo que me faz ver como sou um ser falho. 
Você na minha vida foi como enxergar uma cor nova, conhecer um artista novo ou se apaixonar por um quadro numa galeria. 
Você foi aquele sorriso que marcou meu corpo todo e é, mais que normal (humano), que eu tenha dificuldade em deixar ir. 
Mas eu estou conseguindo. Pra mim é difícil assumir que eu estou. 
Acho que pela primeira vez entendo completamente a frase do Amarante, saudade-eu-te-matei-de-fome, porque eu não procuro uma vírgula se quer sobre você, deixo as memórias virem no mesmo fluxo que deixo ir. 
E lembro sempre do que a Bea me disse “o caminho é só pra frente” 
E eu só vejo meus próprios pés e minhas mãos vazias, mas meu coração cheio. 


quarta-feira, 13 de junho de 2018

Auê, fusca azul, meu ovo

Hoje senti falta das nossas brincadeiras, eram tantas né?

terça-feira, 12 de junho de 2018

Sabe, meu bem (se é que ainda posso te chamar assim) eu queria saber como c tá, mas me machuca saber porque aí você conta como tem sido bom viver sem mim, que eu te prendia a sete chaves (pelo menos era o que tava na sua cabeça) e você não podia ser você, aí dói, mas queria saber como anda sua menstruação, o que você tem comido no café da manhã e como vai a comida do RU. 
Queria saber se você foi bem naquela prova e como andam os desenhos de arquitetura, saber se você tem dormido cedo ou se isso era só cena, saber da sua motoca e se algum usuário te deu algo hoje. 
Mas aí quando eu te procuro você vem com o seu jeito passivo agressivo dizer que foi bom só pra você amadurecer mas que já zerou o que tinha que zerar. 
Queria saber se você ainda usa o arsenal de meias que a gente construiu junto e se seu cabelo já tá com um comprimento bom na parte que a gente raspava. 
Queria saber se você lembrou de mim hoje ou se tá tão bem que me esquece o tempo todo. 


Eu? Eu já consigo me esquecer de lembrar e isso é bom mas nem tanto. 
Mas 

Bloco de notas 12 de junho de 2018 

terça-feira, 5 de junho de 2018

Uma das coisas mais gostosas da vida é falar “vem cá” e a pessoa ir, se aninhar. 
Dá tesão sabe?