quarta-feira, 27 de maio de 2015

Maio interminável

Maio não acaba só acaba comigo.

O mês de maio é a maratona do ano, parece que a minha maré não chega a lugar nenhum.

Nado e nado e nada.

Hoje um amigo me falou sobre o quão pequena são as coisas perto da imensidão que é a vida e o amor que a gente investe nela e isso não quer dizer que você não pode sofrer pelos seus problemas, mas não deixe o seu sofrimento tomar muito tempo as rédeas da sua vida.

"where you invest your love you invest your life""

Hoje eu dei tchau para uma amiga que foi morar com a mulher dela na França eu chorei pela incerteza de nunca mais vê-la e pela felicidade de ver até onde ela consegue chegar com a própria liberdade.

Você também veio várias vezes esse mês de diversas formas, sempre mansa e dessa vez quase carinhosa, mas eu não te deixei ficar, construí muitas muralhas para esse amor que tanto doeu e para esse sofrimento que já não é mais meu.
A gente teve aquela típica conversa de reencontro do mesmo jeito que a gente simulava quando achava que não iria terminar nunca só que sem risadas e beijos no final.

Só que sem final.

Tipo maio.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Maio

Tem horas que só eu sei que estou com os olhos fechados.
Vou me jogar na praça de alimentação do shopping mais próximo e comer sem fome, sentar sem cansaço e sorrir sem querer.
Depois vou querer ver um filme sozinha, mas tenho que voltar ao trabalho.
Meus braços estão vazios e meu coração meio oco, só que não tem espaço para ninguém, eu só quero a solidão boa.
Queria um tipo de invisibilidade que me cobrisse, às vezes eu fico tão quieta para que ninguém mais me perceba, me escondo para fazer parte dos móveis, alguém me chama e tem o mesmo efeito de quando o despertador toca e estou em sono profundo, queria tudo menos ter ouvido qualquer chamado.
Deve ser o frio, com certeza é ele, que vem devagar e de repente tá ali, levando todo aquecimento das coisas.
Meu edredom já virou meu casulo e com o meu cachorro tenho meus maiores diálogos.
Esse ano eu aprendi que as coisas só são sentidas se você está nelas.



domingo, 3 de maio de 2015

Domingo

Eu não lembro o que eu te escrevi antes e que te trouxe pra perto, mas era alguma coisa sobre ficar, aquele dia se fez setembro por algumas horas.
Hoje acho até que eu falaria alguma coisa parecida, só que querendo com mais força.
Eu quero que você seja exatamente o que é e te colocar no meu abraço pra você ser minha, não, minha não, mas que eu possa te acompanhar enquanto você descobre quem é, o que quer, do que gosta e, principalmente, o que escolher. É que sua liberdade é o que eu mais gosto em você.
Eu quero que o seu batom fique mais muitas vezes na minha boca, porque quando você vai embora, já não é só um pouco dele que você deixa em mim. Tem tanta coisa que fica aqui, quando a gente se despede. Não dá nem vontade de lavar a boca, de limpar a marca que você deixa, coisa boa a gente quer guardar para ver se a sensação prolonga.
Eu quero receber um áudio seu no meio da madrugada (agora gelada) só para curtir repetida vezes seu sotaque.
E depois poder te trazer comigo nessa madrugada (agora quente) para ouvir no pé do meu ouvido o mesmo sotaque enquanto a gente entrelaça os pés e dorme de cansaço e segurança.
Eu quero também conseguir te mostrar todo meu universo meio torto, vesgo e desconexo para ver se você ainda me acha interessante. E te mostrar que dentro de mim o que mais tem é amor, por mais clichê, piegas e brega que isso pareça. Eu queria ser uma música do Caetano, que eu nem sei se você gosta de alguma, mas se você gostar de uma qualquer vai entender a sensação. Se não, eu vou te mostrar as minhas preferidas.
Ah e eu queria ser menos tímida para conseguir dizer tudo isso sem precisar dizer.
Eu estava errada sobre você ser um vendaval, você é tipo a correnteza de um rio que vai te envolvendo quase devagar e de repente você tá no meio sem perceber, sem que você consiga segurar nas bordas até que você nem quer mais segurar em nada, só que ele te leve.
Sei lá se tudo isso que eu falei aqui te assusta, mas isso sou eu, isso é meu olho meio vesgo que você não conhecia.
É que, pela primeira vez, em muito tempo, eu sei exatamente o que eu quero de mim em relação a alguém.