quinta-feira, 30 de outubro de 2008

- Mãe, acho que sou ateu.

-Com assim? Enlouqueceu?

-Não mãe,desde que me entendo por "gente" você sempre me disse que papai do céu era superior a tudo e todos,você sempre quis que eu o idolatrasse,mas você nunca soube me explicar o que realmente era o papai do céu e seu eu-lírico jesus.E muito menos deixou eu decidir se queria ir as missas de domingo com você.

-Mas que isso? Isso tudo eu fiz porque sempre soube o que é bom pra você e depois de uma certa idade você nunca mais me acompanhou nas missas,devido aos seus compromissos de sábado a noite.Eu num tô te entendendo....

-Mãe, você lembra quando eu era criança que você me dizia para me comportar se não eu num ia ganhar presente do papai noel?

-Sim, mas onde vc quer chegar com isso?

-Eu percebi que os adultos são iguais em relação a deus.Deus é, definitivamente,o papai noel dos adultos.
-Você está usando drogas?

-Não, estão tentando me cegar assim como fizeram com você, você é esquizofrênica.Te induziram a acreditar em algo inexistente, para te manusear melhor."A religião é o ópio de um povo". Isso é Marx, mãe.Tenho certeza que você não o conhece.Prefere assistir novelas.Aliais a novela voltou do comercial.Bom divertimento!

-Esses adolescentes, estão cada vez mais e mais estranhos.Amanhã vou rezar por tudo isso.

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Depois dessa terrível introdução, ninguém vai ler o resto mesmo.

Os ateus são descrentes em qualquer deus, deuses ou divindades.O termo "Ateu" é formado pelo prefixo "a"(ausência) e o radical "teu"(do grego theos=deus),significa: "sem deus".

Existem dois tipos de ateus, os que recusam qualquer dogma e outros que recusam-se a acreditar em algo por meio de uma fé irracional.

A grande questão do ateísmo é que as pessoas tem medo de assumir que são, porque se declarar ateu está ligado a moral.As pessoas te julgam pela sua crença(num acredita em nada, acredita em alguma coisa:nada).Por isso que nenhum político se assume ateu e a população se contradiz (0,5% da população se diz ateu, mas 20% descreve-se como não religioso).

Esse assunto renderia páginas e páginas,mas prefiro ser breve, por enquanto.

Nietzsche, eu tenho dificuldades para entendê-lo,mas sei que ele é o ateu, o mais julgado por todos, pela sua filosofia "rebelde" do Super-Homem(livre da idolatria, se superando).O Super-Homem sustenta-se mesmo imaginando um eterno retorno, mesmo não mudando nada , você deve se sustentar. Ele se opõe ao evolucionismo e propõe o transformismo.È tipo assim, se a humanidade voltasse ao tempo primitivo com antigas características físicas, ela ainda sim se superaria porque o que mudaria era só o meio/espaço em que vive(esse é meu entendimento, é muito difícil entender o cara, e muito pessoal o entendimento).

"(...)Ele morreu por seus próprios pecados- não há a menor base para se acreditar que tenha morrido pelos pecados dos outros."



Sem mais por hoje.Ainda tem Freud e Marx.

Passa amanhã.




terça-feira, 28 de outubro de 2008

Santa Chuva



Tá eu sei, de novo ele.È de novo.Eu estava com receio de por a música aqui, porque eu já falei do Camelo e do seu CD, mas num resisti, eu viciei na música.Eu gosto quando ele canta como se fosse uma figura feminina, nessa música ele manda esse eu-lírico feminino.Ouve a música, é legal!Presta a atenção na letra também.



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Santa chuva
vai chover de novo deu na tv
que o povo já se cansou
de tanto o céu desabar
e pede a um santo daqui
que reza a ajuda de deus
mas nada pode fazer
se a chuva quer é trazer você pra mim
vem cá que tá me dando uma vontade de chorar
não faz assim não vá pra lá
meu coração vai se entregar à tempestade
quem é você pra me chamar aqui se nada aconteceu,
me diz? foi só amor ou medo de ficar sozinho outra vez?
cadê aquela outra mulher?
você me parecia tão bem?
a chuva já passou por aqui,
eu mesma que cuidei de secar,
quem foi que te ensinou a rezar?
que santo vai brigar por você?
que povo aprova o que você fez?
devolve aquela minha tv que eu vou de vez
não há porque chorar por um amor que já morreu
deixa pra lá, eu vou, adeus.
meu coração já se cansou de falsidade...
Composição: Marcelo Camelo

sábado, 25 de outubro de 2008

Saudades, Nina.

