segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Fim da Faculdade - O fim pode ser melhor que o começo?

Quando a gente decide estudar é como se a gente comprasse passagens de ida e volta e marcasse o começo não mais importante que o fim. Se tudo der certo, no tempo previsto, a gente leva embaixo do braço, na ponta da língua e na cabeça, o diploma. E ele não é o mais importante, mas a gente só percebe isso depois que passa esse tempo estudando para ganhar. É difícil reconhecer que o prêmio se torna pouco para o fim.
Nesse ano de 2012 eu conclui mais uma vez a bateria de estudos programada. Esse blog acompanhou esses quatro anos de faculdade, meu fiel companheiro da vida. E esse post não menos piegas que os outros do blog é pra agradecer.
Esse aconchego gostoso que eu tenho aqui. Esse refúgio mais encantado que qualquer cachoeira e mar.
Agradecer minha família também. Minha mãe ,o maior presente que a vida podia me dar, obrigada.
Eu não sei se já contei para vocês, mas eu tenho um anjo da guarda que vive em terra, meu irmão, meu protetor, meu amigo, ninguém sabe o privilégio que eu tenho porque ele me ama.
Meu pai e a família que ele formou para criar uma parte do nosso suporte.
Agradecer ao resto da minha família pelo orgulho ter o sangue o mesmo que o de vocês. E mais importante que isso, o mesmo caráter.
Obrigada também ao meu amor, minha maior fonte de inspiração, meu bom motivo pra acreditar no amor e escrever sobre ele.
Aos meus amigos, que não preciso nomeá-los, só dizer o quanto é importante tê-los para a distração e concentração do foco. Ter amigos é ter tempo para sorrir em meio ao caos.
Queria agradecer gente que eu não conheço, como autores de livros e produtores de filmes, esses que me fazem crescer e me trazem experiências que jamais vou viver.


Agora que acabei um ciclo, vou iniciar outro que começa do outro lado do mundo.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Ai Vida.



Que coisa estranha esse vazio que você deixa em mim.
Esse tipo de saudade que não é do tempo.
Prefiro acreditar que sentir vontade de você no mesmo dia que te vejo seja bom.
Enquanto houver saudade haverá amor.
Esse meu amor bagunçado que consegue te destruir em uma noite e que tenta te reconstruir no dia seguinte.
De repente quando é pra falar de sentimento tudo é dedicado a você.
Longas linhas de palavras pequenas que carregam coisas grandes.
Dentro do meu coração já deve ter um pedacinho chamado Bruna que bomba uma parte das coisas que eu preciso para viver.
Amor, em mim, você se faz necessário.
Você é minha droga do bem. Aquela vontade que já se almeja antes mesmo de passar o efeito da dose anterior.

Me sinto meio boba vindo aqui escrever as coisas, mas gostaria que você soubesse como eu me sinto. E qualquer sentimento só vive assim, a flor-da-pele, porque você me deixa na sua vida, minha vida.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Sobre livros.


Sabe aquelas mulheres que
carregam bacia de água na cabeça? 
Então, ela carregava livros
que carregavam sonhos
 que carregam decepções
que...

Uma pilha de livros enfeitando a cabeça dela. Enfeite que atrai. E distrai.
Tudo que te atrai te distrai.

Todos amontoados naquela cabeça que, junto com as sensações e sentimentos do coração, criam sonhos.

Os livros são gênios e as páginas as lâmpadas mágicas.
Milhares de três desejos individuais e coletivos.

Por trás de dramas
muitas tramas
choram as damas. (inverta os versos)

Cheiro de página velha e nova, tanto faz, é sempre bom.
Mesmo que seja velho, para você o livro é sempre novo, aquela história é sempre sua.
Os autores são o silêncio que te faz gritar sobre liberdade.

Ler a última linha da última página.

domingo, 11 de novembro de 2012

some e soma.

eu te
desespero
se
desapareço
eu me
desespero
se
te perco
quanto desespero

quantos desses
pequenos sumiços
que destroem
sorrisos.

Cite.

