domingo, 2 de abril de 2017

abril de 2017

Eu sigo esses caminhos, faço quase sempre o que posso e aprendo com tudo. Às vezes mar bravo, às vezes ressaca ou ano novo; lixo amanhecido e pernas que pulam. 26 delas. 7 ondas e o perder as contas, perder os calçados, perder os limites e o chão.
Comemorar a chegada do ano vomitando na privada.
Levando vidas privadas querendo mostrar cada detalhe.
Hoje como mais frutas, mas ainda evito alface. Experimento e tenho argumentos. Continuo com medo do que me espera onde eu não posso ver (escuro do mundo).
Não tenho o carro que meu irmão tinha na minha idade, nem me faz falta. A falta que eu sinto é dele mesmo. Esse vai e vem de gente o tempo todo na vida.  
Escrevo aos domingos, nesse intervalo de noite antes de Girls e depois de sábado. Escrevo como vomito em privadas, ajoelhada nas coisas que vivi anteriormente.
Vou e volto nos cadernos que tenho desde os 17 quando descobri que vomitar é preciso. Danço nas linhas e tenho a letra feia, mas gosto dela. Lembro de recusar os cadernos que a fonoaudiologia me receitou aos 9 anos.
Os 26 são só meus, ninguém viveu comigo tão integralmente tudo isso.
Todo dia 4 de abril eu tropeço na mesma pergunta:
"E aí o que que c tem até agora?"
Eu sei, eu nunca vou descobrir onde o mar pisa quando acha um chão.