Antigamente eu tinha um arquivo que eu contava estórias sobre uma personagem.Esses dias estava procurando uma coisa e encontrei o tal arquivo.Faz meses que não acrescentava estórias a Nina.Num sei porque mas deu vontade de mostrar sua personalidade aos outros.Talvez seja a pior coisa que vocês já leram,mas deixa ser.Perdoe também possíveis erros de português.Resolvi não corrigir nada, eu sempre escrevia muito euforicamente e quem sabe alguma ignorância ou erro de digitação podem estar por ai.




[Uma menina qualquer, às vezes bem distante, sem querer.. Estranhamente apaixonada por nada demais. Não a chamaria de aleatória alternativa, pois temo me prender em algum estereótipo, gosta muito de vinho e bebidas em geral..Não gosta de ficar longe, e nunca suportou se esconder..Mas o que tem de mal em ficar sozinha às vezes? Sabe lidar com crises muito bem, tão bem que as vezes me assusta.. Encara o mundo com uma leve distimia, gosta do cinza de seus botões..Sempre tentando se perder pra não cair..Hipocondríaca em fase de tratamento , é ESTUPIDAMENTE EXAGERADA, baterista, gosta muito de ler, ama escrever,pintar, andar por ai na chuva e escutar música(boa música). Tem planos de se mudar pra França e viver uma vida ociosa de artista plástica marota..Ou fazer a primeira coisa que for capaz de tomar todo o seu tempo..Não mantém crenças, nunca precisou acreditar...Perde-se de si mesma constantemente, e acredita que não vale a pena procurar-se..Uma hora alguém invade sua alma e completa seu desamor.. Gosta das pessoas que a deixam respirar, e isso a faz sentir-se contagiosa e feliz, e é bom..Ama tocar piano..Se liberta ouvindo Bach...Faz desaniversário em outubro. Gostaria de virar uma estrela e se mudar para a terra do nunca.. Gostaria de sumir, espairecer..Gostaria de ficar na chuva, eternamente, sem pensar em mais nada.. Que assim não dói.
Passional, estupidamente, extremamente, cegamente Passional..Precisa de pessoas intensas pra funcionar.Espero que consigam defini-la sem julgar. Sabe? Uma palavra, um toque, um olhar..Já é feliz, só espera que a completem sem querer..Às vezes eu a deixo inerte e ela me condena por isso..Sempre falando coisas.. Mas nunca querendo dizer...Saudades Nina.]

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Immanuel Kant.

Já ouviu falar de Immanuel Kant? Do Immanuel não,mas de Kant já deve ter ouvido sim.
Enfim,eu num sou kantiana.Ainda preciso de muito mais cultura para assumir um pensador.Mas "sei"o jeito Kant de pensar.
Na real num concordo muito com pessoas que ficam citando, assim, os outros,acho pedante.Mas absorver cultura eu acredito que seja dever biológico do ser humano.Então, eu que faltei na escola , num tem absolutamente nada para fazer,vou falar do Kant.E vale lembrar que é muito relativo e subjetivo o jeito que eu entendo o cara e você.Por isso, não me condene.
Segundo o pensador, a nossa vontade, ou "boa vontade", é a melhor razão que se pode ter para realizar uma ação. Se você age por lógica ou instinto, não está sequer se diferenciando de um macaco.Tipo assim, um mico-leão-dourado cata piolho pelo corpo e os come, por razão e instinto(o exemplo é meu,não de Kant).Ser kantiano é muito mais difícil,mesmo eu num sendo sei disso.Um indivíduo que assume o pensamento de Kant num toma banho porque gosta de tomar banho ou para ficar feliz em sair de casa cherosinho.Não.Ele toma banho porque essa é a coisa certa a ser feita e ponto final.Eles agem por "boa vontade".E isso cansa.
Entende a diferença?
Não.Isso para vocês é ser cretino.(no começo eu achava ridículo)
Mas essa é a grande diferença entre Kant/kantianos e nós."Insistir no exato inverso da natureza Humana.Que é egoísta,baixa e perversa.Sendo que ajo como ajo em pleno exercício da minha liberdade...Não realizar um desejo pode ser tão divertido quanto realizar." palavras de uma kantiana.
Num mostrei nem a unha do dedindo do pé do pensamento de Kant.Portanto, leia.Não por razão ou por instinto, mas por "boa vontade", ou não leia também.
Sei lá.
Sem fotos.

