domingo, 25 de maio de 2014

Medo do escuro.

O escuro pode ser qualquer coisa sem luz, o desconhecido ou a projeção do imaginário. Alguém nesse trabalho novo que eu fiz sobre a noite disse que o medo é a nossa projeção do que tudo pode ser.
Pode ser.
Então, a fraqueza do escuro, dá medo.
Lembra do mito da caverna do Platão?
As pessoas tinham medo do claro.
O medo não é do escuro, mas do desconhecido.
E tudo está sempre ligado a solidão que o escuro traz.
O escuro pode acolher também, suas lágrimas, seus desejos, seus pecados. O que ninguém viu, ninguém sabe, só você. Então a gente esconde no escuro o que não quer mostrar.
Chorar no escuro com o rosto enfiado no travesseiro para nem você se enxergar, só sentir.
Como a gente vive na contradição, o escuro é isso também. É esconder o nosso e ter medo do escondido, do fora de controle do que não pode prever, como uma chuva no fim de tarde que faz da cidade um caos e das pessoas reféns. Reféns de toldos, guarda-chuvas, trânsito e saudade.
Como aquela parte mais profunda do mar onde não entra luz.
Fechar os olhos para mergulhar com medo da ardência posterior. Fechar os olhos com medo do desconhecido, mas isso também deixa tudo escuro.

"Do escuro, eu via o infinito"
Cazuza

sábado, 24 de maio de 2014

travei.