Saudade não é o que a gente sente quando a pessoa vai embora. Seria muito simples acenar um ‘tchau’ e contentar-se com as memórias, com o passado. Saudade não é ausência. É a presença, é tentar viver no presente. É a cama ainda desarrumada, o par de copos ao lado da garrafa de vinho, é a escova de dentes ao lado da sua. Saudades são todas as coisas que estão lá para nos dizer que não, a pessoa não foi embora. Muito pelo contrário: ela ficou, e de lá não sai. A ausência ocupa espaço, ocupa tempo, ocupa a cabeça, até demais. E faz com que a gente invente coisas, nos leva para tão próximo da total loucura quanto é permitido, para alguém em cujo prontuário se lê “sadio”. Ela faz a gente realmente acreditar que enlouquecemos. Ela nos deixa de cama, mesmo quando estamos fazendo todas as coisas do mundo. Todas e ao mesmo tempo. É o transtorno intermitente e perene de implorar por ‘um pouco mais’.
Saudade não é olhar pro lado e dizer “se foi”. É olhar pro lado e perguntar “cadê”?

Beeshop

sexta-feira, 26 de outubro de 2012



Sapatas, sexistas, adolescentes rebeldes sem causa nem consequencia.
Uniforme de quem queria ficar invisivel, e eu queria, há tanto.

Sexta- feira é dia de besteira.


X: 21 anos e 25 cores. Eu.
R: 2 olhares ou 2 olhos?
X: Os 2.
K: A bissexualidade e a bipolaridade são virtudes para poucos, pequenos, calados. Inquietos todos eles nas cores que o dia amanhece. 25 estados de humor.
A: Humor tem estado?
H: Como vocês tem estado?
N: Que tipo de verbo é correto?
X: 25 cores e nada mais. Exatamente as 25 cores e 25 lugares que os meus 2 olhares enxergam.
J: E os números assim todos me parecem mentira. Mente para mim, mas eu aprecio a mentira, talvez porque meus olhos ocupam tanto a minha mente com o quanto você é linda que fica difícil pensar nas mentiras que  conta.

Z: Que conversa mais sem pé nem cabeça.


(perdoem-me por esse post)

sábado, 6 de outubro de 2012

Esquadros.

Eu ando pelo mundo e as vezes esqueço de olhar todas cores, de prestar atenção em tantas coisas, artes de rua, claramente inspiradas em Almodóvar e Frida. Trago tantas cores comigo. Cores, coisas e cores das coisas. Pego emprestado outras cores por aí.
Passeio pelo escuro, mas prefiro passear pelo claro, cores claras e vivas.
Presto bem atenção no que meus irmãos ouvem, só pra ter certeza que não quero ouvir aquilo.
Eu ando pelo mundo, mas nunca senti a dor da fome que eu assisto as pessoas que fuçam o lixo sentir. A dor de dormir em praça pública e cheirar o que não agrada a ninguém. A pior das dores é não agradar a ninguém.
Eu ando pelo mundo e os automóveis correm do trânsito. E tanto trânsito pra que?
Meu amor é meu lado oposto, que conhece todos os meus modos.
Eu escrevo para quem?
Para todas as janelas e portas também. Deixando quase todas elas abertas.  E sei muito bem quem é ela.  Ela é minha e a gente se enquadra sem controle.
Eu ando pelo mundo e meus amigos estão sempre por perto, me trazendo pequenos momentos de felicidade. Poucos me deixaram sem se despedir. Tem tanta gente ao meu lado, andando pelo mundo.
Pelas ruas, janelas, caminhos, chorando nos Iphones e brincando de crescer.

* Esse texto foi claramente uma relação com a música Esquadros*
http://letras.mus.br/adriana-calcanhotto/43856/


domingo, 23 de setembro de 2012

Desenho do lado esquerdo do peito.