Passa Amanhã (por pensamento kant: boa vontade de me fazer feliz).Que tosco, meu deus!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Dá a mão.




Num sei quem escreveu, mas eu gostei.Eu adoro esse gesto.Diz muito sobre o tipo de afeto ou a falta de.Me lembra aquela música que tem uma parte assim:"eu sou o que vocês são não solta da minha mão."Eu conheço a mão das pessoas,como da minha mama que é macia, a do meu irmão que tem o formato das unhas iguais as minhas, do meu pai que aparenta bem a sua idade,da minha irmã mais velha que tem a palma bem clarinha e da minha irmã mais nova que é leve e frágil.
Galera, Portanto, não solta da minha mão.

"A gente pode o que quiser. Dá a mão. A gente pode sentir pena dos jovens, quando eles confundem angústia com idealismo. E dos velhos, que têm o coração orgulhoso e arrogante. A gente pode ver o terror nos tribunais. Ver por baixo da máscara do poeta. Ver o comediante chorar no escuro. Ver o capitalista e o mendigo que não possuem senão a mesma coisa - nada. A gente pode ver como traem os que se amam. Ver pais que querem ter filhos pra poder gritar depois: "Você devia se orgulhar de ter pais como nós". Depois ver os filhos crescendo e fazendo a mesma coisa. A gente pode ver a inocência dos pequenos que descobrem a paixão pela primeira vez. E da prostituta que lê Schiller deitada na cama. A gente pode ver Deus e o Diabo brigando. E a gente pode cochichar no ouvido um do outro o segredo que ninguém aqui sabe: Deus e o Diabo estão bêbados. Tudo o que você tem que fazer é me dar a mão. Seu cabelo vai estar branco quando você tiver outra oportunidade desta."

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

"Nóis chega mais primeiro"


Pois é, faz tempo que eu não escrevia.E aqui caberiam mais linhas de reticências, ou de exclamações, ou de interrogações,ou de parênteses vazios, e principalmente de aspas, pois não sei o que dizer. Forço-me a escrever para não ter que jogar tudo isso no lixo. Sirvo-me para tal, de uma manjada técnica de terapia: a associação livre.Segure-se, portanto, porque lá vamos nós.

"Nóis Chega mais primeiro"

Hoje estava caminhado até meu curso de inglês,quando passei perto do ponto de onibus e no fundo da música (Vida Doce, do Marcelo Camelo) eu escuto uma criança de, aproximadamente, uns 7 anos dizendo: "Nóis chega mais primeiro".Doeu.Doeu muito.Era uma família com 4 meninos, uma menina e a mãe.Eles tinham aparência humilde e foi por isso que me doeu mais, são do ensino público.Eles não tinham sotaque nordestino.Eram, provavelmente, paulistanos assim como eu. Estamos todos num segundo turno das eleições, com promessas, debates e fantasmas do passado(tipo alguém falando: Nóis...).Sei lá.Eu sei que nunca vai existir um ser humano honesto o suficiente para governar tudo isso, mas alguém capaz de fazer com que ninguém mais solte essa frase, nem de brincadeira.Tenho certeza que assim "nóis chega mais primeiro" no fim da confiança nessa porra toda.
Ah! Num quero dizer mais nada.

sábado, 11 de outubro de 2008

Carta Para Alguém Bem Perto

Apesar de valer a pena, eu sei que ninguém vai ler mesmo.Isso é um trecho de um livro da Fernanda Young, que chama-se Carta Para Alguém bem Perto .E eu nem sei porque eu tô postando isso.Eu queria ter essa facilidade para amar que Ariana tem.Alguém leu.Ha!

