sábado, 27 de março de 2010

Me ama só porque eu sou de Áries(livro virtual) Parte 5

Esses dias fui ao mercado comprar uma flor para colocar no meu quarto, e no caminho comecei a lembrar as várias vezes que a gente fez este caminho junto, as várias vezes que pisamos na mesma pegada, no mesmo rastro, no nosso rastro. Esse caminho tem ela.

Olhando para traz eu a enxergo e é tão difícil olhar pra frente e ver o vazio das ruas, porque o resto das pessoas são vazias sem ela para eu fazer meus comentários maldosos e ouvir ela gargalhar. Aliais ela gargalhava lindamente, mostrava todo o lindo sorriso, e o melhor, ela relaxava. O ariano diverte o outro seja fazendo palhaçada ou só agindo de acordo com a personalidade forte, que deixa qualquer signo, menos intenso, gargalhando.
Eu queria comprar a flor, para ver meu quarto, que tanto me lembra ela, decorado por outra flor . A saudade é a pior das inimigas para quem vive na solidão. Onde já se viu eu sair para comprar apenas uma flor? Eu poderia roubar a do vizinho, mas eu quero qualquer coisa que me distraia para que eu não pense nela, o problema é que minha vida já foi dela e eu rompi. È como se eu fosse um bebe que nasceu prematuro porque se enforcou no cordão umbilical. Eu num consegui agüentar até o fim, estraguei tudo antes da hora e agora num sei sobreviver sem medicamentos. E nem os medicamentos me salvam, já que todas as drogas que eu experimentei eu experimentei com você. E agora a nova “vibe” é me deslocar até a floricultura e procurar uma flor que tenhas seus aspectos físicos ou qualquer coisa que me lembre você,sem que eu perceba essa ação.Está tudo muito confuso.
Lembro em que dias os quais tudo estava assim a gente passava o dia inteiro no quarto, vendo filme, comendo pipoca, fazendo sexo, lendo poesia. Ah! Ela adorava ler poesia em dias confusos, a gente selecionava o/a poeta do dia, deitávamos com a cabeça pra fora da cama para ver meu quarto ao contrario e líamos, dependendo do grau de romantismo da poesia a gente se beijava, ou eu, como todo ariano, discordava de alguma coisa, e separava uma série de argumentos, que eram rebatidos de forma um pouco mais calma por ela. Eu a irritava, a questionando e sempre estragava a brincadeira. Ela sempre ficava chateada, a gente brigava e o dia confuso acabava sempre ruim, mas o meio justificava o fim. E sempre tinha um filme romântico, uma garrafa de vinho e uma flor pro próximo dia.

*

Ler poesias sem ela, é como ler anúncio de jornal no trânsito de São Paulo.

3 dizeres:

Marcel Hartmann disse...

É de poesia o teu jeito de viver

E. F. Maston disse...

Difícil descrever tão incrível texto.
Você é mais que muito ótima.
Sou teu fã.

Anônimo disse...

Como uma flor, devemos desabrochar de amor.