segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

E de Novo, São Paulo.

Por Washington Olivetto.
Alguns dos meus queridos amigos cariocas têm mania de achar São Paulo parecida com Nova York. Discordo deles. Só acha São Paulo parecida com Nova York quem não conhece bem a cidade. Ou melhor, quem a conhece superficialmente e imagina que São Paulo seja apenas uma imensa Rua Oscar Freire. Na verdade, o grande fascínio de São Paulo é parecer-se com muitas cidades ao mesmo tempo e, por isso mesmo, não se parecer com nenhuma. São Paulo, entre muitas outras parecenças, se parece com Paris no Largo do Arouche, Salvador na Estação do Brás, Tóquio na Liberdade, Roma ao lado do Teatro Municipal, Munique em Santo Amaro, Lisboa no Paris, com o Soho londrino na Vila Madalena e com a pernambucana Olinda na Freguesia do Ó. São Paulo é um somatório de qualidades e defeitos, alegrias e tristezas, festejos e tragédias. Tem hotéis de luxo, como o Fasano, o Emiliano e o L'Hotel, mas também tem gente dormindo embaixo das pontes. Tem o deslumbrante pôr-do-sol do Alto de Pinheiros e a exuberante vegetação da Cantareira, mas também tem o ar mais poluído do país. Promove shows dos Rolling Stones e do U2, mas também promove acidentes como o da cratera do metrô e o do avião da TAM em Congonhas. São Paulo é sempre surpreendente. Um grupo de meia dúzia de paulistanos significa um italiano, um japonês, um baiano, um chinês, um curitibano e um alemão. São Paulo é realmente curiosa. Por exemplo: tem diversos grandes times de futebol, sendo que um deles leva o nome da própria cidade e recebeu o apelido 'o mais querido'. Mas, na verdade, o maior e o mais querido é o Corinthians, que tem nome inglês, fica perto da Portuguesa e foi fundado por italianos, igualzinho ao seu inimigo de estimação, o Palmeiras. São Paulo nasceu dos santos padres jesuítas, em 1554, mas chegou a 2007 tendo como celebridade o permissivo Oscar Maroni, do afamado Bahamas. São Paulo já foi chamada de 'o túmulo do samba' por Vinicius de Moraes, coisa que Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini e Germano Mathias provaram não ser verdade, e, apesar da deselegância discreta de suas meninas, corretamente constatada por Caetano Veloso, produziu chiques, como Dener Pamplona de Abreu e Gloria Kalil. São Paulo faz pizzas melhores que as de Nápoles, sushis melhores que os de Tóquio, lagareiras melhores que as de Lisboa e pastéis de feira melhores que os de Paris, até porque em Paris não existem pastéis, muito menos os de feira. Em alguns momentos, São Paulo se acha o máximo, em outros um horror. Nenhum lugar do planeta é tão maniqueísta. São Paulo teve o bom senso de imitar os botequins cariocas, e agora são os cariocas que andam imitando as suas imitações paulistanas. São Paulo teve o mau senso de ser a primeira cidade brasileira a importar a CowParade, uma colonizada e pavorosa manifestação de subarte urbana, e agora o Rio faz o mesmo. São Paulo se poluiu visualmente com a Cow Parade, mas se despoluiu com o Projeto Cidade Limpa. Agora tem de começar urgentemente a despoluir o Tietê para valer, coisa que os ingleses já provaram ser perfeitamente possível com o Tâmisa. Mesmo despoluindo o Tietê, mantendo a cidade limpa, purificando o ar, organizando o mobiliário urbano, regulamentando os projetos arquitetônicos, diminuindo as invasões sonoras e melhorando o tráfego, São Paulo jamais será uma cidade belíssima. Porque a beleza de São Paulo não é fruto da mamãe natureza, é fruto do trabalho do homem. Reside, principalmente, nas inúmeras oportunidades que a cidade oferece, no clima de excitação permanente, na mescla de raças e classes sociais. São Paulo é a cidade em que a democratização da beleza, fenômeno gerado pela miscigenação, melhor se manifesta. São Paulo é uma cidade em que o corpo e as mãos do homem trabalharam direitinho, coisa que se reconhece observando as meninas que circulam pelas ruas. E se confirma analisando obras como o Pátio do Colégio (local de fundação da cidade), a Estação da Luz (onde hoje fica o Museu da Língua Portuguesa), o Mosteiro de São Bento, a Oca, no Parque do Ibirapuera, o Terraço Itália, a Avenida Paulista, o Sesc Pompéia, o palacete Vila Penteado, o Masp, o Memorial da América Latina, a Santa Casa de Misericórdia, a Pinacoteca e mais uma infinidade de lugares desta cidade que não pode parar, até porque tem mais carros do que estacionamentos. São Paulo não é geograficamente linda, não tem mares azuis, areias brancas nem montanhas recortadas. Nossa surfista mais famosa é a Bruna, e nossos alpinistas, na maioria, são sociais. Mas, mesmo se levarmos o julgamento para o quesito das belezas naturais, São Paulo se dá mundialmente muito bem por uma razão tecnicamente comprovada. Entre as maiores cidades do mundo, como Tóquio, Nova York e Cidade do México, em matéria de proximidade da beleza, São Paulo é, disparado, a melhor. Porque é a única que fica a apenas 45 minutos de vôo do Rio de Janeiro. O mais importante é que com essa distância nenhuma bala perdida pode alcançar São Paulo ! Washington Olivetto é paulista, paulistano e publicitário.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Tanto faz.

