segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Não existe ninguém mais sozinho do que o Rei do Camarote.

Ainda que as pessoas sintam prazer quando outras sentem inveja delas, isso não é legal. Mas eu não sinto inveja, sinto dó. Assim como sinto dó de mim e de todas pessoas que, em algum momento da vida, se preocupou mais em mostrar o que tem do que viver aquilo.
Cada foto, cada video, cada ego.
Todo rei é sozinho.
A linha tênue entre as pessoas se aproximarem por interesse ou porque gostam da sua companhia.
E talvez essa garrafa seja mais importante que cinco minutos de conversa com o Rei.
O seu sorriso não faz bem a ninguém, mas o seu dinheiro faz. Ninguém realmente te enxerga e é isso mesmo que você quer.
Prefere que as pessoas enxerguem o que você pode comprar, porque o que você é pode não agradar.
Dinheiro sempre agrada.
Não há nada mais triste que ser sozinho em meio a multidão.
E eu sei lá se o sangue da sua Ferrari é o que me aperta no Metrô.
Eu só sei que no final de semana, eu não tenho carro, nem roupa de grife, muito menos mais de cem reais para gastar, mas eu me divirto com os meus amigos e família do mesmo jeito. E se eu precisar chorar eles vão me abraçar.

"Trajava sunga e nunca usara um terno. Pensava ser um eremita moderno. Dizia "ao reino da alegria me entrego, porque aqui jaz o cadáver do meu ego". Desencontros e encontros no teatro do acaso. Há superfície no profundo, e um fundo no que é raso. A sincronicidade unifica o que é distante. Nascimentos e partidas num mesmo instante. Novos Baianos, Funk Melody, Eletroprog, Blocos de rua, folclore e rodas de hardcore, Biologia, História Antiga, Mecânica Quântica, Cerveja de boteco e a flora da Mata Atlântica. Somos um pouco de tudo, e muito de cada pouco. O espaço vazio de um polígono oco. Somos os pingos da chuva e a água dentro do coco"