segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Mormaço 


Chove dentro do meu rosto. Escrevo pra água passar, pro tempo não arder tanto.
Arde. 
Já está tarde 
Meus olhos não dormem 
Minha cabeça é maquina 
Sou forte
Mas ainda me doou
E se doar dói
A gente aposta tudo 
E perde com as próprias cartas
Do coração 
Que bate até tarde 
Pelo mesmo nome 
Não sinto fome 
Não sinto sono 
Sinto necessidades 
Como carinho 
E amparo
Meu coração bate anti-horário 
Quanto mais horas mais dores 
Amanheceu, mas o sol permanece filtrado pelas nuvens que eu enxergo branca 
vazia