domingo, 9 de maio de 2010

Às vezes, as palavras dizem tudo que há para dizer...

Eu escrevi uma carta com aquela caneta BIC que você me emprestou uma vez durante a aula de biologia.Enquanto escrevia coloquei aquela blusa sua velha, que está um pouco desbotada de tanto que nós já usamos.Faz uns anos que eu não te vejo, mas naquela apostila de literatura eu li na contracapa um recadinho que você me deixou dizia assim:


“Andam por aí.As vezes falam pouco e a comunicação é por gestos, mas tem horas, que, nossa, falam muito.Os assuntos se tornam cada vez mais pessoais e íntimos.As vezes se abraçam.As vezes dão risada sem muito motivo. Reparam nas risadas. E gostam de olhar para os olhos enquanto falam.Narrando assim parece paixão, mas não, o nome disso é amizade. Num esquece que é pra sempre.”

Deu-me muitas saudades suas, saudades de ouvir sua voz, nem que seja para falar merda , nem que seja para falar palavrão, porque você sempre falou muito palavrão. A gente achou que iria ser para sempre.Você foi meu primeiro beijo.Eu disse que já tinha beijado outras pessoas, mas eu menti.Nem sei porque estou de contando isso agora, deve ser porque hoje em dia eu já beijei tantas bocas vazias, mas o melhor beijo, foi aquele que a gente deu, na festa de formatura, foi um beijo de “adeus” custou os melhores minutos da minha vida.

Falando assim parece que minha vida é uma bosta, mas num é. Eu até tenho um novo amor, é que sempre dentro de mim eu vou saber que já fui mais feliz.Que minha única preocupação era ficar olhando o desenho das nuvens enquanto você apertava a minha a mão e dizia “ a gente ganha o mundo quando fica junto,eu vou segurar sua mão para sempre”.Depois a gente ligava o MP3 e colocava uma musica dividindo os fones e cantando alto. Planejávamos durante vários domingos nossa fuga para frança, onde viveríamos assistindo filme e observando franceses. Era tudo tão fácil tão perfeito.Porque agora é tão difícil “ser grande” como a gente dizia.

Eu só queria dizer isso, queria te ver em uma quinta-feira qualquer para ver se você ainda tem os olhos penetrados em mim enquanto eu falo. Se você ainda gosta das minhas sardinhas e se você ainda mexe no cabelo do jeito que mexia.

Eu nem preciso de respostas eu preciso de você num sábado à tarde no meio do Ibirapuera vendo as pessoas chutando bolas enquanto a gente OLHA PARA O CÉU E GANHA O MUNDO DE MÃOS DADAS.

se cuida daí, que eu me cuido aqui

(espero que você ainda abra esse e-mail).

5 dizeres:

Rodolfo disse...

Tipo se eu for pra Maringá e ela for pra Cascavel... que bosta.
Ana, vá arranjar um emprego de serviço braçal. Assim você se cansa e esquece de escrever e me fazer pensar mais ainda em tudo.

Marcel Hartmann disse...

uou, esse foi um daqueles textos que fazem a gente mergulhar de cabeça...

"Eu até tenho um novo amor, é que sempre dentro de mim eu vou saber que já fui mais feliz."

[~~IMPACTO~~]

Anônimo disse...

Incrível! É baseado em fatos reais?


Não importa. É maravilhoso do mesmo jeito.

Raphael Trew disse...

Paixões fantasiadas de amigos, beijos eternizados em nossa alma e o para sempre que dura até dizermos adeus.

Não queira que ele responda este mail, pois se responder, seu coração não saberá mais para onde olhar, se para o presente ou para o passado.
Se ainda o tem na lembrança e este te faz suspirar e se ainda sente o gosto de um único beijo, digo a amizade virou amor no momento do adeus.

Anônimo disse...

as vezes é bom ir pra cada lado, mesmo as lembranças continuando impregnadas na gente
é normal querer se distanciar, mas é bom tomar cuidado para as lembranças não irem junto !


beijos flor.