segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Daqui pra frente.


Nós não vamos mais nos beijar. Eu não vou mais tirar fotos suas e nem te irritar olhando fixamente para você enquanto estiver concentrada em outra coisa. Eu também não vou mais sair do banho dançando enquanto você me observa rindo até você ficar brava e me mandar fechar a janela.
Você não vai mais me deixar deitar no seu colo pelo interesse de tirar os meus cravos enquanto eu reclamo daquela dorzinha que é tão pequena perto da que eu tenho hoje.
Nós não vamos mais passar tardes assistindo séries, filmes ou jogo do Palmeiras e você não vai mais reclamar porque as vezes eu durmo no meio da exibição.  Eu não vou mais acordar sem querer de madrugada e te dar um selo antes de dormir de novo. E nem você me dar um antes de trabalhar enquanto eu estou mole de sono.
Você nem vai mais precisar pedir para eu colocar o chinelo.
Não vamos mais trocar mensagens de "bom dia"e nem "boa noite"seguidos por adjetivos cheios de amor.
Não vamos mais discutir para ver quem vai apagar a luz e eu não vou mais te pedir para pegar água.
Não vamos mais engordar juntas e nem fazer planos para emagrecer.
Até porque nossos planos não vão se concretizar.
Tudo isso poderia acontecer de novo, mas não vai, porque acabou.
Acabou, o verbo da dor que não cabe "re"como prefixo.
Dói proporcionalmente ao bem que fez.

***

E, fatalmente,  depois de um tempo vamos nos encontrar em um fim de tarde no metrô lotado. E eu vou perguntar dos seus cachorros, você vai falar da minha maturidade. Vamos comentar sobre trabalho, mas eu vou precisar descer no Tucuruvi  e você no Jabaquara. E a gente vai perceber (de novo) que a nossa distância não está só em lados opostos do metrô.

1 dizeres:

Rafa disse...

Que triste, seria tão bom se apenas o amor bastasse, se não deixassemos se lutassemos para conquistar todos os dias, se esses pequenos detalhes fizessem a diferença