domingo, 15 de abril de 2012

Envergonhado, mas quando dança vai até o chão.

Meu sorriso faz algumas bocas sorrirem.
E esse mundo que não se atrasa.
Todo mundo acordando na hora, lotando os transportes públicos.
Muita gente certinha demais, preocupados com a segunda-feira porque estão sempre cumprindo regras.
E o povo quando dança vai até o chão.
Pagando contas, dormindo cedo, sorrindo sem vontade.
As pessoas falam "Bom Dia", mas elas não querem nem que os próprios dias sejam bons.
Mesmo chefe, mesmo mundo, mesmo caminho, mesmo trânsito, mesmo aperto.
Mais gente, menos espaço.
Mais gente cumprindo. Obedecendo. E menos espaço.
Cresce a população para odiar a segunda-feira.
E dançar até o chão.
Estudantes, trabalhadores e crianças responsáveis.
Acordam junto com os despertadores, saem mais cedo para pegar a rua menos lotada.
Roda gigante explodindo de gente.
Mas quando dança, vai até o chão.
Espelho torto na mídia, gente tentando na loteria.
Casais fazendo pouco sexo e brigando.
Se ofendendo, se machucando. Se destruindo.
Mas a gente se reconstrói em um beijo.
E quando dança vai até o chão.
Mãe que chora, filho que se droga.
Música individual no Ipod.
Socializar é luxo.
E tudo nada mais é que lixo.
Mas a gente se recicla e dança até o chão.
E agora só vamos parar e dormir porque amanhã é segunda.


quarta-feira, 11 de abril de 2012

.gaveta.

a gente se esconde.
só pra contar quanto desfalque tem em mim sem você.
falta brilho no meu olho, arrepio na minha pele, calor no meu corpo, satisfação, felicidade e vontade. Vontade de viver.
se me apertarem feito um tomate, tirando só meu suco vermelho vai sair tanta coisa que não se vê.
o melhor de mim quase ninguém vê.
fico me perguntando se alguém já viu.
não é raso. quase tudo. tons altos. gráficos sem fim que atingem o infinito.
A gente já é fundo.
o mundo me cansa. faculdade. trabalho.
qualquer tipo de responsabilidade.
ela me traz a vida de volta, aquela vontade que eu disse a pouco.
Ai eu vivo assim, falando de amor. Acho que só sei falar de amor porque é o que me faz viver. Mais que isso, querer viver.
..portanto riam..

terça-feira, 3 de abril de 2012

Parabéns para mim.

Hoje faço 21 anos. Por enquanto continuo a mesma, mas idade é assim mesmo, primeiro um conceito. Depois começa a pesar a idade, na responsabilidade (ou falta de), no físico, jurídico e no papel social. Ainda tenho medo de dormir em casa sozinha e chamo as pessoas para matar as baratas. Gosto do colo da minha mãe e da proteção da minha família. Já trabalho faz uns anos, isso não muda, só aumenta. Estudo ainda ou já ou sempre. Último ano de faculdade, mas não de estudo. Na dobradinha do número quatro, na acensão dos arianos, impulsivos, intensos, implicantes,... eu faço mais um ano de idade. Sou jovem ainda, carrego isso nas espinhas do rosto e na falta de experiência com o mundo, com todo mundo.
Parece hippie e clichê, mas eu quero viver de amor. Amar demais até doer. Fazer mais anos, perder tempo dormindo e colocar o dedo no melhor do bolo: a cobertura. E ser coberta do melhor. Me cobre de amor, mundo. Inspiração, conhecimento, saudade, prazeres, saúde. E, principalmente, permita que quem eu amo viva comigo até que eu os abandone. Amém.

Chaves

Deixo tudo trancado.
Algumas vezes antes de dormir penso em como me mostrarei para você, abrindo ou fechando meus sentimentos sobre tudo.
Me descubro, viro para o lado, cubro meus pés, sinto calor. A janela mesmo fechada me  sopra ventos gelados que arrepiam meus pelos e muda minha pele. Adormeço.
Acordo e não lembro dos sonhos, uma forma de esquecer os segredos e esconder os desejos trancados.
O dia começa normal até que a noite vem.
Será que essa chave também se abre?