segunda-feira, 29 de agosto de 2016

29.08.2016 visibilidade lésbica

Deram, finalmente, a vez dela de falar, depois de meses com a mão estendida eles lhe deram a vez.
Não ouvi as panelas, nem os gritos covardes de "puta" a luz não piscou e a televisão, essa nem noticiou.
O discurso foi bonito. Sabe quando a gente perde e tira uma lição das coisas? É mais que isso.
Não foi a primeira nem a última vez que a gente perdeu a democracia.
Nesse dia triste eu, que já sinto fisicamente o peso da vida nos ombros, aproveito para sorrir enquanto as lágrimas cismam em cair, quem sabe assim eu entendo com sentimentos como funciona um arco-íris.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Agosto.

Vivo agosto a contragosto
com ajuda do capuz escondo meu rosto
é tudo tão doloroso quando a gente sai de casa.
Nem preciso sair. Nem quero.
É só usar o facebook, ou passar vinte minutos das manhãs vendo snaps. Pronto, já sei que não quero ir, não quero sair.
Meu quarto é uma passagem secreta para tudo que vive dentro de mim.
Eu tentei pintar por cima, mas ainda lembro do seu sorriso deitada na metade do meu travesseiro me olhando enquanto eu reclamava que você dormia demais.
E todas essas noites que me falta sono eu lembro que gosto de sonhar com o "pra sempre"
Até que hoje, meio adulta, eu descobri que tem pra sempre que dura segundos, tipo os sorrisos que a gente recebe de quem a gente ama.