quarta-feira, 4 de março de 2015

Março

Meus amigos todos conhecem meus cochilos esporádicos. Apenas 5 minutinhos e já vou. Eles dizem que eu bebi demais, extrapolei, mas eu passo a semana toda batendo cartão, levando meu cachorro pra passear e vendo série, no final de semana eu quero sair por aí, beber demais, fumar demais, rir até doer só esperando o vazio da semana seguinte. Eu fiquei mais exigente com a felicidade. E menos exigente pra soltar meu sorriso e carisma. Porque carisma todo mundo tem, todo mundo vive. Cada pessoa é um universo que te atrai de alguma forma, nem que seja por um olhar.
Amanhã começa meu inferno astral, é março e estou mais magra, às vezes minha cabeça dói muito. 

Eu tenho preguiça de ler notas de rodapé, mesmo quando elas são interessantes, é que se fossem tão relevantes assim não precisariam de rodapé, estariam no meio do texto formando em palavras a explicação das coisas. Tem sido difícil focar na essência dos livros mais ainda nas notas de rodapé, assim como a relação com as pessoas. 
Me aprofundo pouco e me afundo sozinha no meio do mar na quebra das ondas. Por mais que falar "tem sido" seja duvidoso e pouco confiável.
Talvez eu seja pouco confiável, é que meu querer é muito instável. De quem não é?
Essa semana eu vi um documentário muito bonito sobre amar e uma palavra não saiu da minha cabeça, ame.
Ame.
e
a.m
só ame.
Eu guardaria alguns sabores em caixinhas. Mas já tá guardado no mesmo lugar que fica o amor.
Março começa com mar então é imenso, impressível e antecede o chão de areia que o tempo me dá quando chega abril, onde eu cravo mais pegadas aumentando um ano na minha contagem de vida.
Eu pulei fevereiro* esse ano porque eu estava muito ocupada e sem inspiração, como se eu não quisesse me lembrar daquilo que é a única coisa que eu sei escrever: você.
2015 é um ano bom, ano ímpar eu sempre escolho ímpar naquela brincadeira, mas eu acho que eu só sei viver em par ou a par.
Emoções são cansativas.
E depois do último trago eu sempre te trago.




*Fevereiro
Declarei meu amor publicamente, toda impulsiva e arrependida no próximo dia como sempre.
Nadei na multidão e mijei pelos cantos.
Aprecio a fantasia que é o carnaval dos pés a cabeça. Do abraço, selinho, suor e, claro, o batuque.
As meninas e seus truques.
E a gente dança no ritmo da cidade.
Canta bem alto e encanta fácil.
A minha São Paulo nem parece a mesma, ninguém tá atrasado para o trabalho e nas ruas não passam carros, só blocos inteiros de gente e muita música.
Mas, meu deus, eu bebi demais, de novo e de novo e de novo. Não devia ter falado isso nem feito aquilo. Chapei. Melhor cigarro da minha vida e que falta de ar no outro dia.
Minha mãe me ligou e meus amigos riram de mim. Chega por hoje.
Que menina bonita, acho que ela tá me olhando,
E essa quarta-feira ta cinza como cigarro que bato e depois me bate.

1 dizeres:

Rodolfo disse...

A gente virou adulto. Jamais vou acreditar. Abraço.