Tudo que eu fiz por você,  pela gente.
Todo esse vazio que é quando você vai embora para longe.
Quilômetros contáveis de distância e incontáveis de saudades.
Eu sempre tenho medo que você não volte. Mais ainda, que você não queira voltar para a  minha casa, onde eu desenho nosso lar.
No meu travesseiro sobra seu cheiro e no meu armário seu pijama. Em tudo que é meu você fica e, ainda que ambíguo e confuso, você leva. Nada que é meu tem graça sem você, sem o seu toque ou olhar.
Eu desenho nosso reencontro do lado esquerdo do peito, cada traço do irreal para te sentir em casa, meu lar.
Meu amor é meu lar. Pena que minha dor também.
Continuo desenhando nossa liberdade, nossas janelas e portas abertas, nossos sorrisos e os olhares que dizem o que a gente não precisa dizer.
Tento apagar  a distância, mas ela é real demais.
E, perdão, mas eu não sei brincar com o real.

Minha memória me traz você, meus olhos se apertam e o sorriso escapa. Alguém me pergunta o porque desse sorriso e eu digo:
- Meu sorriso não tem endereço, só um lar.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Guardo algumas dores que não sei nomear.
Possibilidades que não foram impossíveis, mas irreais.
Uma dor aguda que as vezes aperta.
Aperta a minha sexta-feira até a última hora.
Eu vou tentar ser feliz lá fora.
Felicidade aquela pontinha de esperança no meio da calma.
Felicidade é o caos.
O incomum,
pouco
nada

"Se te serve de consolo: Nada dura pra sempre. Nem adianta. Tanto as coisas boas, quanto as ruins, todas elas têm… Um certo prazo de validade. O lado ruim é que quando se está ansioso pro fim, o tempo se arrasta mais devagar. O lado bom é que, não importa o quanto tenha chovido de manhã, existe sempre a possibilidade de estar fazendo sol na manhã seguinte."

sábado, 1 de setembro de 2012

Confissões nada secretas de quem viveu o começo dos anos 2000.

Eu não vou mudar o mundo. Não consigo nem me mudar. Trocar de lugar.
E agora?
Sou de uma geração que nunca levantou os braços peludos em uma avenida movimentada para reivindicar o direito de simplesmente viver.
Minha geração protesta no Facebook e  assiste uma outra geração diminuir os protestos no twitter.  Não dá pra mudar o mundo assinando "abaixo assinado" virtual ou enchendo a caixa de e-mail dos poderosos. Quem são eles?
O nosso anarquismo é a gente que faz.
Crescemos passando pela plataforma 3/4 e jogando muito video game. Somos a primeira geração do CD e DVD que já estão superados também.  Não tivemos Xuxa, tivemos o Chiquinho.
Eu não vou mudar o mundo, nunca quis. Eu nunca quis ser maior do que era, nem viver coisas que as pessoas da minha idade viveram para se sentir mais velhos.
Eu não vou protestar, porque o meu conforto eu já alcancei. Eu não estou ficando velha.
E foda-se esse negócio de Geração Y.
Não se classifica, se identifica. Constrói.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A velha e o moleque (da série negando estereótipos)

Ela fuma um cigarro por dia, isso depois de ter perdido o segundo filho.
Toma três xícaras de café, depois da quarta vez que faz xixi.
Ele odeia cheiro de cigarro, mas fuma maconha todas as sextas-feiras depois de trabalhar e buscar a filha na escola, deixa a menina com a mãe e bebe cinco cervejas, fumando dois baseados com os amigos. Compartilhando baba e brisa.
Os sapatos vermelhos já não lhe caem tão bem, mas ela insiste em usar.
Tropeçou em meio avenida mais movimentada da cidade e deixou o único cigarro cair.
Viu uma mulher cair em meio a calçada e as pessoas quase pisando nela, como se fizesse parte do chão que as pessoas pisam todos os dias para alimentar a pressa que nem existe. Tentou ajudá-la, mas disse alguma coisa que ela não gostou.
Se levantou com pressa e ficou irritada com um menino que a chamou de "Senhora, quer ajuda?", saiu resmungando "Senhora é a senhora sua mãe, seu moleque".
Atravessou a rua e encontrou os amigos,  contou da pobre mulher de sapatos vermelhos, os amigos riram, ele pediu a primeira das cinco cervejas.
Parou na banca e decidiu fumar mais um cigarro naquele dia.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Seguro o mundo não seguro.

Milhas de distância, milhares de minutos sem você,
me lembrando de você mesmo quando não quero.
Meu amor vive no litoral e eu moro longe do mar.
Mas você nunca fica tão longe de mim.
Passa tempo.

