sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Pra tu, mulher. Bloco de notas quase último dia do ano.

Pra tu, mulher. 

Começamos o ano juntas, quando foi dada a largada a gente tava no encaixe dos nossos beijos e terminamos o ano assim na distância dos fins. Aliás isso aqui é sobre términos, não sobre rompimento. 
Acontece que tudo isso me fez aprender muito mais sobre mim do que sobre a gente. E isso é incrível. 
Aprendi sobre meu amor que é bonito demais, mas apodrece quando entra algum tipo de possessão. Aprendi que meu amor é muito mais sobre mim do que sobre o outro. 
Eu entendi exatamente onde está minha dor que era além da saudade. Eu sinto saudades, mas o contato não é saudável e isso também é uma frustração. 
Descobri que não sou madura o suficiente para te ver viver sem doer. Isso eu tento melhorar na minha cabeça e coração a cada dia. Porque, pqp, eu quero muito nossa felicidade por aí no mundão. 
Eu aprendi a delícia solitária que é se preocupar apenas comigo em cada pedaço do meu dia. 
Com o tempo você não fez mais falta na rotina. Mas não teve um dia desse ano que eu não lembrei de algo que me lembrava você. Às vezes com sorriso no rosto, às vezes com lágrimas tímidas. 
É ridículo, mas pelas compatibilidades do ser e estar eu achei que ficaríamos mais tempo “juntas, juntinhas” e eu acho que esse foi o apego mais difícil de perder. 
Só fui aprender isso há poucos meses. 
Que puta processo você está sendo na minha vida. Do começo ao fim. Tipo viagem longa de cometa. 
E é por isso e por cada “microlembrança”, que eu te agradeço por esse ano, por todas as canções e pela vida que a busca da cura trouxe para o meu coração solar. 
A coisa mais bonita que eu aprendi é que o processo não tem nada a ver com você, mas comigo, em tudo que eu depositei e o motivo disso, só enxergando isso, que eu cresço enquanto passa. 

Tenho amor por mim e por isso tenho amor pelo o outro, logo, tenho amor por você. Amor pelo leite derramado e pelo deleite que foi o nosso amor. 


O mundo é bão, 2019. 

2 dizeres:

Anônimo disse...

Ana, eu queria ser madura feito você. Sabe, eu olho seus textos, te acompanho nas redes, você tá sofrendo, mas nunca te vi desejar em nenhum dos seus textos a infelicidade de quem tu ama, eu sempre peço pra isso sair do meu coração. Mas desejo involuntariamente para que a mulher que eu amo não seja feliz com quem está. Eu olho as fotos fico mal, vejo o que ela escreve pra pessoa e fico mal. Como você lida com isso?

Ana Luisa Pacheco disse...

eu aprendi que tudo que dói está ligado a um tipo de posse!
dói também o apego as coisas boas, mas aí a gente lembra que o outro já não nos fazia tão bem porque não estava bem, sabe? e que agora ele faz esse bem pra outra pessoa porque se sente melhor assim. É dolorido, mas a palavra é aceitar.
eu penso que sou incrível demais pra desejar mal que só vai me fazer mal.

Mas claro existe uma responsabilidade emocional do outro, mas aí novamente, como eu disse no texto é um processo só nosso.
se eu vejo algo que me faz mal qualquer gatilho eu procuro não ver muito.
Porque a gente não merece apertar nosso próprio machucado.
se quiser, me chama no instagram @anapacheco04 ou no facebook pra conversarmos melhor.
Mas lembra que o processo é só nosso, sempre.

não sei se me expressei bem