sábado, 4 de abril de 2015

04.04

Hoje é meu aniversário e é bem possível que eu tenha vivido 24 anos em horas mais intensas, em montanhas russas que variam as velocidades, em dias que eu pediria pra descer e outros para não acabar nunca.
Depois da maratona do amor romântico, senti uma sensação pesada de catástrofe, uma sensação de que nada nunca seria simples e não foi, mas foi intenso, crescer é legal, da um puta medo, mas é bom.
Desejei perder a memória algumas vezes porque doía muito as lembranças, desejei eternidade em momentos monótonos em que eu carregava o amor na palma da minha mão ou no toque de algum beijo.
Me sinto amada, bem quista, querida e desejada. A verdade que as pessoas me desejam e as mentiras sinceras também.
Desejo os desejos.
Continuo com a vontade de guardar  as coisas que não-são-coisas em caixas de coisas que são coisas.
Sabe o que eu queria mesmo?
Poder contar as coisas sem as pessoas perguntarem, ter sido tudo que meus pais gostariam, ter gostado daquela menina, ter sido boa para todas as pessoas, colocar sorrisos nas pessoas nem que sejam de mim, queria ser menos tímida e abraçar aquela pessoa que eu admiro. Eu queria que mais nenhuma lésbica apanhasse ou sofresse qualquer agressão só por ser o que é, assim como eu pude ser nesses 24.
Legal saber que essa é única vez que eu faço 24. Eu gosto de algumas certezas que ninguém pode tirar da gente e com idade é assim.
O melhor de mim tá no que eu ganho de vocês.