Eu passo muito tempo em mim
e as vezes é difícil sair.
Difícil me "externar" aqui.

Passa logo
Me mantenho ocupada
para esquecer.
Paro.

me lembro de você.

Passou
O mundo todo fora de lugar.


Abraços Partidos.

Ninguém gosta de partir corações.
Ninguém gosta de partir corações que nem tinha, ou partir alguém sem nem chegar ao coração.
Pequenos pedaços seus expostos para mim, me dizendo coisas que não sabemos a real proporção.
Me deixou tão surpresa que esses dias tenho me martilizado e pensado em você, mais do que em qualquer pessoa. Não é dó, nem pena, porque tudo me pareceu demais, mas quando alguém surpreende o momento fica inesquecível.
A gente é proibido. O proibido não muito atrativo, já que tudo que penso são nas consequencias que eu não quero.
Um pouco que morre em mim, só a morte vai reviver.
E de arrependimento eu morro todos os dias.

domingo, 5 de agosto de 2012

Qualquer pergunta que te faça escrever qualquer coisa.

Prólogo

Preencha o espaço em branco, escreva sobre o que pensa, sobre o que faz, do que gosta, quem conhece, coloque uma foto, CPF, RG, o que prefere, do que gosta, quem namora, quem é sua família.
Nossa vida nada mais é que espaços em brancos que a gente vive preenchendo.
Viver é preencher.
Até coração se preenche.

Epígrafe 

Ela não poderia seguir viagem
se não preenchesse a passagem.

Dedicatória
A todos aqueles que me mantém preenchida.
Aqueles que me enchem de vida.

 Capítulo I


Eu estava quase entrando no ônibus, uma viagem simples que eu faço pelo menos dois finais de semana por mês. O moço disse que eu só entraria se preenchesse a passagem com o meu nome e RG, eu preenchi e entrei. Sentei em um banco e preenchi o banco ao lado com a minha mochila.
Coloquei meus fones de ouvido e enquanto ouvia Vanguart comecei a pensar sobre como eu nada mais sou do que espaços que eu preencho. Quantos papéis em branco eles nos mandam? Quantas provas a gente escreve para não reprovar a vida? Quantas anotações nos pertencem?
Nas redes sociais existem sempre um espaço para a gente deixar um comentário, escrever status ou até inventar um verbo nosso para o sinônimo de preencher. "Twittar".
Nas ruas a gente preenche os muros altos que nos impedem de enxergar o outro lado. A gente desenha. Desenhar parece mais bonito, mas o desenho só preenche mesmo.
Na praia a gente escreve na areia o que o próximo pé pisa.
A gente preenche no lazer,
no ofício.
Preencher é um vício.

Capítulo final


Hoje o Dinamite se preenche só com isso.

domingo, 22 de julho de 2012

o mar é minúsculo.

E todo esse mar parece pequeno.
Tantos erros, muita culpa.
Pouco medo.

Fujo como criança para perto da minha Mãe, mas tudo dói e machuca.
Não existe proteção para isso.
Os dentes se escondem e as lágrimas já não se inibem.
Toda sensibilidade escondida resolve aparecer.

O mar é pequeno.
A dor é maior.
Se eu soubesse que o amor machuca, ficaria ali na minha vila do desamor, do desapego.
Do pequeno.

Eu quis mais que o mar e acabei me perdendo do mundo.
Estou tão cheia, mas sinto um vazio imenso.
E depois tem essa areia que gruda no pé, esse passado sempre preso em partes que a gente nem imagina que tem. Em um coração que a gente nem sabia que era tão grande e fraco. Pequeno.

Pouco a pouco
é muito pouco.

Mas pouco é melhor que sem.
Então deixa doer.

Vocês já perceberam que o amor é maior que o mar?

domingo, 8 de julho de 2012

A multidão vazia.

