domingo, 2 de agosto de 2015

Agosto (ah gosto)

Tá todo mundo comendo frango e batata doce pra ficar maromba, disso tudo eu não quero nada mais que a sensação do doce na boca, do acolchoado das bocas das meninas. Elas passam brilho na boca, mas eu gosto mesmo é do brilho do olhar e do cabelo bagunçado quando dorme do meu lado. 

A cara inchada e a boca entreaberta enquanto dorme e se acolhe em mim. 
Eu só quero que elas façam do meu peito livre, um ninho e que sejam exatamente o que são sem a maquiagem e roupa, mesmo que não se achem bonitas, eu to aqui pra
ver que é. Linda muito linda, sou fissurada nos olhos dela. 
Eu quero sentir a curva dos peitos com a ponta dos dedos, no meu toque macio sobre a pele arrepiada e despida. 
Senta aqui perto, me da sua mão que eu quero segurar mas não te prender, eu deixo meus dedos frouxos pra quando você quiser sair de perto, só não demora para voltar que eu tenho saudade da sua voz. 
Tá todo mundo aumentando os pesos na academia e disso tudo eu só quero o peso do seu corpo deitado nas minhas costas e sentir o toque do seu cabelo sobre minha pele. 
Eu só carrego amor e um pouco de tristeza no mesmo peito que eu não gosto que o sutiã prenda. 
Meu amor quase sempre não dói e não pesa, sabe o que é? eu sou teimosa quando quero fazer alguém bem. 
Eu vou te colocar na minha cama no domingo à tarde e conversar por horas sobre qualquer coisa que te faça gargalhar e beijar sua boca de um jeito doce e macio toda vez que nossos olhares se encontrarem entre os travesseiros pra te fazer esquecer os problemas da segunda-feira. E na segunda-feira eu te ligo de noite para ouvir como o dia foi pesado e não é sobre o peso da academia é sobre como a gente virou adulta. 
Eu quero viajar com as minhas mãos no mundo inteiro que é o corpo e observar o rosto, prestando atenção em cada expressão e não em impressão. 
Me da sua mão que o dia tá lindo e essa hora, pela minha janela, tá batendo sol na cama.