segunda-feira, 21 de maio de 2018

Bordado e os pontos que a gente aprende...

Observei os bordados que você me deu, fiquei pensando na agulha que você usou para embaraçar
cada pedaço daquilo, pensando no que você sentia enquanto me fazia um presente tão bonito.
As linhas que a gente usou pra chegar nos nós, entre nós agora mais nada, nem nós, nem linhas, nem presentes e presença.
Lembro de olhar para eles há tempos atrás e pensar que a vida era boa sim.
A vida é boa, 2016. Nosso 2017. E vai ser boa 2018, vai sim.
Sei que vou me sentir assim daqui uns anos quando reencontrar seus bordados e seus pontos reticentes no fundo do guarda-roupa.
Sabe, eu reparei, que eu não queria firmar meus pés não, mas eu já quis voar junto, voar sobre os oceanos e o mar de morros, me firmar só no seu peito.
alguns pontos que ficaram sem nó:
Idade só virou problema depois que você não queria. nunca foi tema de nada pra gente, fazia parte do nosso inteiro.
seus olhos e seu cabelo ficam dourados no sol, nunca te disse isso, o resto dos elogios acho que fiz todos. eles vieram de dentro onde eu amadureço cada dia. Tipo aquela cena de Juno que ela fala pra ele "você é de ouro, cara" eu sempre pensei nisso, mas achava brega e é.
escrevo para chegar até meu coração, mas quanto mais me aproximo dele, mais difícil é te deixar.
eu queria meu lápis colorido  só para colorir o cinza que eu insisto em enxergar, verdade ele era uma lembrança boa. 
seu strogonoff é muito bom, mas você não sabe fazer miojo.
eu acho que vi você indo embora, não exatamente, mas eu vi que tava estranho.
eu tentei tudo que podia - e continuo tentando - pra ficar bem e te fazer bem.

eu fui muito feliz com você.
Não existiu fim para as coisas que a gente viveu na alma.