A solidão não está ligada a ausência de pessoas. Porque a solidão é quando todas essas pessoas, mesmo que perto de você, estejam vazias. Sinto solidão em  lugares cheios de pessoas vazias, como uma festa, um show, um auditório lotado. Me sinto sozinha porque não converso com as pessoas, não tenho vontade e sinto medo. A solidão não me incomoda, o que me incomoda é as pessoas acharem que quando eu estou lá sentada no meu canto eu estou incomodada. Eu só não quero ninguém. Ninguém mais vazio do que eu. Eu que estou ali já não querendo mais estar e me esvaziando aos poucos.
Chego nos lugares como um balão cheio e trazendo alegria, decoração e diferença depois quando vou embora já nem sou mais um balão, sou lixo esperando ser jogado ou reciclado. Mais que isso, sou vazio.

"Me absorva, isso sim é importante."

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Aquele sorriso que você sempre fala.

Me fez menininha de novo. Pequena e pouco. Me fez fazer manha de manhã.
De tarde, noite e até tarde da noite. Fazer birra, gritar e fazer bico.
Me fez te conquistar e me achar demais, por mais que eu tenha feito tudo errado.
Do avesso virado.
Me diverte, me encanta, me transforma. Me ama.
E até me cansa.
Me deixa doida, sem ligar pra ninguém e sem se preocupar em dizer pra quem quiser ouvir que eu tenho você comigo.
Mostrar para todo mundo que você é a linha dessa margem errada que guarda minhas letras, palavras e traduz meu amor.
Acordei e te dei aquele meu sorriso que é só seu depois espalhei sorriso pelas ruas, porque me deu vontade.
Vontade de você.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Meio, fim e início.

Do meio da estrada me dá vontade de ir para o acostamento,
aproveitar as beiradas depois de conhecer o interior.
Só que eu sei que depois do acostamento,
é só mais um passo para eu me jogar do precipício.
O fim.
Então volto para o início.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

DINAMITE recomenda #1 (NOVO)

O DINAMITE agora oferece alguns trechos de videos retirados do Youtube. Videos que eu acho legal e colocaria aspas para postar aqui. Portanto resolvi criar esse novo "quadro" no blog.
Para estreiar temos um video da minha diva Fernanda Young. Para quem não sabe foi porque eu li os livros dela que eu comecei escrever. O video fala sobre cafonice.



PS: Não há cronologia na postagem desses quadros, porque nada nesse blog é feito por pressão.
PS2: Veja o video até o fim antes de criticar.


quinta-feira, 28 de junho de 2012

Lula aperta a mão de Maluf e dá um soco na cara...

Esperança é um quilo a menos quando se está acima do peso.
É um mormaço quando se está de férias na praia e só chove.
Uma entrevista de emprego,
um e-mail para pedir nota, um sorriso no meio do choro.
Ex-presidiário que consegue trabalho.
Ela acaba.


Anos e anos acreditando na saída pela porta esquerda.
E ela ser trancada.

Com essa história toda, o mais dificil foi ver minha mãe encher os olhos de lágrima
e pela primeira vez pensar no nulo. No neutro. No não sair pela porta direita, não ter a esquerda e ficar ali presa aos ditadores do desespero.
Amém ao dinheiro.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Todo o resto dos dias.

Todo dia deixou de ser, e passou a sentir.

Os dias sentiam a gente e a gente não sentia mais nada.
Só a companhia de nós.
Quantas vezes pode um sentimento assim acontecer novamente?
Mudar a gente todo dia, se mudar mais ainda e mesmo assim acontecer de novo?
Nem queríamos saber. Eu, pelo menos, queria mais é desaprender de tudo com você. Perder noções, perder a linha, perder a hora, me perder em emoções, e dentro de mim, dentro de tantos lá-foras. Só não posso me perder de você.
Quantas foram as vezes que me enganei, porque achei que pra essas coisas existisse um limite. Na verdade sempre houve, se não fosse você para mudar o meu mundo.Meu conceito sobre o amor e todos os outros que eu tinha. O tempo não foi uma questão de tempo até passar, ele só passou, quase sem importância.
Que dia é hoje?
Quantas vezes?
Quantos meses?
As verdades se desfizeram em desejos, a vida se desmanchou em partes, partes de um mosaico feito por nós.
A gente nem notou o tamanho.
Quanto crescia, quanto mais poderia?
Ninguém sabe. Nem precisa.
Essa sorte é pra poucos. Aliás poucos mesmo, duas.

terça-feira, 5 de junho de 2012

"Quero chorar quando morrer de rir"

Riu tanto que chorou.
Agora eu te pergunto:
Se até o riso e o choro são contrários involuntários que se confundem,
por que essa polêmica toda sobre o amor e o ódio?



