sábado, 12 de junho de 2010

Virei do avesso.

Viro minha vida do avesso, é muito confuso para ser compreendido. Mais um pouco de cocaína e fico satisfeito por algumas horas, inalo toda minha dor. Inalo.Cheiro.Chupo para dentro mim um vírus, que eu escolhi que eu montei.Essa coisa louca que me deixa louco.

Eu nunca escolhi ter essa vida junkie, mas acredite sou um homem com muitos problemas. Tenho 25 anos e cresci sendo surrado até ficar mais resistente. Minha vida é um clube da luta: ilegal, cheio de adrenalina, sangue, sexo e homem.Insatisfação.

Essa minha mania de perder o limite que me deixou assim.Eu perdi tudo que nunca ganhei.

Desapego.

No meio do caminho disso tudo eu amei.E isso começou a me matar aos poucos, mais que as drogas.

É que foi difícil assumir tudo lá casa. Meu pai não soube amar. E minha mãe não tinha autonomia o suficiente. Decidi fugir da nostalgia, fugir da base que é crescer em família. Da mentira. Porque tradição é mentira. Cultura é imposta.E eles mentem para manter todos iguais.

Eu não sou igual.
No mundo pai e mãe não existe, você é responsável por você mesmo. Por cada porre, por cada vontade que envolve capital. E isso é difícil.Não ter para quem correr.Recorrer.

É que começou com um baseado e hoje só a minha veia entende a gravidade.

Pai, você é o culpado por eu querer morrer.Aprendi a respirar.E desaprendi a questão do limite. Me fodi.
Perdoe o palavrão, mas não há outra palavra que expresse tão bem o que quero dizer.
Eu sou só mais um que vai morrer, por condenação de algo involuntário, porque a rejeição familiar leva as drogas. Conforto, confronto.

Já não dá mais para dizer, preciso de mais.

2 dizeres:

Marcel Hartmann disse...

Eu sou só um fruto do meio, pai. Resultado de escolhas que não fiz

Rodolfo disse...

Andou lendo um Trevisan, é? Ótimo. E real, só espero que não tenhamos que viver isso para dimensionar o que é isso.