terça-feira, 6 de julho de 2010

Somos tão livres… (em julho)

Cabe

Cabe o mundo nesse abraço;
Cabe nos meus braços.
Cabe deitarmos na vertical.
Cabe dormir 12 horas no meu tempo.
e cabe acordar na horizontal.
Coube.

Abro a janela
só para ver
seus olhos apertar
é tão lindo
Clarear
o escuro dos sonhos.


De agora
em diante,
eu vou adiante.

Se eu tivesse uma câmera agora filmaria aos poucos, os seus poucos. E enquanto eu estivesse aqui falando queria que todos vissem como eu falo a verdade. Que esse momento existe.
Abre os olhos. E muda tudo.
Como ela consegue?Como muda minha vida assim?
Devagar, como ela faz, como ela é. Devagar, esse jeitinho de fazer tudo durar o tempo necessário. Sem pressa, sem preço.
Quanto apreço.
Agora cabe mais possibilidades em mim. Eu aprendo, essa malemolência.
Eu desenho. Nesse meu caderno de linhas verticais e horizontais, ela é todo espaço preenchido.
Eu escrevo devagar, para sentir (de novo) aos poucos.
Escrevo falas e desenho os cabelos, os olhos e a camisa xadrez. Ela tem trilha sonora.
Como música, entra pelos meus ouvidos e chega até meu coração, enquanto passeia pela minha razão.
Isso tudo é reticências... Porque um ponto termina e três continuam. Devagar, esquecendo de acabar...

2 dizeres:

Rodolfo disse...

Você pode não ser uma Espanca, nem uma Telles, tampouco tem jeito de ser Lispector ou Queirós, mas você fala coisas que sempre me dão razão de escrever, o que, pela exceção da Clarice, nem sempre as outras me causam.

Rodolfo disse...
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