Imperfeito

Assim todo feito
tão grande
e um  defeito
pequeno
ou pior
médio
sem jeito

domingo, 27 de maio de 2012

-

Até que você descobre que só
o amor não é suficiente
pra viver aquele Pra Sempre.
O amor vira só.
E então você fica
só.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Imã

Me Atrai
Puxa
Me distrai

Só que as vezes me destrói.

Que tipo de força é essa?
Esse meu sonho de toda noite.Dia e algumas tardes.

Convém fechar os olhos só pra saber que você está ali com a respiração cuidando do meu pescoço e o braço no meu abraço. Convém combinar, espontaneamente, vários tipos de beijos só pra ver como você me transforma em nada sem eles. Convém deixar sua respiração me esquentar e me esfriar só para te mostrar o poder que você tem de me arrepiar. Convém te abraçar tão forte de modo a sentir seu cheiro o resto do dia. Convém regular alguns dos meus cravos só para te dar mais motivos de vir até mim.Convém assistir séries,filmes, novelas qualquer coisa que me faça deitar bem próxima de você e as vezes até te ter no meu colo morno  e acompanhando o ritmo da minha respiração.Convém falar palavras erradas pra te ver me corrigindo.
Convém também  acordar de madrugada e te dar um selinho para dormir melhor e, mais ainda, desejar isso antes e durante a noite quando não te tenho aqui. Convém te querer como despertador me dando "Bom Dia" todos os dias. E dizer que estou com ciúmes só pra te ouvir dizendo que sou só eu que você quer. Até convém dizer que lembrei de você, quando na verdade eu nunca te esqueço. E por fim, convém querer congelar em você ou talvez grudar de vez como esses dois imãs que a gente tem, que só se afastam por outras forças.


lembra? http://ananogerundio.blogspot.com.br/2011/03/so-pra-mim.html

domingo, 15 de abril de 2012

Envergonhado, mas quando dança vai até o chão.

Meu sorriso faz algumas bocas sorrirem.
E esse mundo que não se atrasa.
Todo mundo acordando na hora, lotando os transportes públicos.
Muita gente certinha demais, preocupados com a segunda-feira porque estão sempre cumprindo regras.
E o povo quando dança vai até o chão.
Pagando contas, dormindo cedo, sorrindo sem vontade.
As pessoas falam "Bom Dia", mas elas não querem nem que os próprios dias sejam bons.
Mesmo chefe, mesmo mundo, mesmo caminho, mesmo trânsito, mesmo aperto.
Mais gente, menos espaço.
Mais gente cumprindo. Obedecendo. E menos espaço.
Cresce a população para odiar a segunda-feira.
E dançar até o chão.
Estudantes, trabalhadores e crianças responsáveis.
Acordam junto com os despertadores, saem mais cedo para pegar a rua menos lotada.
Roda gigante explodindo de gente.
Mas quando dança, vai até o chão.
Espelho torto na mídia, gente tentando na loteria.
Casais fazendo pouco sexo e brigando.
Se ofendendo, se machucando. Se destruindo.
Mas a gente se reconstrói em um beijo.
E quando dança vai até o chão.
Mãe que chora, filho que se droga.
Música individual no Ipod.
Socializar é luxo.
E tudo nada mais é que lixo.
Mas a gente se recicla e dança até o chão.
E agora só vamos parar e dormir porque amanhã é segunda.


quarta-feira, 11 de abril de 2012

.gaveta.

a gente se esconde.
só pra contar quanto desfalque tem em mim sem você.
falta brilho no meu olho, arrepio na minha pele, calor no meu corpo, satisfação, felicidade e vontade. Vontade de viver.
se me apertarem feito um tomate, tirando só meu suco vermelho vai sair tanta coisa que não se vê.
o melhor de mim quase ninguém vê.
fico me perguntando se alguém já viu.
não é raso. quase tudo. tons altos. gráficos sem fim que atingem o infinito.
A gente já é fundo.
o mundo me cansa. faculdade. trabalho.
qualquer tipo de responsabilidade.
ela me traz a vida de volta, aquela vontade que eu disse a pouco.
Ai eu vivo assim, falando de amor. Acho que só sei falar de amor porque é o que me faz viver. Mais que isso, querer viver.
..portanto riam..

terça-feira, 3 de abril de 2012

Parabéns para mim.

