quinta-feira, 28 de julho de 2011

Retardados anônimos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Meu grande amor...

A gente viveu muitos anos juntas, depois conforme eu fui crescendo, ela foi partindo.
Hoje ela passa algumas noites aleatórias comigo e com a ajuda da medicina ela vai embora de novo (e de novo, e de novo,...).
Eu nunca esquecerei, nem minha Mãe. Acho que ninguém da minha família. Ela nunca me fez feliz, mas nenhum grande amor faz.

Meu grande amor é uma doença. Chama Bronquite Alérgica. Lindo nome. Fui trocada pelo Broncodilatador. Dilata dor.

Gotas.

Quando eu era pequena eu gostava de seguir meu pai no supermercado, ficava ali olhando para onde meus olhos conseguiam alcançar seus cabelos brancos. Ele me proibia de ir na sessão dos congelados, porque eu tinha bronquite.
Meu pai olhava pouco para trás, mas sabia que eu estava lá. Quando tinha medo de que eu me perdesse, pedia para eu agarrar sua mão ou  na camiseta, que quase sempre era de algum time de futebol.
Hoje ele não tem mais esse medo e, indiretamente, até me pede para soltá-lo.


Eu o guardo na minha sessão de congelados.

terça-feira, 19 de julho de 2011


"Sou um bom ator. Fico confuso muitas vezes. Faço muitas coisas, e penso sobre elas. Tento simplificar. A vida é simples. Vejo as coisas assim: estamos aqui, agora. Ponto. Tudo o mais é distração — nosso cabelo, o que comemos, ouvimos. Tento simplificar o modo como vivo. Se me perguntam sobre dinheiro, digo: “Um dia não tive, outro dia tive um pouco…” Odeio ficar confuso. Tento simplificar, ser natural. É mais fácil. Não somos socialistas, religiosos, nada. Somos uma banda, só. Não quero confundir ninguém. A música é suficiente — ela contém a própria razão."
— Ian MacKaye

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Sabe, amor, quanto mais eu penso

mais você é minha (dú)vida.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O coração parou de bater, já não pulsa. Ele só sangra.

Se hoje ela me mandasse embora, eu iria. Eu não sei mais se eu quero esse mundo, minha vida, meu amor.
Eu sonhei por alguns dias e voltei vazia, sem nada dentro. Sem ninguém dentro.
Hoje é um dia difícil, criei vários diálogos imaginários com as pessoas.
E sabe por que eu iria?
Porque eu preciso que alguém dê um rumo na minha vida por mim. Eu estou completamente perdida em mim. Não sei o que quero. Semana passada eu sabia, mas hoje eu quero alguma ordem ou condição que me leve a qualquer caminho, mesmo que não seja o nosso.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Carimbo.

Pedro ficou encantado com aquilo em sua folha, decidiu colocar em sua pele, sobre seus pêlos.
Era algo novo no velho, como sua irmã mais nova que ouve Beatles no Ipod.
Treze anos e ouve Beatles entre duas ou três músicas do Restart.
Uma tatuagem naquele  corpo de sabonete, leite derramado e cheiro de suor com perfume importado. Um  medo de arrependimento assombrava sua ideia de carimbar algo tão belo no braço esquerdo. Esquerdo porque sempre achou que seu lado esquerdo era mais perseguido. Era estrábico desse olho. E tinha problemas no joelho.
Sua mãe era contra a ideia. Mais um ponto a favor. Já que, para ele, contrariar a mãe era gostoso. Gostoso não, prazeroso.
Aquilo estava doendo, e seu lado esquerdo estava,finalmente, sendo o mais bonito. Pedro pensou "nem tudo que dói é ruim, Pedro".
Fechou os olhos e lembrou dela dizendo:

***
- Dói, porque as vezes as coisas que fazem a gente mudar dói, mas essa dor é pouca perto do prazer que ela pode nos trazer. Isso que a gente está fazendo um com o outro vai doer e muito, mas eu preciso ir, porque você ainda vai aproveitar o prazer da minha ida.  Nem tudo que dói é ruim, Pedro.

domingo, 3 de julho de 2011

Sua caixa (vive) vazia..

E você (sempre) diz que está cheio.

Sobre o que se guarda em caixas.

Guardei meu nome, minhas crenças, guardei minhas roupas e meus acessórios. Fui embora sem nada, sem ninguém.
Guardei tudo que eu queria levar, para ver se a doía menos. Não deu certo.
Guardei minha geração e alguns amigos do colegial. Guardei minha fala e não disse. Não te disse.
Guardei deus e machuquei minha Mãe. Guardei coisas boas e as ruins. Elas sempre vem comigo.
Guardei todos os amantes e amores.
Guardei aquela felicidade que não emoldurei.
Guardei saudade e meu despertador. Desperta dor.
Guardei as ordens e as regras.
Guardei suor.
E ufa! Esse meu coração não se cansa de guardar. De se guardar.