"Meu amor,


Hoje a cicatriz rompeu, a ferida abriu e a saudade de você jorrou com tanta força, que eu pensei que seria necessário me amputar inteira para ver se passava a dor. É madrugada, você não sai do meu pensamento e eu não consigo dormir. Não adianta. Você já está cansado de saber da teimosia do meu sono. Não era você que vivia falando: "tal sono, tal dona"? Então, o tal sono, continua do mesmo jeito. Sim, continuo acordando ligada na tomada e dormindo igual uma pedra, não importando o lugar, nem a companhia. Nem sei o que eu queria exatamente te contar, há tanto acontecimento pulsando o tempo inteiro. Determinar um ponto de partida é quase missão impossível. Hoje foi um típico dia estranho, em que a síndrome de inadequação não deixou de dar o ar da graça para me fazer questionar mais um bocado o que já está mais que questionado. Sabe aqueles dias em formato de espiral? Pois é. Se fosse pra dividir o dia em cores seria assim: verde claro, marrom, amarelo do sol, cinza, amarelo do sol na praia, laranja do pôr-do-sol, laranja desbotado, marrom e, pra completar, o agora, eu acho que é um tom claro que quer ser branco. Entendeu? Ou vai me ligar e dizer: Menina Caramelo, tu ta viajando cada vez mais, não é? Tenho muitas dúvidas se te explico nessa carta o que me leva a escolher cada uma dessas cores para falar do meu dia ou se espero tu me ligar só pra te ouvir me chamar de Menina Caramelo. Decidi! Vou explicar logo, porque tenho necessidades urgentes de falar com você, mesmo que seja nesse monólogo, que espero que te encontre bem demais: cantando, assoviando e dançando no meio da tarde de uma terça ou quarta-feira qualquer. Sendo lindo como somente você sabe ser. Hoje, que cronologicamente não é mais o hoje que eu falo, o dia começou mais cedo do que o normal, ainda era quase escuro quando o mundo dos sonhos de sonhar com olhos fechados me abandonou. O acordar é verde claro porque continuo a menina boba que começa o dia nutrindo esperanças leves e claras. Depois, fiz a velha lista mental dos afazeres do dia e não gostei muito do que vi: coisa demais para chamar de obrigação e coisa de menos pra chamar de alegria. Nessa fase, o verde foi ficando marrom. Depois vieram as aulas, chatas e sombrias, forçando uma apatia que eu não gosto de cultivar. Marrom é a cor mais parecida com esse momento, que ainda era recheado de uma ansiedade de ir embora, de resolver a vida, de acabar logo o dia, que piorava tudo. Depois, almocei num lugar qualquer, esperando a hora do médico. Claro que a espera não podia deixar de vir acompanhada da impaciência inteira do universo. A médica atrasou e eu fiquei conversando com um conhecido, desses que sempre se encontra em qualquer situação inusitada, principalmente, quando se mora numa cidade que parece uma tribo. Deu para dar uma distraída. Quando a médica chegou, eu tinha a cara mais desolada do universo. Entrei na sala quase rezando para que minha leitura leiga dos exames fosse totalmente equivocada. Os anjos ouviram minha prece e a minha saúde foi mais que elogiada, em melhor estado não poderia estar. Um amarelo bem feliz representa bem o que eu senti ao sair do consultório. De lá, direto para o trabalho, num cansaço tão grande e desanimador, que cinza é quem melhor diz do meu estado de espírito vespertino. Cheguei em casa no começo da noite e fui ler meu livrinho novo, que comprei de manhã. Esqueci de contar que esse instante de ter o livro nas minhas mãos foi igual um arco-íris que surgiu rapidamente no céu para deixar todo mundo mais feliz, mais criança, mais mágico. O livro é lindo, li todo de uma vez, deixando apenas cinco páginas para ler antes de dormir, morrendo de pena de acabar tão rápido algo que era tão bom. Sabe última garfada da fatia de bolo de chocolate? Aquela cheia de cobertura? Era essa parte do meu livrinho que faltava ler. A leitura dessa preciosidade tem a cor amarelo-de-sol-na-praia. Cor essa que se prolongou, porque eu saí de casa para ver um show lindo, criativo, original, terno, delicado, desses que fazem a gente se sentir bem e feliz por ter se possibilitado tal coisa. Tanto encanto, que eu nem sei como coube em tão pouco tempo. E você sabe como acabou a apresentação do pernambucano talentoso? Numa ciranda bem grande, todas as pessoas que estavam lá deram as mãos e cantaram. Imagina que troca de energia! Que astral! Que boas vibrações! Lindo, lindo, lindo. Queria ter você lá segurando a minha mão. Desfecho de cor laranja pôr-do-sol, nem precisa explicar da boniteza e significância dessa cor. Cor de ciranda. Depois, meu laranja foi desbotando e a síndrome de inadequação começando a cutucar a alma, querendo entrar independente da minha permissão. Não me peça explicações, não sei dá-las. Comecei a pensar um milhão de coisas esquisitas nessa hora. Coisas ruins. Até que ficou tudo marrom. E eu sem entender direito como podia um estado de espírito se modificar nessa velocidade. Como alguém que está completamente extasiado pode amofinar tão rápido? Quis tanto você ali comigo, quis tanto os meus portos-seguro repartindo aquele momento, ampliando as