Hoje faço 21 anos. Por enquanto continuo a mesma, mas idade é assim mesmo, primeiro um conceito. Depois começa a pesar a idade, na responsabilidade (ou falta de), no físico, jurídico e no papel social. Ainda tenho medo de dormir em casa sozinha e chamo as pessoas para matar as baratas. Gosto do colo da minha mãe e da proteção da minha família. Já trabalho faz uns anos, isso não muda, só aumenta. Estudo ainda ou já ou sempre. Último ano de faculdade, mas não de estudo. Na dobradinha do número quatro, na acensão dos arianos, impulsivos, intensos, implicantes,... eu faço mais um ano de idade. Sou jovem ainda, carrego isso nas espinhas do rosto e na falta de experiência com o mundo, com todo mundo.
Parece hippie e clichê, mas eu quero viver de amor. Amar demais até doer. Fazer mais anos, perder tempo dormindo e colocar o dedo no melhor do bolo: a cobertura. E ser coberta do melhor. Me cobre de amor, mundo. Inspiração, conhecimento, saudade, prazeres, saúde. E, principalmente, permita que quem eu amo viva comigo até que eu os abandone. Amém.

Chaves

Deixo tudo trancado.
Algumas vezes antes de dormir penso em como me mostrarei para você, abrindo ou fechando meus sentimentos sobre tudo.
Me descubro, viro para o lado, cubro meus pés, sinto calor. A janela mesmo fechada me  sopra ventos gelados que arrepiam meus pelos e muda minha pele. Adormeço.
Acordo e não lembro dos sonhos, uma forma de esquecer os segredos e esconder os desejos trancados.
O dia começa normal até que a noite vem.
Será que essa chave também se abre?

domingo, 25 de março de 2012

Tudo se explode, então, Dinamite?



Sócrates disse:” Só sei que nada sei”, mas depois se contradisse com outra frase:”Só há um bem, conhecimento, e só há um mal, a ignorância”. Se até o pai da filosofia estava confuso, imagine eu.
Mesmo assim, percebo que o paradoxo do saber, só de ter sido mencionado, já vai. puxando o freio de mão das minhas idéias frágeis E inviabilizando todo nobre discurso de defesa do conhecimento que planejava para estas linhas, para gerar uma das coisas mais estranhas que já escrevi aqui nessa merda. E aí me aparece uma nova visão do saber, desta vez um pensamento oriental. Ele ajuda a iluminar o caminho daqueles, que como eu, não são sábios nem ignorantes: ”um ignorante, quando olha o lago, vê um lago. Um aprendiz zen quando olha um lago, vê mais do que um lago.Um sábio quando olha um lago, vê um lago”.


terça-feira, 20 de março de 2012

Cinza.


 Lá dentro de mim eu sou tudo. Tudo que sinto. Minhas lembranças são os meus sentidos. Assisti um filme sobre sentidos e engraçado de perceber que o próprio fato de eu assistir já é exercer um sentido. Mas se exerce sentidos?
Troca de olhares, cheiro de mar, o perfume na blusa, os sabores dos momentos, quando os olhares se encontram e (melhor ainda) quando eles se procuram.  

Cheiro
Eu sei quando você está por perto  mesmo quando não está. Seu cheiro pega carona em mim.

Sabor
Sorvete de menta com chocolate e todo esse nosso amor ardido e doce andando de mãos dadas.
Escuta
São as músicas que me despertam as emoções mais puras que me trazem você.

Olhares
Os pensamentos podem sim ser invadidos. É só saber decifrar os olhares.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Relatos de uma quarta-feira que carregou metade da semana.

