segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Novembro

Eu ia tentar dormir, juro que era o que eu queria. Mas essa brisa leve que entra pelo canto da janela, essa melodia que sempre me traz você, essa voz doce dentro do meu fone.
Como seria seu beijo de chegada agora?
Quando o nosso fim chegou eu lembro de chorar pensando que nunca mais veria você da janela descendo as escadas do meu condomínio enquanto mexia nos cabelos, lembro que chorei porque você tinha dormido com uma camiseta minha e ela ainda tinha o seu cheiro ou o nosso cheiro.
Será que eu ainda me lembro dele?
Agora eu escrevo isso com dor no peito e meio sorriso no rosto.
O mesmo rosto que já foi tão diferente por você, que já foi todo seu. O mesmo rosto que já te endereçou várias reações.
E se essas minhas sardinhas falassem o que elas te diriam?
O legal de tudo isso é que eu tive que lembrar de você, não te esquecer. Essa troca diz muito sobre a condução da minha vida agora.
Eu poderia chamar esse novembro de doce. Poderia encerrar seu nome por aqui. Encerrar esse amor que me parou tanto tempo no mesmo ponto.
É que, Vida, eu peguei outro ônibus agora e ele não tem mais o seu endereço.
Mas eu acho que tem coisa que a gente não esquece mesmo e eu nem sei mais onde você mora.