segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Dia dos irmãos

Eu já nasci sabendo dividir.
Dividindo espaço, colo, carinho, quarto, bronca, tarefa não que nossos pais nunca cobraram isso da gente.
Minha família é grande já fomos em cinco nessa casa.
Desde que eu me entendo por gente, lembro dos meus irmãos. (Tenho plena convicção que eles me ajudaram a me entender por gente). Caçula, que eu era, tinha dois irmãos mais velhos com quase a mesma idade. Todos filhos de mãe canceriana e pai leonino, um equilíbrio que nos ajudou a saber explodir e refletir sobre isso depois.
Lembro dos meus irmãos vivendo tudo que eu achava que tinha que viver até perceber que meu caminho era só meu.
Lembro de tentar seguir minha irmã e tomar "cascudos" por isso, lembro de usar as coisas do meu irmão e de pedir para ele passar as fases no video game.
Lembro de mais coisas, como várias configurações de quarto, de brigas por quem ficava com o controle da TV ou de quem era a vez no computador, abraços, discussões, brigas, declarações e aceitação. Irmão a gente aceita e ama, mas enche o saco também né?
Aos 16, meu pai, que já tinha se mudado, me informou que eu teria uma irmã, não foi fácil. Nós temos esse reflexo de recusar aquilo que não entendemos direito. Mas passou quando a Bibi veio em um hospital da Avenida Paulista, chegou linda chorando forte. Me emociono só de lembrar, junto com ela nascia uma outra irmã mais velha: eu. Esse sentimento de amar tanto que quer proteger é o mais bonito que eu conheço.
Todos os dias quando eu chego em casa eu sinto falta dos meus irmãos das nossas conversas, das piadas, de implicar e fingir que não ligo. Mas eu ligo sim.
Meus irmãos tem filhas. Lindas. Amáveis. Eu sou titia e o amor duplicou.
Obrigada por me aceitar, por carregar o mesmo sobrenome e a mesma bagagem familiar que eu.
Eu amo muito vocês, ainda bem que o dia do irmão não é todo dia porque quem aguenta né? haha Mas feliz dia do irmão.