quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Coisa pouca

Poucas lembranças são tão boas como as vezes que eu acordava e te via acordada, cronometrando o tempo de sair.
A blusa preta, a boca carnuda, o cheirinho de manhã com perfume e o casaco na cadeira do computador.
Era cedo, mas eu não podia te pedir para ficar, então a gente reservava cinco minutos, eu do meu sono contínuo e você da sua rotina quase cruel. Cinco minutos de combustível para o resto da semana. Era quase suficiente, mas o que preenche mesmo é ver quem a gente ama sair, mas não ir embora.
A permanência é o "ganha pão" dos amantes, do ficar ao ir.
Poucas coisas são melhores que continuar dormindo enquanto alguém tem que acordar, né?

sábado, 5 de novembro de 2016

Novembro

queria acender um cigarro, ver a chama queimar, tragar até acabar.
espero que você esteja bem. faz frio e espero que alguém esteja te esquentando como deveria. Não só a pele mas o coração, te contando todos os dias o quão maravilhosa você é, seus cabelos claros nos dias de mais sol. Como era radiante em dias de sol.
Eu te contei que estou escrevendo mais? Mas não publico, é que quero publicar tudo junto, talvez um livro, talvez mais um arquivo de word esquecido em alguma pasta do meu computador.
Por que a gente fala "faz frio e tá frio?" Frio é estar ou fazer? Dentro do meu coração tem tanta gente que fez e virou um ser. Ou não tanta gente assim, eu nem deixei chegar. Tem uma barreira de feridas e insegurança.
Vê se aparece por lá, você me florece, mas até de você eu ando esquecendo. Aparece a gente fuma um e ri do pessimismo do mundo.
quem sabe você me dá um cigarro do seu maço, é que eu quero parar, mas só de comprar. Não, não é pra economizar. Talvez pra economizar vida.
economizar o tempo enquanto eu espero você aparecer.