sábado, 27 de novembro de 2010

Abre teus armários.

Ela descobriu ontem que não fazia diferença no mundo. Viu toda sua vida passando em segundos, todos os melhores e os piores momentos. Os medos, os amores, os porres. Depois fechou os olhos e deixou que memória atuar como um GPS impondo o destino e exigindo o caminho.
Lembrou que já subiu muitos degraus e teve decidiu desce-los porque o que mais gosta são desafios e não a concretização.
Com cuidado para não machucar o coração recordou que não é essencial para o mundo e não enxergou nenhuma essência em si. Depois pensou que estava influenciada pelo espírito de  Schopenhauer e beirava o pessimismo. Mas logo se lembrou que  é atéia.
Eu me lembro do colégio, da juventude que vivo e do amanhã que aguardo.
Trocou a narrativa de terceira para primeira pessoa  e deixou escapar seu disfarce.
Isso porque sempre quis platéia, ser vista, reconhecida, dona, superior.
Só que eu sou semelhante e diferente(bem mais) também. O jeito como me visto, como me comporto, as pessoas que eu ando, o fato de gostar do mesmo sexo.De gostar de sexo.
Só peço que o mundo não esqueça do meu lugar e que alguém sinta orgulho pela minha vida, por ter me conhecido.Me reconhecido.
Ela não abandonou o blog, só está amadurecendo. Não gosta de associar amadurecimento com o fim da vida. 
A gente só morre quando não precisa mais aprender nada para viver.Acho que as pessoas morrem quando aprendem a viver ou erram muito a ponto de se matar. As pessoas deveriam preferir a tristeza ao invés da morte, é mais concreta. Mais correta. Discreta. E corajosa.
Eu ainda quero aprender a andar sem GPS, sem razão, só com feeling, com coração e amor correspondido e as vezes não correspondido porque sofrer de amor é a pior e melhor coisa do mundo.

A+

Faz de mim a menina dos seus olhos.
Me encaixa nesse abraço
Quero você cega
Me pega pelo braço.
Quero que me deixe cega.

E  nem todos esses meus pronomes de possessão fazem você voltar.

sábado, 6 de novembro de 2010

Novembro

Nada

Intercalando opções
sem escolher

Eu soltei a sua mão

E te acomodei
nessa semi-escuridão

Faz questão de seduzir todo mundo, me seduziu, me deduziu. E esse sorriso que não cansa de ser bonito.Que fica vagando pela minha mente, todo vez que seu nome chega na minha cabeça. Eu tenho esse prazer de fingir que não ligo, para minha o cinismo é afrodisíaco.
Seu sorriso deve ter algum tipo de magnetismo. E não precisa de tanta simpatia com todo mundo se não quiser tragar todo mundo para você, ou que todo mundo fique assim fazendo suas vontades. E querendo participar das suas intimidades. Vou soltar sua mão agora e viver do nada. É que não aguento mais o seu tudo. Seu todo. Todo mundo é gente demais para mim.


Tudo por todos.

Todos por nada
Cuidado!
Quem tem todo mundo
não tem ninguém.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Tentei, gente.

Fiz um aborto. Não de um bebê. Mas um aborto da gente.Faz tempo que tinha esse pedaço de você em mim, que precisava sair.
Só agora vi o quanto esse anzol que você usou para me levar, me machucou.
Toda essa poligamia que eu chamo de amor me persegue, e já me disseram que os maiores fantasmas são as pessoas que estão vivas.Quer coisa mais real que um fantasma?
Tá vendo, não tem conectividade nos meus parágrafos, dividi toda a minha vida em frações, em pedaços separados por coisas que me dão prazer e por coisas que não me dão prazer.
Acho difícil cumprir uma promessa. E prometer é tão fácil que a gente sai por ai mentindo promessas e criando expectativas.
Tô escrevendo mal, tá difícil.