domingo, 3 de maio de 2015

Domingo

Eu não lembro o que eu te escrevi antes e que te trouxe pra perto, mas era alguma coisa sobre ficar, aquele dia se fez setembro por algumas horas.
Hoje acho até que eu falaria alguma coisa parecida, só que querendo com mais força.
Eu quero que você seja exatamente o que é e te colocar no meu abraço pra você ser minha, não, minha não, mas que eu possa te acompanhar enquanto você descobre quem é, o que quer, do que gosta e, principalmente, o que escolher. É que sua liberdade é o que eu mais gosto em você.
Eu quero que o seu batom fique mais muitas vezes na minha boca, porque quando você vai embora, já não é só um pouco dele que você deixa em mim. Tem tanta coisa que fica aqui, quando a gente se despede. Não dá nem vontade de lavar a boca, de limpar a marca que você deixa, coisa boa a gente quer guardar para ver se a sensação prolonga.
Eu quero receber um áudio seu no meio da madrugada (agora gelada) só para curtir repetida vezes seu sotaque.
E depois poder te trazer comigo nessa madrugada (agora quente) para ouvir no pé do meu ouvido o mesmo sotaque enquanto a gente entrelaça os pés e dorme de cansaço e segurança.
Eu quero também conseguir te mostrar todo meu universo meio torto, vesgo e desconexo para ver se você ainda me acha interessante. E te mostrar que dentro de mim o que mais tem é amor, por mais clichê, piegas e brega que isso pareça. Eu queria ser uma música do Caetano, que eu nem sei se você gosta de alguma, mas se você gostar de uma qualquer vai entender a sensação. Se não, eu vou te mostrar as minhas preferidas.
Ah e eu queria ser menos tímida para conseguir dizer tudo isso sem precisar dizer.
Eu estava errada sobre você ser um vendaval, você é tipo a correnteza de um rio que vai te envolvendo quase devagar e de repente você tá no meio sem perceber, sem que você consiga segurar nas bordas até que você nem quer mais segurar em nada, só que ele te leve.
Sei lá se tudo isso que eu falei aqui te assusta, mas isso sou eu, isso é meu olho meio vesgo que você não conhecia.
É que, pela primeira vez, em muito tempo, eu sei exatamente o que eu quero de mim em relação a alguém.