terça-feira, 31 de maio de 2016

maio quase junho

Entre tantos, meu vício é insistir na impossível missão de escrever o que eu sinto. E eu sinto muito.
Tudo absurdamente biográfico.
Já me emprestaram dores, mas eu tenho o suficiente pra escrever mês a mês como eu me sinto. E eu sinto muito.
Um dia eu morro de tanto viver as coisas na raiz.
E eu prefiro escrever tudo por aqui para não deixar as pessoas que gostam de mim tão desamparadas com a falta que talvez eu faça. Sinto muito por isso.
Eu me preparo todos os dias para morrer.
Essa semana todo mundo escreveu pelo mesmo caso. Eu chorei quando minha mãe me contou eu sinto tanto. A dor do mundo me faz pequena e o mar está longe demais dos meus olhos.
Eu me deparo todos os dias com o viver.
Um dia eu morro de tudo que vivo.
Será que eu aprendo mais na ausência?
Eu comprei uma lua, coloquei na parede do meu quarto. Ela brilha no escuro enquanto eu apago e, sabe, será que um dia eu não acordo com a claridade?