Confusão não é. Mas eu preciso me permitir diminuir o ritmo e o barulho. Preciso parar de questionar tudo com um tom te arrogância e esperar respostas compreensivas. Deixar minha vida pisar na grama e molhar os pés no mar, sentindo o gelo perigoso das  águas do oceano.
E depois esse sentimento de perda me persegue. Bate sempre na minha porta, bagunça tudo e vai embora como se fosse fácil - não é - ninguém sabe.
Minha utopia é acreditar que o mundo é meu. Essa mundo não. Nunca foi.  Dói, amor dói.Tudo que dói, foi. E tudo que dói foi bom em alguma hora, se fosse indiferente não doeria.
Preciso parar de pensar que esse mundo todo pensa como eu. E que eu sou amada pelo mesmos motivos que amo.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012


"Dos meus 3 filhos, ele foi o que nasceu mais rápido, quase não deu tempo de chegar à sala de parto. O garotinho que eu protegia cresceu e hoje ele é quem me protege. Hoje pela primeira vez ele vai dormir em uma casa que é a casa dele e não é mais a mesma que a minha, saiu como sempre sai mas foi diferente. Fiz de conta que era igual, mas abri o cantinho da janela para vê-lo sair com a mochila com as primeiras roupas que vão mudar de endereço junto com ele.

Em um parto, vc fica orgulhosa de vc por ter dado à luz e do bebê por ter nascido. Assim estou hoje: orgulhosa de nós dois, feliz, mas um pouco dolorida, sangrando um pouco por dentro.
Ele poder ir é sinal que o criei direito, confiante e maduro, capaz de dar conta da própria vida. Te amo, filhão, Paulo Pacheco"
Minha Mãe escreveu isso para o meu irmão e eu achei lindo.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Cabeças doem.

Quando eu era criança sempre quis sentir dor de cabeça, minha Mama dizia tanto "Que dor de cabeça!" ou "Minha cabeça vai explodir!" que eu tinha vontade de roubar aquela dor para mim.
Tem uma história que um dia ela disse que a cabeça iria explodir e minha irmã foi verificar, olhou o couro cabeludo e achou que estava mesmo explodindo.
A primeira vez que tive não relacionei ou associei o nome a "pessoa".
Dor de cabeça é propriedade dos infelizes.  Ninguém tem dor de cabeça quando está muito feliz.
Não é coisa de criança e é por isso que as crianças querem. Criança não tem grau de preocupação, estresse e cansaço suficiente para ter dores de cabeça ou pelo menos não deveria ter.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Dormir com barulho de chuva.

As pessoas por aí tem como filme preferido The Notebook. Eu não. É bonito, flor da pele, sabe. Mas não me tira a fala, não me mete medo. Não me reinventa.
É preciso acordar todos os dias e se (re)apaixonar, se (re)aproximar. Como nesses dias de chuva que as nuvens reinventam o céu e ele chora de nostalgia do sol.
A minha nostalgia sou eu, as roupas que eu usei e algumas fotografias perdidas em um computador velho.
Letra de música. Danças decoradas e medo de escuro.
Medo de futuro, qualquer um que o amanhã guarda. O amanhã guarda muitos segredos. Prepara meu futuro.
Acordar de manhã e observar quem eu amo dormindo com a boca entreaberta como se esboçasse um sorriso e se apaixonar pela mesma pessoa, várias e várias vezes. Me (re)inventa e eu me apaixono de novo, e de novo, e de novo,...
De resto deixa chover.
*
Peço licença, mas o dia preparou a chuva como trilha sonora dos meus sonhos.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Janeiro de dois mil e...

O céu preparou umas gotas para o jantar. Ficaram todas lá nas minhas janelas e molhando o asfalto encardido.
O calor se encarregou de levar a paciência das pessoas e as roupas de outras.
Os líquidos ocuparam as mãos e os óculos escuros os rostos.
O sol prometeu aparecer, mas as nuvens fizeram questão de dominá-lo para confirmar o egoísmo. As marcas de biquíni desmentiram os protetores solares.
E eu comprei um guarda-chuva e uma água de coco para assistir 2012 chegar.