sexta-feira, 9 de abril de 2021

clara e amor

 O amor é miúdo, não aquele que sai da boca, mas o que a gente sente, o cheiro que tem entre o nariz e os lábios, o fio de cabelo no travesseiro, o rosto bem de perto, o sorriso com os olhos, a mordida no doce que c faz pra mim, o tom, o tom que sai com a palavra que vc direciona pra mim. 
Nenhuma razão e nenhuma certeza, mas algum tipo de segurança do meu agora só querer o seu e planejar agoras futuros. juntas. duas mulheres, duas mulheres de, caralho, 30 anos, se amando, se querendo nos momentos mais lindos e nos momentos normais e até feios, eu te quero no por do sol que a gente vê junta, mas eu também te quero quando eu trabalho e o por do sol se vai, te quero e te amo vendo a lua com você, e nos mergulhos que você demora a dar, na cozinha de manhã, de tarde ou de noite, nos cafés e nos cochilos que você tira independente do que a gente tiver fazendo.

suas costas com metade do lençol. (merece uma linha só disso no meu texto, merece tanta coisa, tanto agora)

agora é melhor que pra sempre né, amor?

amor é detalhe, é te arrancar uma risada e depois as roupas, não nessa ordem nem nesse tempo, mas é embolar tudo isso junto com as roupas de cama.

claro e simples ou clara e simples amor, detalhe, você comigo e agora. 


vcs vão ter que me engolir como sempre

nesses tempos a gente aprendeu que o simples era tudo que a gente tinha.

achei que sentar no bar era livre e pra sempre, mas não é.

vou ter que me virar como sempre e vcs terão que me engolir como sempre

mas sem bar, sem aglomerar

eu sabia que todo carnaval tem seu fim, mas parece que ele nem começa mais.