boas vibrações e trocando olhares cúmplices. Sabe quando tem um monte de gente ao seu redor e você não encontra ninguém? Sabe quando você está fisicamente num lugar, mas o pensamento e o coração estão num ambiente completamente diferente? É louco quando isso acontece, não é? Aconteceu hoje. E lá veio a vontade, ampliada, de voar. Por vários instantes, senti-me enfraquecida. O pior é que eu sei exatamente o porquê. Cheguei num lugar e olhei para as pessoas e senti imediata necessidade de me esconder atrás de escudos. Fui lembrando de você, e de cada um dos nossos, me dizendo tudo aquilo sobre ser gentil e cortês, mas não confundir conhecidos com amigos. Vocês me falaram tanto e tantas vezes sobre desapegar-me do que não é meu, do que não é verdadeiro, do que não é para sempre, que eu não tive como evitar o surgimento de uma paranóia. Teve horas que me desprotegi e esqueci os escudos, claro, não estou acostumada com eles, mas, confesso que carrega-los me incomoda de uma maneira quase insuportável. Não me reconheço sob essa armadura. Fico querendo gostar, amar de verdade as pessoas. Minha espontaneidade me leva a isso. Mas, não paro de lembrar de vocês falando que vocês é que são meus amigos, que falam as coisas pro meu bem, que só querem me preservar de quebrar a cara e me decepcionar e todo aquele blábláblá que sempre me deixa deprimida. Eu concordo que eles não são meus, que eles vão sumir da minha vida por mais que eu goste deles, mas conseguir manter uma frieza, um distanciamento, é a coisa mais difícil que eu posso fazer. Tudo isso é mesmo força das circunstâncias? O tempo não vai fazendo os galhos criarem raízes? Acho amizade tão mais empatia do que qualquer outra coisa, sabia? Aconselha-me diferente, C., por favor. Diz-me que é melhor eu ser eu mesma do que deixe de gostar das pessoas porque eu vou quebrar minha cara. Ela já foi refeita tantas vezes, uma quebradinha a mais ou a menos não vai fazer muita diferença. Imagino a bronca que você vai me dar. Você e todo mundo que gosta de mim e insiste em me dizer a mesma coisa sobre ser menos empolgada e deslumbrada. Não consigo. Não consigo. Não consigo. Eu até tento, mas isso me provoca um mal estar danado, na verdade. Eu não sei dar abraço frouxo. Eu não sei dar dois beijinhos, eu gosto mesmo é de abraço. É um esforço sem tamanho ter que evitar amar as pessoas, sabia? Vale a pena esse esforço? Eu sei que eu tenho a você e mais uma porção de gente para recorrer quando o sufoco aparecer, mas, puxa vida. Eu estou mal agora. Não é à toa que eu não consigo dormir. Ah! Acabei de ler meu livrinho antes de começar a te escrever. Chorei no final. Coisa mais linda e preciosa. Sabe o que eu acabei de decidir? Vou largar esses escudos. Eles pesam mais do que os pensamentos do tipo "fulano está achando isso ou aquilo de cada uma das minhas ações". Quem está na chuva não é pra se molhar? Eu não sabia que seria tão complicado. Tenho saudades e mais saudades. Vem me chamar de Menina caramelo, vem. Vem me dizer que meus olhos são bolas de caramelo que dá vontade de mergulhar, por favor. Estou sentindo falta disso. Ter que conviver com as pessoas sem olhar nos olhos delas não faz parte de mim, não me faz feliz. Xingue-me, me chame de idiota, me diga "eu não te disse, teimosa" mil vezes, eu não vou mudar. Eu sou assim, essa pessoa que ama outras pessoas pelo simples fato delas terem um sorriso bonito, gostarem de ler poesia ou revista em quadrinhos. Vou quebrar a cara? Talvez sim, talvez não. Mas, vou fazer o que meu coração manda, oras. Viu como eu fiquei invocada nesse momento? Fui totalmente de escorpião, não foi? "O escorpião é a pessoa mais doce do mundo, até ser contrariado". Estou te ouvindo falar isso agora.
Preciso te contar de como eu descobri que, do mesmo modo que lagartas viram borboletas, borboletas podem se transformar em lagartas. Ou pelo menos aparar um pouco suas asas. Um sossego que veio se alojar em mim.
Hoje tocou nossa música no bar onde eu estive e ninguém, além de mim, sentiu qualquer coisa bela e especial, ninguém entendeu a importância que aquilo tinha. Evoquei você e os nossos agregados queridos. Foi lindo. Foi um dos instantes em que a multidão do bar sumiu para mim. Mas, confesso que quando aterrissei, tinha um buraco no meu coração. O buraco que a falta de vocês abriu.
O sono não vem e, infelizmente, não posso dizer o mesmo do sol.
Desabafos são caminhos claros, quase brancos. Acho que agora já é possível alguma paz.
Tu entendeste essa balbúrdia que tomou conta de mim? Eu ainda estou tentando entender. Até lá, e muito além, sigo te amando.
Hoje vi as flores amarelas mais bonitas penduradas numa árvore como se fossem brincos. A natureza é a coisa mais esperta e bem ornamentada que existe.
Dá-me notícia. Não me deixe só. Não me abandone. Eu sou burra, idiota, retardada, só consigo aprender na marra, mas eu te amo, te quero bem e torço por ti infinitamente.
Estou sempre aqui, querendo fazer de tudo pra te ver bem feliz.
Se cuida daí, que eu me cuido daqui.
Pega leve nas broncas.
Beijos e mais beijos de amor daqui até a eternidade,
A. "

