segunda-feira, 11 de maio de 2015

Maio

Tem horas que só eu sei que estou com os olhos fechados.
Vou me jogar na praça de alimentação do shopping mais próximo e comer sem fome, sentar sem cansaço e sorrir sem querer.
Depois vou querer ver um filme sozinha, mas tenho que voltar ao trabalho.
Meus braços estão vazios e meu coração meio oco, só que não tem espaço para ninguém, eu só quero a solidão boa.
Queria um tipo de invisibilidade que me cobrisse, às vezes eu fico tão quieta para que ninguém mais me perceba, me escondo para fazer parte dos móveis, alguém me chama e tem o mesmo efeito de quando o despertador toca e estou em sono profundo, queria tudo menos ter ouvido qualquer chamado.
Deve ser o frio, com certeza é ele, que vem devagar e de repente tá ali, levando todo aquecimento das coisas.
Meu edredom já virou meu casulo e com o meu cachorro tenho meus maiores diálogos.
Esse ano eu aprendi que as coisas só são sentidas se você está nelas.