segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

“As pessoas pagam por aquilo que fazem, e ainda mais pelo que permitiram se tornar. E pagam por isso de uma maneira muito simples: com a vida que levam.”

Primeiro livro de 2014 - Perdão, Leonard Peacock de Matthew Quick.

Livro em primeira pessoa, que você se sente como um amigo do narrador.
Leonard Peacock é um garoto suicida, mas que não se mata.
O suicídio nunca esteve distante para mim, muitos dos personagens que eu escrevi são suicidas.
Eu não tenho vergonha de falar isso, porque as pessoas pensam toda hora que essa pode ser uma solução. E para algumas delas talvez seja em determinado momento. Até não ser.
Não é só porque ele não fez uma coisa terrível, que estava prestes a fazer, que aquilo era pouco ou drama.
Não é.
Não é pra mim.
Nem foi para o Leonard.
Não falo especificamente disso, mas de coisas que tem significados diferentes para algumas pessoas.

"Normal para a maioria das pessoas, mas extraordinário para nós" Pág. 214

Só que algumas coisas não valem a pena.
Tem muita coisa para viver, se apegar.
A vida melhora.

"- Minha vida vai melhorar? Você acredita mesmo nisso? - pergunto, embora eu saiba o que ele vai dizer, o que a maioria dos adultos sente que precisa ser dito quando lhe fazem essa pergunta, embora a enorme quantidade  de evidências e experiências de vida sugiram que a vida das pessoas fica cada vez pior até eles morrerem. A maioria dos adultos simplesmente não é feliz, isso é fato.
- É possível. Se você estiver disposto a fazer com isso aconteça.

- Acontecer o quê? 
- Não deixar o mundo destruí-lo. Essa é uma batalha diária." Pág. 187

O ser humano é um recipiente cheio de pequenas divisórias que tem limite para receber qualquer conteúdo.
Quando cada divisória chega no limite, a gente transborda tanto, que quase não se acostuma com o vazio.
O vazio faz parte do processo.
Não adianta misturar conteúdos é preciso esvaziar tudo para se encher de novo.
A tristeza faz parte da superação. Super ação.
O Leonard se sentia vazio, até o dia que o amigo transbordou por ele.


Como diz o autor nas últimas linhas do livro: "Para os meus amigos íntimos - e vocês sabem quem são - obrigado por me salvar um milhão de vezes".