terça-feira, 21 de outubro de 2014

outubro out of you

Outubro, me descubro.
Junto com o mês, faz um ano.
Como uma criança caí e ralei o joelho sobre os cuidados da minha mãe.
Dizem que toda emoção forte é como se a gente saísse do ventre de novo. Talvez seja isso, eu to tendo aquela impressão do mundo de novo depois do tempo guardada dentro de mim mesmo.
Depois de me encolher eu to me esticando por aí.
Desencontrando a cada esquina.
Já transformei milhares de músicas em experiências, já gargalhei até a barriga doer, já me senti amada, já conheci muita gente, gostei de algumas garotas, ... haha
Já tomei vários porres e fiquei chapada por horas, comi muito chocolate e chorei até sair ranho do nariz. Já te xinguei de "filha da puta" e no mesmo dia jurei amor eterno. Já cantei até doer a garganta pelas ruas de sampa dentro de um carro. Já enchi muito o saco dos amigos. Fiquei com alguém porque me lembrava (e mandei embora no outro dia porque não era) você. Já passei uma noite olhando pro teto e outra sem nem saber o que era o teto e o que era o chão. Achei que tinha esquecido, não lembrei por mais de um dia. Já evitei o assunto, pensei ter te visto no nosso lugar de sempre e depois perdi na multidão.
Perdi você a razão,
o contato,
 o descaso,
 o sapato,
o acaso,
 o contrário,
saí do armário.

Eu sinto que tá indo, é o processo doloroso mais gostoso dessa vida,  juro. Muito mais legal que aquela lista de coisas-pra-fazer-antes-dos-trinta que a gente leu naquele domingo de outubro a tarde na sua (nossa) cama e jurou fazer junto.