quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

"foi-se o amor da minha vida"

foi sim

meio assim
sem mãos dadas
já tinha dado
a vida  acaba
o que está dentro dela também
sem tratado
só descaso
cria embaraço
e eu me despedaço

sábado, 24 de janeiro de 2015

Janeiro

Minha porta eu já fechei, mas minha janela eu abro todas as manhãs, vai que eu te vejo passar, vai que sem querer você dá uma passada aqui perto e olha de canto de olho pro meu quarto, enxerga tudo que eu vivi e fica feliz por mim. 

Lá pelas 10 da manhã o sol bate forte aqui dentro, a luz entra rasgando e eu gosto sempre de tirar uma foto, é que eu me acho mais bonita com a luz do sol. 
Eu sinto vontade de tirar fotos suas, lembro do seu sorriso com os olhos e da cara de brava porque eu tava fazendo isso. 
Com menos frequência, eu acordo às 5 da manhã sem precisar e lembro de quando você saía pra trabalhar e reservava 5 minutos no seu precioso tempo antes de sair para me fazer carinho. 
Algumas das vezes eu acordo em camas de outros lugares com outras pessoas e também consigo me sentir bem. 
Você é tipo aquele machucado que dá uma coçadinha nas costas onde a gente não alcança, mas que qualquer álcool ou mão de outra pessoa resolve. 
Me empresta aqui as nossas lembranças para curar minha saudade. Eu faço delas nosso filme que acabou sem beijo no final. 
Me dá aqui aquele potinho de vidro que é pra eu guardar seu pedaço que ficou aqui dentro. Só aquele pedacinho que é a parte que tem mais recheio e a gente deixa pra comer por último. 
Fechei minha janela porque está de noite e pode entrar bicho, mas eu durmo de porta aberta, lembra? 
Vê se aparece nos meus sonhos para dizer como anda a sua mãe e se os cachorros tão bem. 
Pensando bem, nem vem porque quando eu "penso bem" não é nunca você.