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

"O pulso ainda pulsa."



[Ao quadrado é como se move nesse mundo apressado, ansioso.
e pare de fumar antes que os pulmões percebam que aquilo não é ar.
Eu me falo. Eu me Digo. Eu me queimo.
Eu mesmo responsabilizo-me pelo meu esquema.
O meu esquema é meu e ponto.
Não há grandiosidade alguma sugerida aqui. Somos menores, e somos fruto dessas horas apressadas. Desses trens lotados e desse poetas de rua, abandonados, fedidos e feios.
Não há grandiosidade alguma sugerida aqui.
O seu esquema é meu e ponto.]



São Paulo. 19 milhões de habitantes. 200 quilômetros diários de engarrafamento. 300 mil motoboys. No coração de uma das maiores metrópoles do mundo,cá estou eu.Num sigo esse ciclo vicioso, sei lá.Prefiro gastar meu capital no português da padaria ou na locadora da esquina.
Como pegar a Sé as 6 da tarde e querer sentar?ou pelo menos respirar?
Sente nas escadas do Teatro Municipal e coma um churrasquinho grego.
Vá até a 25 de março e ouça aqueles imigrantes te cobrando, sempre cobrando.
Depois “contemplem” o sotaque nordestino de qualquer esquina.
Termine consumindo no shopping.E tudo isso muito rápido.Somos todos apressados.
E não esqueça de guardar uma moeda para o “garotinho do trânsito”.
Passa Amanhã.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Fim do Recesso(Mantenham-se Otimistas)



Descobri que sou uma verdadeira representante do gingado sul-americano.
Ha!
Brincadeira.
A liberdade acabou com os meus neurônios.
Prometo postar melhor da próxima.
Descobri também que existe adaptação.
E o que vc critica hoje vc vai com certeza se ajoelhar amanhã.
Preciso de uma boa dose de conteúdo, para arrancar os resquícios de besteirol.
Jamais serei hipócrita e negar minha diversão.Só quero colocar minha cabeça no lugar e parar de as vezes cantar algum axé involuntariamente.Se vc ainda não foi vá.
Mas não esqueça de voltar ao seu normal quando voltar.
A foto tá resumindo como foi.
Não desistam de mim e muito menos do meu blog.