Tanto faz se for segunda de tarde ou sábado a noite.Lívia tomava breja como água, tentando esquecer a briga e os dois dias de rompimento.Deixando sempre de pensar menos nela e pensando cada vez mais nele.
Agora que ele num pode, não liga para dizer mentiras gentis.Ela então fuma um baseado.A noite começa e o dia fica menos irritante se ele liga.
Suas mãos estão machucadas, ela gosta de escrever na quinta, na quarta é que não.Acho engraçado como ela parece uma mulher chata de 40 anos, infeliz com o casamento e a tarefa de ser mãe.
Ontem ela tava feliz e vestiu aquele vestido florido.Nesse momento está bêbada, frágil e brisada.
Ela pega o celular várias vezes e tenta discar os números do mentiroso, mas desiste. Mais um trago.Ela não quer parar, mas sabe que deveria.Acaba se esquecendo da breja e se joga na sofá.
Dormiu e o telefone tocou.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Bixete


eu sou a primeira, prazer.
é pois é.
cabelo:tinta, óleo, confete, pinga, ovo, mais tinta, farinha, café e tinta.
qual o seu nome, bixete?
bixete.
isso é casper.
ei mack vai tomar no cú.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

"Dores do Amor Romântico"FY

A cada grampo que enfio em meus cabelos, penso em você.
Todas as ruas dessa cidade,caminham num só pensamento:
você.
Essa idiotice de estar sofrendo assim, essa saudade...
Você.Você.Você.
Eu aqui,sozinha, acompanhada.rindo, chorando, com vertigens
Acho que estou caindo.
O estômago embrulha como na montanha-russa.
Você não é mais meu.
Você nunca foi meu.
Você nunca quis
ser meu.
Estaríamos juntos se você quisesse.
Mas você disse:
não posso.
não quero.
Preciso ficar longe
Preciso deixar nós
dois pra trás
e ser somente um.
Você quer ser um.
Vou até o espelho, ajeito os meus cabelos de crina de cavalo,
entupo a cabeça de grampos resistentes.
Nunca mais cortarei um fio sequer.
Eles irão crescer, o tempo que me distancia de
você.
Os terei presos durante o dia.Soltos a noite.Uma Rapunzel.
Cada centimetro será mais um mês que passou desde o dia
ultimo dia em que nos vimos.
Você disse: preciso estar uno.
Agora estou sozinha, você amputou-se de mim.
Nunca mais cortarei esses cabelos
que você dizia amar.
Talvez numa madrugada insone, ou até dormindo.
quem sabe em sonho?, você suba até meu quarto,
minha cabeça, e cansado do ímpar, implore:
deixe-me grudar de novo no corpo seu.
Se isso acontecer, príncipe encantado, eu retrucarei:
"Redime, ó Deus, Israel de todas as angústias",
minha memória ,permita-me o esquecimento!
Então poderei cortar a minha trança, esse calendário vivo.
grosso, negro brilhante em fios de quase nylon ,
pois a minha vida estará de novo começando.


Eu não quero um.
quero a estendida eternidade
que não se conta.

(cortei meu cabelo)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Surtei.

Deixá-lo de lado!

"Medo! palavrão que fere meus ouvidos! Como viver, se ele está sempre ao meu lado? Eu aceito o medo, mas é preciso tomá-lo em pequenas doses."

O Velho e o Moço
Los Hermanos.(só a parte do moço)

"Deixo tudo assim, não me acanho em ver vaidade em mim.Eu digo o que condiz.Eu gosto é do estrago.Sei do escândalo e eles têm razão.Quando vem dizer que eu não sei medir,nem tempo e nem medo.E se eu for o primeiroa prever e poder desistir do que for dar errado?Ahhh, ora, se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim?Dispenso a previsão.Ahhh, se o que eu sou é também o que eu escolhi ser aceito a condição.Vou levando assim.Que o acaso é amigo do meu coração Quando falo comigo, quando eu sei ouvir..."

medo do recomeço.pois é.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

De Repente 30


Atire pedras em mim, quem nunca gostou de um filme bobinho.
Pois é.
Eu gosto.Num é um filme que seja meu preferido, e especial pra eu comprar, mas eu gosto muito.
Eu gosto dessa "coisa" de que uma atitude muda o resto da sua vida, e que mesmo assim você pode consertar seu erro, tipo o popular" Efeito borboleta".Sei lá , eu gosto do filme, principalmente o final , que ele deixa de ficar com ela por respeito a outra pessoa, aliais, pra mim, o filme poderia ter acabado na hora que ela senta em frente a "casa dos sonhos" chorando, completamente perdida, isso é mais real.
A minha cena preferida é quando eles dançam "Thriller".(o matt mais velho é uma delicinha)
Enfim...
um bom filme, pra assistir nesse calor infernal.ha!

(dia 1, tem jogada publicitária)
Tanta coisa mudou, estou perdida no tempo...nem sei quando vou voltar...